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entry Jul 2 2019, 08:52 PM
Christine Lagarde deixa direção do FMI para presidir BCE

* por AFP

Washington, 3 Jul 2019 (AFP) - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou estar "muito honrada por ter sido indicada para a presidência" do Banco Central Europeu (BCE), e que vai deixar o cargo no organismo multilateral.

Os dirigentes europeus acordaram, nesta terça-feira, os principais cargos para a direção da União Europeia, que terá duas mulheres em cargos cruciais: uma ministra alemã, Ursula von der Leyen, à frente da Comissão, e a francesa Lagarde no BCE, substituindo o italiano Mario Draghi.

"Me honra ter sido nomeada para presidência do Banco Central Europeu", disse Lagarde num comunicado.

"Em vista do exposto e em consulta com o Comitê de Ética da Diretoria, decidi deixar temporariamente minhas funções como diretora-gerente (DG) do FMI durante o período de nomeação", acrescentou.

Lagarde, de 63 anos, deixa o cargo dois anos antes do final de seu segundo mandato de cinco anos à frente do FMI.

O Fundo anunciou ainda nesta terça que Lagarde será substituída interinamente pelo número dois da entidade, o americano David Lipton, vice-diretor gerente da entidade desde setembro de 2011.

"Aceitamos a decisão da senhora Lagarde de renunciar temporariamente às suas responsabilidades no FMI durante o período de nomeação (da presidência do BCE). Confiamos plenamente em David Lipton", informou a instituição num comunicado.

Sua nomeação atraiu elogios a Lagarde por seu papel na liderança da instituição após a crise financeira global.

"Foi uma tremenda embaixadora do fundo, uma grande vendedora, uma excelente comunicadora", disse Mark Sobel, um ex-funcionário do Tesouro americano e presidente do Foro de Instituições Monetárias e Financeiras Oficiais.

Sobel disse à AFP que Lagarde tem experiência em política monetária inclusive apesar de nunca ter dirigido um banco central e, como o presidente da Reserva Federal americana, Jerome Powell, não é economista.

"Ela esteve envolvida em todo o debate monetário", acrescentou.

Seu segundo mandato no cargo coincidiu com a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e uma onda de confrontos entre as principais economias sobre o comércio, que a ex-ministra das Finanças francesa descreveu como a principal ameaça para a economia mundial.

Lagarde reconheceu também as tensões causadas pela globalização, que afetou as indústrias e gerou muitas demissões.

Entre os nomes que circulam para sucedê-la está o governador do Banco da França, François Villeroy de Galhau.