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entry Aug 9 2006, 11:15 PM
Encargos crescem e prejudicam contratação, diz Ipea

* por InvestNews

O estudo produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o mercado de trabalho destaca o aumento dos encargos trabalhistas como um dos obstáculos ao aumento do emprego formal.
Conforme o documento, a carga atrelada à folha de pagamento - Previdência Social, FGTS e Sistema S - saltou de 43% em 1986 para 57% em 1995. Esse valor, vale lembrar, é pago pelo empregador.

"O efeito desse aumento é a redução da oferta de vagas devido à perda de competitividade das empresas expostas à concorrência internacional e à busca de tecnologias que utilizem menos mão-de-obra", destaca o documento do Ipea.

Para tentar resolver esse problema, o estudo sugere "uma redução significativa" dos encargos para que seja possível observar efeito expressivo na formalização da mão-de-obra.

O relatório do Ipea cita estudo assinado por Gabriel Ulyssea e Mauricio Cortez Reis que projeta os efeitos do corte de impostos na formalização do emprego.

Segundo os dois pesquisadores, se a carga de encargos na folha de pagamento fosse diminuída de 27,5% para 10%, o percentual de trabalhadores sem-carteira assinada seria reduzido de 21,95% para 16,5%.

Ao mesmo tempo, a proporção de trabalhadores formais subiria de 39,63% para 47,82%.O estudo também destaca que o Brasil tem os piores indicadores sobre a facilidade de se contratar, manter e demitir um funcionário, conforme relatório "Doing Business" do Banco Mundial.

A posição brasileira no ranking mundial de flexibilidade para admitir é a 78 - empatado com Chade, Grécia, Guiné, Tailândia e Venezuela e à frente apenas de El Salvador, México, Panamá e Taiwan.

O mesmo estudo diz que o custo de demissão de um funcionário equivale a 165 semanas de trabalho, o quarto maior custo do mundo. Para efeito de comparação, o custo nos Estados Unidos é próximo de zero.

entry Aug 8 2006, 07:28 PM
IPC-S registra inflação de 0,21% na 1ª leitura do mês

* por Reuters

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou inflação de 0,21% na primeira leitura de agosto, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira.

O índice fechou julho com alta de 0,06%, de acordo com dados da Fundação.

Os preços do grupo Alimentação foram os principais responsáveis pelo comportamento do IPC-S nesta primeira leitura do mês. Eles registraram uma alta de 0,85%, depois de terem fechado julho com alta de 0,14%.

Em sentido contrário, o grupo Vestuário registrou a maior queda nos preços no período, com recuo de 1,13%, ante avanço de 0,05% no fechamento de julho.

A primeira leitura do IPC-S de agosto foi feita com base na variação dos preços entre os dias 8 de julho e 7 de agosto, comparando-os aos apurados de 8 de junho a 7 de julho.

entry Aug 7 2006, 05:50 PM
EUA avaliam cancelar preferências comerciais ao Brasil

* por Doug Palmer

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão avaliando a possibilidade de cancelar antigas preferências comerciais que concedem a Brasil, Índia e 11 outros países em desenvolvimento "avançados", informaram funcionários do setor de comércio do governo norte-americano nesta segunda-feira.

A decisão segue o colapso das negociações para a Rodada de Doha na Organização Mundial do Comércio, que para muitos membros do Congresso dos EUA ocorreu pela relutância de grandes países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, em ampliar o acesso a seus mercados.

Os Estados Unidos importaram produtos avaliados em 26,7 bilhões de dólares em 2005 de 133 países em desenvolvimento no âmbito do chamado Sistema Geral de Preferências, mantido pelo governo norte-americano.

O programa, criado há 32 anos e que é renovado periodicamente, concede reduções de tarifas de importação sobre produtos vindos de países em desenvolvimento.

A administração Bush vai avaliar se "limita, suspende ou cancela" a elegibilidade de 13 países que ou embarcaram mais de 100 milhões de dólares em produtos para os EUA sob o programa em 2005 ou representaram mais de 0,25 por cento das exportações mundiais, informou o USTR (Escritório de Representação Comercial dos EUA).

Os países que podem ser alvos, além de Brasil e Índia, são Argentina, Croácia, Indonésia, Cazaquistão, Filipinas, Romênia, Rússia, África do Sul, Tailândia, Turquia e Venezuela, informou o USTR.

Lideranças no Congresso dos EUA afirmaram se opor à renovação das preferências comerciais para esses países, especialmente para Brasil e Índia, após o vencimento do sistema atual, previsto para 31 de dezembro.

Em um comunicado informando sobre a revisão, a chefe do USTR, Susan Schwab, disse ser importante que o programa continue, mesmo que alguns países sejam excluídos.

Membros do governo norte-americano já ameaçaram, no passado, remover preferências comerciais ao Brasil, que mantém um litígio com os EUA na OMC (Organização Mundial do Comércio) relacionado à política de auxílio norte-americana ao setor de algodão.

Após o colapso das negociações de Doha, o Brasil sinalizou que poderá pedir novo painel na OMC para avaliar se os EUA cumpriram medidas ordenadas pela entidade após ação vencida por Brasília.

Se as medidas não forem cumpridas, o Brasil terá direito a retaliar produtos dos EUA em alguns bilhões de dólares.

entry Aug 6 2006, 10:25 PM
Portugal quadruplica investimento no Brasil no 1º semestre

* por Lusa

Brasília, 06 Ago (Lusa) - Os empresários portugueses quase quadruplicaram o investimento no Brasil ao longo do primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, desde 1997, Portugal investiu 10,9 bilhões de euros (R$ 30,6 bilhões) no Brasil.

De acordo com o Banco Central brasileiro, o investimento português no Brasil no semestre foi de 161,4 milhões de euros (R$ 453 milhões), enquanto os investimentos brasileiros em Portugal totalizaram 1,1 bilhões de euros (R$ 3 bilhões).

Nos últimos 10 anos, os portugueses investiram no Brasil cerca de 10,9 bilhões de euros (R$ 30,6 bilhões), segundo estimativas do ICEP (Investimento Comércio e Turismo de Portugal), valor um pouco superior ao apontado pelo Banco Central brasileiro, que aponta para 9,1 bilhões de euros (R$ 25,5 bilhões). A diferença é explicada pelo fato de muitas operações terem sido feitas por meio de outros países e pela existência de diversos reinvestimentos das empresas portuguesas já instaladas no Brasil.

As exportações de Portugal para o Brasil também cresceram nos primeiros seis meses deste ano - 29,7%, em comparação com o mesmo período de 2005, de acordo com o Ministério brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entre janeiro e o final de junho, as vendas de produtos portugueses para o Brasil totalizaram 139,9 milhões de euros (R$ 393 milhões) contra 95,3 milhões de euros (R$ 267,7 milhões) registrados no primeiro semestre do ano passado.

De seu lado, as exportações brasileiras para Portugal subiram mais de 60%, para 827,5 milhões de euros (R$ 2,3 bilhões).

O produto brasileiro de maior destaque no comércio com Portugal em julho continuou a ser o petróleo, que representou 71% do total da exportação, seguido por soja, açúcar, zinco e laminados de ferro e aço.

Os principais produtos portugueses comprados pelo Brasil foram óleos lubrificantes sem aditivos, azeite, vinhos, bacalhau e cabos acrílicos.

Na terça-feira, o primeiro-ministro português, José Sócrates, inicia uma visita ao Brasil. Segundo o diretor do ICEP no país, João Motta Pinto, um dos maiores objetivos da viagem é captar investimentos brasileiros para Portugal.

entry Aug 5 2006, 10:48 PM
Ocupação em aviões da Varig aumenta e novo dono estima crescer

* por Reuters

Após duas semanas desde o leilão de venda de suas operações para a VarigLog, a Varig já mostra maior ocupação nos seus aviões. Cansado, mas impressionado com a boa acolhida dos clientes dada à nova Varig, o empresário Marco Antônio Audi, sócio da Volo do Brasil, dona da VarigLog, informou que a ocupação dos aviões subiu de 12%, no dia do leilão, para 48% esta semana. E tendência é crescer ainda mais, na avaliação dele.

"Estamos negociando com as empresas de leasing, inclusive a compra de aviões. Levando em conta que foram apenas oito dias úteis, conseguimos quase um milagre", disse Audi, referindo-se ao trabalho em parceria com um grupo de 43 pessoas de consultorias contratadas para a empreitada.

No dia 20 de julho, a Varig foi vendida para a VarigLog por US$ 505 milhões, dos quais US$ 20 milhões já haviam sido aplicados na companhia. O restante será injetado ao longo dos próximos anos.

Se a compra de 50 aviões for fechada, conforme prevê Audi, mais US$ 2 bilhões entrarão nessa conta.

Audi evita estimativas de participação de mercado, mas diz que, aos poucos, a Varig retomará o seu lugar no mercado e, na semana que vem, a frota subirá dos atuais 12 aviões para 17.

O objetivo, no primeiro momento, é utilizar aviões que fazem trajetos mais longos (cinco semana que vem) para as rotas Frankfurt e Miami/Nova York e os de menor porte para as principais capitais brasileiras e vôos para Caracas e Santiago.

Nova Diretoria

Em uma ou duas semanas, Audi deve divulgar o nome do presidente da nova empresa, que continuará com a marca Varig mas deixa uma dívida de mais de R$ 7 bilhões. O atual presidente, Marcelo Bottini, ficará na antiga Varig, segundo Audi. "Pelo menos por enquanto, ele tem muito a fazer lá", disse.

Ele informou que a sede da empresa continuará no Rio de Janeiro mas o 'hub' (centro de distribuição de vôos) será transferido para São Paulo, onde existe maior fluxo.

"O hub é uma questão virtual, não quer dizer nada, a maioria absoluta de vôos saem de Congonhas e Guarulhos. Temos de ser eficientes, senão as duas concorrentes batem na gente", explicou, referindos-se à TAM e à Gol.

Audi disse confiar na tradição da Varig para retomar o espaço da empresa no mercado. Para isso, procura uma agência de publicidade para iniciar campanha quando fechar a compra de 50 aviões. A meta é terminar 2006 com pelo menos 45 aeronaves.

"Já contratei um novo chefe, porque esse negócio de barrinha não é a nossa cara. Quem quer conforto vai viajar pela Varig", disse.

Audi destacou que, agora, uma empresa completamente diferente da antiga na parte financeira vai chegar ao mercado, e só fechará negócios de arrendamento de aeronaves se forem favoráveis à gestão profissional que vem sendo empreendida.

"Vou escolher o novo presidente de fora do setor aéreo. Do setor eu entendo, quero alguém para administrar", explicou o executivo, que, antes da VarigLog, trabalhava em uma empresa de helicópteros.

Nem mesmo abandonar a exclusividade da Boeing será problema, segundo ele. "Podemos ter dois modelos. A idéia é misturar um pouco no começo", disse Audi, que vem conversando com a Airbus e a Embraer . O empresário disse ainda não temer a avalanche de ações na Justiça por parte dos empregados da antiga Varig, que reivindicam da VarigLog os salários atrasados e as rescisões contratuais.

"Isso é com a antiga Varig. Temos confiança na nova lei de recuperação judicial e a lei é soberana", afirmou. Ele acrescentou que os empregados que ficaram e os que ainda serão recontratados terão seus salários em atraso devidamente pagos. "Daremos um passo atrás do outro para a Varig voltar a ser uma estrela."

entry Aug 4 2006, 10:33 PM
Tarifas bancárias subiram 384% em cinco anos

* por Invertia

As tarifas cobradas pelos bancos brasileiros tiveram, entre 2001 e 1006, aumento de 384%. A alta foi muito superior à inflação do período, que ficou em 50,6% nos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo levantamento feito pelo vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, ouvido pelo jornal O Estado de S. Paulo, de cada dez tarifas cobradas pelos bancos, nove tiveram aumento muito acima da inflação.

Os aumentos explicam, em parte, os lucros recordes dos bancos nos últimos anos. Em 2002, essas tarifas representavam 9% da receita do sistema financeiro. Em 2006, essa porcentagem já é de 14%. O crescimento das receitas de serviços, que chegou a 122,04% entre 2000 e 2005, é decorrente também do maior número de clientes e da cobrança de novos serviços.

Tarifas aumentaram até 49.000%
O avanço no bolso do cliente chegou a 49.000%, caso da tarifa de substituição de garantia do Banco do Brasil, que subiu de R$ 0,30 para R$ 150. A maior tarifa de serviços é cobrada para rescisão contratual do crédito, que ultrapassa os R$ 470.

O estudo considerou as as tarifas cobradas de pessoa física das 13 principais instituições financeiras do País.

entry Aug 3 2006, 10:46 PM
Justiça determina liberação de dinheiro da Varig

* por Invertia

O juiz responsável pelo caso Varig, Luiz Roberto Ayoub, decidiu desbloquear dos US$ 75 milhões depositados à Varig pela Varig Log. O bloqueio tinha sido determinado esta semana pela 33ª Vara Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

De acordo com Ayoub, as decisões relativas ao plano de recuperação judicial são de competência da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (à qual ele pertence), conforme determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No entendimento do juiz, os funcionários que pediram o bloqueio da quantia no TRT foram os mesmo que aprovaram o modelo de venda da aérea, então eles não poderiam fazer essa solicitação à Justiça.

A quantia serviu como garantia da compra da Varig pela Varig Log, que arrematou a aérea em leilão no dia 20 de julho.

Os funcionários exigiam o bloqueio do dinheiro para garantir o pagamento de salários atrasados e as indenizações dos 5,5 mil demitidos na semana passada. O juiz, porém, considerou que o modelo de recuperação judicial da empresa aprovado pelos credores prevê que o valor destine-se ao investimento na nova unidade operacional e não na chamada Varig "velha" - aos quais os empregados estão ligados.

"O objetivo é garantir a manutenção das atividades e, conseqüentemente, o aproveitamento do maior número possível de empregos", afirmou o juiz.

entry Aug 2 2006, 07:47 PM
Inflação acelera nas capitais; Brasília tem maior alta

* por Invertia

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) registrou alta em quase todas as capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A maior variação positiva do índice de preços foi verificada em Brasília, onde o índice acelerou 0,33 ponto percentual na comparação com a semana anterior, chegando a de 0,44%.

Em Porto Alegre, o IPC-S também apresentou forte aceleração, de 0,22 ponto percentual, para 0,05%. Também registraram alta os custos em Belo Horizonte, de 0,60%, ante 0,58% na semana anterior. Em São Paulo, o índice registrou aceleração de 0,06 ponto percentual, para 0,07%.

Em Recife e no Rio de Janeiro, o IPC-S seguiu registrando deflação, de 0,14% e 0,02%, respectivamente. Mas os índices representam aceleração em relação à semana anterior, de 0,04 e 0,05 ponto percentual.

O único recuo do índice foi verificado em Salvador, que apresentou deflação de 0,08%, ante também queda de 0,07% na semana anterior.

entry Aug 1 2006, 07:00 PM
Mercado ajusta posições e dólar fecha em alta, a R$2,192

* por Nathália Ferreira

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta nesta terça-feira, impulsionado por ajustes de posição das tesourarias no início do mês e pelo movimento nos mercados norte-americanos depois de dados reforçarem apostas para mais uma elevação de juros no país.

A divisa norte-americana terminou a sessão vendida a 2,192 reais, com avanço de 0,74 por cento.

"A verdade é que o mercado lá fora não está muito bom", resumiu Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, citando expectativas de alta do juro nos EUA e as preocupações geopolíticas com o conflito entre Israel e Líbano.

"Nesse ambiente, dado que o dólar caiu nesses últimos dias e o mês de agosto começando hoje, (essa alta no dólar) é meio que um ajuste do mercado", completou o gerente.

Dados desta manhã sobre o índice de preços de gastos com consumo (PCE, da sigla em inglês) e sobre a atividade no setor manufatureiro dos Estados Unidos reforçaram as apostas de que o Federal Reserve poderá elevar o juro na reunião da próxima semana.

As bolsas norte-americanas operavam em queda nesta tarde, enquanto o dólar recuava frente ao euro em ajustes técnicos depois de a moeda ter avançado pela manhã com os dados.

Os preços internacionais de petróleo fecharam em alta, conforme o conflito entre Israel e Líbano seguia pelo 21o dia.

Internamente, algumas tesourarias ajustaram suas posições em dólar por conta da atuação constante do Banco Central no mercado, contou o gerente de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado.

"Havia muitas tesourarias vendidas (apostando na baixa) que viram que o BC não parava de comprar e então perceberam que não fazia muito sentido ficar muito vendido", explicou o gerente.

"O BC comprou bastante esses dias todos, está faltando um pouco de dólar", completou o gerente. No leilão de compra de dólares desta sessão, a autoridade monetária aceitou sete propostas, com corte a 2,192 reais.

Em entrevista a jornalistas nesta manhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo "continuará a fazer esforços" para atenuar o declínio do dólar, mas ressaltou que dificilmente a moeda voltará a 2,90 reais.

entry Jul 31 2006, 06:09 PM
Com medidas cambiais, Mantega espera real menos valorizado

* por EstadaoOnline

BRASÍLIA - O pacote cambial anunciado no dia 26 pelo governo deve reduzir a entrada de dólares no País, já que os exportadores não terão mais a obrigatoriedade de trazer todos os seus recursos para o Brasil. Inicialmente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá estipular que apenas 70% dos dólares dos exportadores precisam entrar no Brasil. Ou seja, haverá uma redução na oferta de dólares no mercado interno. Isso poderá reduzir a queda do dólar frente ao real.

Contudo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que as medidas cambiais anunciadas não têm por objetivo enfraquecer o real. "O objetivo é evitar que a moeda se valorize tanto", disse ele ao classificar o processo de fortalecimento do real de uma "conquista". Segundo ele, por conta dos fundamentos sólidos da economia e do desempenho forte da balança comercial, a tendência do real é de se valorizar. "O que queremos é atenuar esta tendência, à semelhança do que faz a maioria dos países".

Para o ministro, o impacto das medidas não será imediato na taxa de câmbio, e só deve começar a ter efeito de 15 a 20 dias, quando a medida provisória já estará editada e o Conselho Monetário Nacional (CMN) já terá oficializado a permissão para que 30% dos recursos exportados fiquem fora do País. "A mudança no fluxo só vem depois da MP e do CMN. Não acredito que o mero anúncio das medidas tenha efeito", disse.

Ele evitou responder a uma pergunta sobre para quanto a taxa de câmbio poderia subir. Ele disse que o governo não tem um patamar definido para a taxa de câmbio e, por isso, não pode fazer essa previsão.

O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, também avalia que as medidas cambiais não terão impacto imediato na taxa de câmbio ou no desempenho da balança comercial do País. "O pacote é de redução de custos, não para melhorar a taxa de câmbio", disse. Além disso, segundo ele, no curto prazo as empresas já fecharam os contratos por Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC). No longo prazo, por outro lado, as empresas poderão vir a retardar o ingresso de divisas no Brasil e o menor ingresso poderá elevar a taxa de câmbio.


Juro alto continuará atraindo dólares
O impacto dessa medida nas cotações do dólar, contudo, não é consenso entre analistas. O ex-diretor da Área Externa do Banco Central (BC), Emílio Garófalo Filho acredita que as altas taxas de juros no Brasil continuarão atraindo dólares para o mercado interno. Ou seja, os investidores estrangeiros - e mesmo os exportadores - continuarão a aplicar em ativos remunerados em juros. "Neste contexto, não dá para o BC segurar a queda do dólar", opina o ex-diretor do BC. Mas, de qualquer forma, a redução dos custos do exportador está garantida.


Dólar x inflação
Depois destas medidas, com uma possível alta do dólar frente ao real, a preocupação é de que forma a inflação seria impactada por este cenário. Dólar em alta encarece as importações de produtos e matérias-primas e a tendência é o aumento dos preços. Mantega não acredita neste cenário.

Ele lembrou que quando assumiu o Ministério da Fazenda, a taxa de câmbio estava próxima a R$ 2,00 e que hoje o dólar está em torno de R$ 2,20. Com isso, o ministro observou que já houve uma desvalorização do real e que o impacto desse fato na inflação foi nulo. "A inflação está caindo", afirmou.

Ao responder sobre a possibilidade de as medidas cambiais terem impacto na inflação, Mantega respondeu: "Pode ter ou pode não ter. Se for, será pequeno". O ministro disse ainda: "Não estamos preocupados".


Governo mantém controle cambial
O ministro ponderou, no entanto, que mais uma vez o governo, a qualquer momento, pode suspender essa liberalização. "O governo mantém todos os controles cambiais", afirmou, lembrando que a legislação brasileira permite, inclusive, a adoção da centralização cambial. Mais tarde, Mantega voltou a dizer que o câmbio é flutuante.

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