Bem-vindo, visitante ( Entrar | Registrar )

  Rating ---

4 Páginas V  1 2 3 > » 
Entradas em August 2018

entry Aug 31 2018, 09:23 PM
Canadá e EUA não chegam a acordo sobre novo Nafta

* por EFE

Washington, 31 ago (EFE).- A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, e o representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, não conseguiram chegar a um acordo sobre um novo Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta) nesta sexta-feira, último dia do prazo dado pelo presidente americano, Donald Trump.

"As conversas foram construtivas e fizemos progressos. Nossa equipe se encontrará com a ministra Freeland e seus colegas na quarta-feira da próxima semana", informou Lighthizer em um breve comunicado.

entry Aug 30 2018, 08:54 PM
Ressurge temor de Brexit provocar 'efeito dominó' na Europa

* por Ian Wishart | Bloomberg
com a colaboração de Helene Fouquet e Iain Rogers.

(Bloomberg) -- No momento em que as negociações do Brexit entram em sua crítica fase final, a União Europeia tem de lembrar da razão pela qual queria jogar duro com o Reino Unido desde o início.

O medo de que a separação do Reino Unido do bloco crie um "efeito dominó" com a saída de mais países voltou, dizem diplomatas em Bruxelas. O antagonismo entre o governo italiano e a UE, a expectativa de vitória de candidatos nacionalistas nas próximas eleições na Suécia e o desafio aos valores democráticos da Europa na Polônia e na Hungria tornam mais firme a resolução de que o Reino Unido não pode parecer ter se beneficiado com o Brexit.

Esses lembretes podem dificultar a tarefa da primeira-ministra britânica, Theresa May, de conseguir concessões da UE. Apesar de não acharem o fracasso das negociações do Brexit interessante, os líderes europeus também não querem abrir a menor possibilidade de que haja imitações.

"Se não monitorarmos o Brexit adequadamente podemos ter um efeito dominó", disse o presidente Emmanuel Macron, em Copenhague, na terça-feira. Com o apoio significativo na eleição francesa do ano passado para o Frente Nacional, partido que apoia o Brexit, Macron tem motivos para manter uma consistente postura linha-dura em relação ao Reino Unido.

Medo dissipado
Quando o Reino Unido decidiu deixar o bloco, em referendo realizado em 2016, o medo de que a saída criasse um precedente em toda a Europa ganhou destaque nas mentes dos líderes da UE. Foi por isso que eles se uniram em torno de uma abordagem considerada desnecessariamente dura e inflexível pelo Reino Unido, mas que as autoridades da UE acreditam ser a única forma de manter o bloco intacto.

A vitória de Macron com uma chapa pró-UE, juntamente com a reeleição do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte -- derrotando Geert Wilders, um adversário eurocético e anti-Islã -- ajudou a dissipar o medo dos europeus de que o Brexit provocasse um efeito cascata. A economia europeia respondeu melhor do que o previsto ao choque do Brexit, os 27 governos da UE mostraram uma rara unidade na abordagem adotada para lidar com o Reino Unido e pesquisas mostraram apoio renovado à UE em toda a Europa. Enquanto isso, no Reino Unido, um erro eleitoral e as amargas divisões dentro do governo de May revelaram o custo político da separação.

Agora o medo voltou a Bruxelas. E coincide com o impasse nas negociações do Brexit sobre o relacionamento futuro entre o Reino Unido e a UE e sobre como manter uma fronteira invisível entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. O Reino Unido quer mais concessões da UE, incluindo o direito de permanecer parcialmente no mercado único do bloco. Eles precisam fechar acordo até novembro, no máximo, dizem as autoridades.

Os Democratas Suecos, partido nacionalista que defende um referendo sobre a adesão à UE, são apoiados por 19 por cento dos eleitores, um recorde, segundo pesquisas realizadas antes da eleição geral de 9 de setembro. Os governos polonês e húngaro têm recebido críticas frequentes da liderança da UE pela crescente influência sobre o Judiciário e sobre a liberdade de imprensa.

O governo populista da Itália, por sua vez, criticou Bruxelas durante o verão europeu por políticas para assuntos como imigração e investimentos em infraestrutura e ameaçou vetar o próximo orçamento de longo prazo da UE. O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, estão se posicionando como líderes de uma aliança contra o que chamam de elite "iliberal" da UE.

entry Aug 29 2018, 09:18 PM
Lagarde anuncia apoio a novo cronograma do pacote de ajuda do FMI à Argentina

* por Victor Rezende | Estadão | São Paulo

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou nesta quarta-feira que conversou com o presidente da Argentina, Maurício Macri, onde reiterou seu apoio aos esforços políticos argentinos e a disposição da instituição "a ajudar o governo a revisar seus planos de política econômica". Em comunicado, Lagarde disse que instruiu o FMI "para que trabalhe com as autoridades argentinas a fim de fortalecer o acordo respaldado pelo Fundo e para reexaminar o cronograma do período financeiro".

Os comentários de Lagarde vêm no mesmo dia em que Macri anunciou, em rede nacional, que entrou em contato com o FMI para obter uma antecipação dos fundos do pacote de ajuda ao país em meio à persistente desvalorização do peso argentino em relação ao dólar. Nesta quarta-feira, a moeda americana saltou 8% na comparação com a divisa argentina e nem mesmo uma oferta de US$ 300 milhões ao mercado pelo Banco Central da República da Argentina (BCRA) foi suficiente para conter o ímpeto altista do dólar.

"Tendo em cota as condições mais adversas do mercado internacional, que não haviam sido antecipadas plenamente no programa original com a Argentina, as autoridades trabalharão para revisar o plano econômico do governo com o objetivo de fortalecer o país frente às recentes mudanças nos mercados financeiros mundiais", afirmou Lagarde no comunicado. No início do mês de junho, Argentina e FMI anunciaram um acordo de 36 meses no valor de US$ 50 bilhões.

A diretora-gerente do FMI disse, ainda, estar confiante de que "o forte compromisso e a determinação das autoridades argentinas serão fundamentais para conduzir o país através das difíceis circunstâncias atuais e, em última instância, fortalecerão a economia em benefício de todos os argentinos".

entry Aug 28 2018, 09:46 PM
Canadá inicia discussões sobre reformulação do Nafta em Washington

* por Associated Press | Washington

A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, deu início às discussões sobre como reformular o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) com o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, nesta terça-feira.

Antes de entrar no prédio do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), Freeland disse a repórteres que está "encorajada pelo progresso que os EUA e o México fizeram, particularmente em veículos e mão de obra".

Freeland adiou uma viagem à Europa e foi para Washington um dia depois que o governo de Donald Trump anunciou um acordo preliminar com o México para substituir o Nafta. É a primeira reunião de Freeland com autoridades americanas desde maio.

entry Aug 27 2018, 08:59 PM
Como a crise na Turquia pode afetar relações comerciais do país com o Brasil

* por EFE

São Paulo, 24 ago (EFE).- Exportadores e importadores brasileiros acompanham com a cautela a escalada do conflito comercial e diplomático entre Turquia e Estados Unidos, analisam que algumas oportunidades podem surgir a partir das recentes sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao país euroasiático, mas temem os efeitos da desvalorização da lira sobre outros mercados emergentes.

Especialistas ouvidos pela Agência Efe apontaram que, apesar do agravamento da crise econômica provocada pela abrupta queda da moeda local em relação ao dólar, os embarques de produtos que dominam a pauta de importações de produtos do Brasil pela Turquia, como soja, animais vivos e algodão, não devem ser abalados pelas tensões. Por outro lado, possíveis benefícios para importadores brasileiros dependem de como o real vai reagir às oscilações cambiais externas e internas.

De janeiro até agosto de 2018, a Turquia importou US$ 1,56 bilhão em soja do Brasil, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), quase igualando a receita total dos embarques brasileiros ao país no ano passado, que foi de US$ 1,82 bilhão.

A crise turca, porém, não preocupa o gerente de economia da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan, que projeta que o setor escapará quase ileso dos embates entre Trump e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

"A Turquia, apesar do crescimento (das exportações), não é um mercado vital para a soja brasileira como a China, por exemplo. Além disso, quando um país reduz importações, normalmente ele corta produtos considerados supérfluos. O impacto na compra de alimentos, como a soja, não deve ser muito grande", previu Furlan.

Uma análise similar é feita por Clemens Nunes, professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que ressaltou que as sanções trocadas entre turcos e americanos não incluem produtos-chave da economia brasileira. Para ele, outras brigas compradas por Trump devem influenciar mais a resultado comercial do Brasil neste ano.

"O efeito não deve ser tão grande quanto o causado pelas tarifas chinesas sobre a soja americana. Com a crise econômica turca e a desvalorização do câmbio, as exportações diretas devem cair, embora os efeitos de uma crise comercial global sejam muito mais significativos", argumentou.

Doutor em História Econômica e professor do Insper, Vinícius Müller também acredita que as tensões comerciais entre EUA e Turquia podem gerar oportunidades e desafios para o comércio exterior brasileiro.

"Ao mesmo tempo em que a crise pode ampliar a participação do Brasil no mercado internacional devido às tarifas impostas a outros países, essa guerra comercial pode não ser estrita a algumas nações, mas sim se generalizar, atingindo o nosso país", afirmou.

No sentido contrário, os especialistas ressaltam que a valorização do dólar em relação a moedas de países emergentes, como a própria lira e o real, que ultrapassou a casa dos US$ 4 nesta semana, o maior patamar desde 2016, praticamente eliminam os possíveis benefícios que os embates entre Washington e Ancara poderiam trazer para as importações brasileiras.

No ano passado, segundo o Mdic, o Brasil comprou US$ 469 milhões em produtos turcos, essencialmente frutas secas e componentes ligados às indústrias química e automobilística.

"Com a instabilidade (da guerra comercial), os investidores passam a exigir um retorno maior para investir em países emergentes, o que desencadeia aumento de juros, desvalorização da moeda e redução de crédito", explicou Nunes.

"Se a recuperação da economia turca se concretizar, não deve haver uma variação significativa, pela sazonalidade do problema. Caso contrário, as relações comerciais devem ser comprometidas no longo prazo", concluiu o especialista do Insper.

entry Aug 26 2018, 08:53 PM
Dívida pública da Alemanha pode ficar abaixo do teto da UE já este ano, diz ministro das Finanças

* por Markus Wacket | Reuters

BERLIM (Reuters) - A dívida do setor público alemão pode fica abaixo do teto da União Europeia antes do final deste ano, afirmou neste domingo o ministro das Finanças do país, Olaf Scholz, depois que os números desta semana mostraram que o crescimento da economia está gerando um superávit recorde.

Ao falar no tradicional dia em que os ministérios alemães abrem suas portas ao público, Scholz afirmou que os níveis de débito alemão podem cair abaixo dos 60 por cento da produção econômica antes da meta planejada para 2019.

A queda nos níveis da dívida foram ajudadas pela robusta condição da maior economia da Europa, que cresceu 0,5 por cento no segundo bimestre, levando o superávit do setor público na primeira metade deste ano para um record de 48,1 bilhões de euros.

O crescimento do superávit levou a crescentes chamados de lobistas e outros governos para que a Alemanha aumente investimentos, levando o extremamente cauteloso Scholz a admitir que a quantidade de dinheiro abre "novas possibilidades".

entry Aug 25 2018, 09:17 PM
Presidente do BIS alerta sobre os riscos do protecionismo à economia

* por Reuters

Augustin Carstens, diretor geral do BIS (Banco Internacional de Compensações, da sigla em inglês) fez neste sábado uma crítica contundente para o risco do protecionismo, uma indireta não tão sutil ao presidente americano, Donald Trump, que usa tarifas para espremer concessões de China, México e muitos outros países.

Reverter a globalização "pode aumentar preços, o desemprego e reduzir o crescimento", disse Carstens, ex-chefe do banco central do México, a antigos colegas e atuais chefes de bancos centrais, no simpósio anual de economia do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos).

Tarifas mais altas podem aumentar a inflação dos Estados Unidos e forçar o Fed a aumentar taxas, aumentando o preço do dólar e prejudicando tanto exportadores americanos quanto economias de mercados emergentes, disse Carstens.

O protecionismo também ameaça "desestabilizar mercados financeiros" e colocar um peso sobre o gasto de capital de empresas, já que os investidores passam a ter medo e as condições financeiras se restringem", disse.

O BIS publicou um artigo afirmando que a revogação do Acordo de Livre Mercado da América do Norte (Nafta), uma das ameaças de Trump, significaria a perda de PIB de US$ 37 bilhões ao Canadá, US$ 22 bilhões ao México e US$ 40 bilhões aos EUA, com barreiras sem tarifas sendo responsáveis pela parte das perdas. Salários também cairiam na América do Norte, disse a pesquisa.

Negociadores de México e EUA reduziram as diferenças sobre o pacto nos últimos dias e o Canadá se juntará às conversas uma vez que isso for resolvido, mas o futuro mais amplo do Nafta segue incerto.

EUA e China também têm discutido questões comerciais. Oficiais americanos e chineses também tiveram negociações nesta semana, com poucos progressos, e a guerra comercial apenas cresceu com a ativação de uma nova rodada de tarifas nos produtos avaliados em US$ 16 bilhões dos dois países.

Apesar de o presidente do Fed, Jerome Powell, ter sinalizado com um gradual aumento dos juros num futuro próximo, ele e outros formadores de políticas econômicas têm pisado em ovos a respeito dos efeitos das fricções comerciais à economia dos EUA e na política monetária.

Até agora, eles dizem, o impacto das tarifas e oscilações cambiais relacionadas em alguns países como a Turquia não estão desacelerando a economia dos EUA, e, portanto, não é necessária uma resposta.

Mas, falando no último painel da reunião que examinou o impacto de estruturas de mercado na inflação e outras métricas que os bancos centrais acompanham de perto, Carstens alertou que seria arriscado ignorar os conflitos comerciais.

"Pessoas com influência em políticas econômicas não deveriam ignorar a evidência crescente de que a depreciação abrupta de taxas de juros reduz investimentos e o crescimento econômico em economias de mercados emergentes", disse. "Isso tem implicações para todo mundo, porque uma atividade econômica mais fraca reduz a demanda por exportações de economias avançadas".

entry Aug 24 2018, 08:43 PM
Experiência da Nestlé no Japão pode criar negócio de US$ 1 bi

* por Lisa Du e Maiko Takahashi | Bloomberg
com a colaboração de Corinne Gretler

(Bloomberg) -- A unidade da Nestlé no Japão estima que uma nova divisão que vende bebidas nutritivas e suplementos para consumidores idosos crescerá até se transformar em um negócio de quase US$ 1 bilhão em até dez anos, agora que a gigante de alimentos se tornou a mais recente em empregar genética para comercializar alimentos.

A maior empresa de alimentos do mundo registra uma demanda crescente por um programa de assinatura para nutrição no Japão que pode custar cerca de US$ 600 por ano e oferece cápsulas e outros produtos. Os consumidores enviam fotos de seus pratos de comida por meio de um aplicativo de chat para smartphones e a inteligência artificial do programa os aconselha a complementar a refeição com os chás verdes e produtos lácteos com nutrientes reforçados da Nestlé. Eles também podem melhorar os conselhos usando testes de DNA e amostras de sangue.

Kozo Takaoka, diretor da Nestlé no Japão, espera que o programa seja mais uma maneira de a maior empresa de alimentos do mundo adotar opções mais saudáveis e se afastar ainda mais dos alimentos processados e dos petiscos açucarados, disse o executivo em entrevista de Tóquio.

A Nestlé registrou um total de vendas de 1,75 bilhão de francos (US$ 1,8 bilhão) no ano passado no Japão. Em seu escritório em Tóquio, Takaoka -- responsável por popularizar o KitKat como um produto premium local -- falou sobre a entrada da gigante dos alimentos nos segmentos de nutrição e saúde. O trecho a seguir foi traduzido, editado e condensado.

P: O Japão é um mercado de teste para a entrada da Nestlé nos segmentos de nutrição e bem-estar?
"Em todo o mundo, os problemas de saúde associados à alimentação e à nutrição tornaram-se um grande problema, e a Nestlé precisa abordar isso a nível mundial e torná-lo nossa missão no século 21. Nesse sentido, o Japão pode se tornar um país modelo para os mercados desenvolvidos da Nestlé porque temos uma sociedade envelhecida e uma população cada vez menor."

P: A Nestlé está analisando algum acordo no setor de saúde nutricional ou acordos que possam reforçar o programa de bem-estar no Japão?
"Há uma grande chance de fazer um acordo, criar uma joint venture ou fazer parceria com outras empresas para ampliar esse segmento. Como a tecnologia já transformou grande parte das nossas vidas, empresas com as quais não competíamos no passado agora se tornaram nossas concorrentes. Temos que pensar fora do escopo da indústria alimentícia também."

P: Existe alguma evidência científica de que o uso da genética para fazer escolhas nutricionais possa prevenir doenças?
"Existe muita evidência. Precisamos administrar cuidadosamente o que ingerimos. Há muitas doenças provocadas por uma deficiência de certos nutrientes. Podemos estar ingerindo nutrientes suficientes, mas eles podem não permanecer no corpo por causa do estresse ou por outros motivos. É por isso que usamos os testes de sangue e de DNA para entender um pouco melhor até mesmo pequenas coisas sobre a nossa saúde. Claro, nunca vai ser 100 por cento certo, mas é melhor do que não saber nada."

entry Aug 23 2018, 08:18 PM
Preço do carbono dispara e eleva preço da eletricidade na Europa

* por Rachel Morison e Jeremy Hodges | Bloomberg

(Bloomberg) -- O custo das emissões de combustíveis fósseis aumentou para o nível mais alto em mais de uma década na Europa, ultrapassando 20 euros por tonelada (US$ 23) e aumentando o custo da eletricidade em todo o continente.

As permissões para a emissão de carbono mais do que quadruplicaram, de menos de 5 euros desde meados de 2017, depois que os governos da União Europeia concordaram em eliminar um excedente que deprimiu os preços desde a crise financeira que começou em 2008. Concessionárias de energia elétrica e poluentes industriais precisam dos certificados para cobrir as emissões de gases causadores de efeito estufa que produzem.

A alta é um lembrete de que os governos de toda a região estão determinados a reduzir as emissões responsáveis pelo aquecimento global, começando com a mudança do setor de energia que usa carvão para combustíveis mais limpos, como o gás natural e as energias renováveis. O resultado tem sido alguns dos preços de eletricidade mais altos em anos no Reino Unido, na França e na Alemanha.

"Este é um marco importante para o sistema de comércio de emissões da UE (ETS, na sigla em inglês) e algo que parecia impossível há apenas um ano", disse Jahn Olsen, analista da Bloomberg New Energy Finance. "Havia a sensação de que a reforma concluída recentemente era a 'última chance' para o ETS. O movimento recente dos preços é um indicador forte de que a UE finalmente acertou."

Disparada
Os contratos de referência para os futuros do carbono aumentaram 4,6 por cento, para 20,70 euros por tonelada, no pregão de Londres, estendendo uma alta de cinco dias.

As medidas da UE podem empurrar os preços para 50 euros por tonelada nos próximos três anos, disse a Carbon Tracker, um grupo de pesquisa sobre mudança climática, na terça-feira. A projeção se une a previsões recentes de ganhos adicionais de mercado, do Berenberg Bank à concessionária alemã de energia elétrica RWE, a maior emissora de gases causadores de efeito estufa da Europa.

Maiores custos de emissão podem fazer com que para as geradoras de energia seja mais barato usar gás natural, que requer cerca de metade das permissões necessárias para queimar carvão, que é mais poluente. Essa demanda pode aumentar os preços do gás, negociados atualmente no nível mais alto para esta época do ano em pelo menos vinte anos.

Oferta
"As compras recentes, quase em pânico, apontam para um alto engajamento especulativo que deve ser seguido por uma correção significativa", disseram analistas do Commerzbank.

Por enquanto, os preços do gás e do carbono estão sendo impulsionados pela forte demanda por essas commodities. A China está comprando mais cargas de gás natural liquefeito, pagando preços superiores aos das concessionárias europeias. O resultado apertou a oferta na Europa, elevando os preços do gás do mês anterior para o maior nível desde dezembro.

Restrições ambientais incentivam as empresas a queimarem mais gás do que carvão. A Alemanha, a França e o Reino Unido estão trabalhando em metas para eliminar completamente o uso de carvão nas próximas décadas. Enquanto isso, o uso desses combustíveis requer que as concessionárias comprem licenças de emissão de carbono, e os analistas estimam que esses preços poderão subir.

A Carbon Tracker prevê preços médios de 35 euros a 40 euros por tonelada de 2019 a 2023. As taxas do mercado poderiam chegar 50 euros nos invernos de 2021 e 2022.

Os futuros do carbono de referência mais do que dobraram neste ano, superando o ganho de 9,7 por cento do petróleo e o avanço de 3 por cento no índice de commodities S&P GSCI.

entry Aug 22 2018, 09:10 PM
Marca de bolsas Coach quer se tornar a Louis Vuitton dos EUA

* por Kim Bhasin | Bloomberg | Nova York

A nova sede da Coach, de 65 mil metros quadrados, é um campus de última geração em um dos arranha-céus mais novos de Nova York. Showrooms espalhados por 15 andares olham para os turistas que percorrem a High Line —ferrovia elevada transformada em parque— e nos terraços do 23° andar há um café-restaurante que oferece sushi e sanduíches. Tem até um bar especial de asas de frango para os funcionários que querem variar no almoço.

Mas ainda falta muita coisa. O edifício ocupa o extremo sudeste do Hudson Yards, o novo complexo de US$ 20 bilhões da cidade, e os guindastes rodeiam a torre de vidro de 52 andares desde que a marca se mudou para lá dois anos atrás. Até hoje, o barulho de britadeiras e máquinas de soldar cumprimenta os aproximadamente 1.200 funcionários da Coach todas as manhãs quando eles entram na loja nova e impecável.

No interior, uma reestruturação igualmente radical está em andamento. As vendas da Coach estão apenas começando a se recuperar depois de um período desastroso de três anos, de 2012 a 2015, em que a marca perdeu US$ 928 milhões, mais de 18%, de sua receita anual. Durante esse período, as ações despencaram mais de 62%, do recorde histórico de US$ 77,28 para US$ 28,93.

Para renovar a loja de moda em declínio, o plano é transformá-la na resposta dos EUA a conglomerados de luxo europeus como a Kering e a LVMH, que trabalham com um amplo portfólio de marcas. A LVMH, a maior empresa de luxo do mundo, com uma receita anual de quase US$ 50 bilhões, é dona de todo tipo de produtos, de roupas Louis Vuitton e champanhe Veuve Clicquot até perfumes Guerlain, relógios TAG Heuer e cosméticos Sephora.

Novo chefe
O homem que dirige essa estratégia, empoleirado nas alturas de um escritório de esquina sobre o Rio Hudson, está imitando uma tática de seu ex-chefe. Victor Luis, executivo de 52 anos, dirigiu duas divisões da LVMH antes de entrar na Coach: a grife Givenchy no Japão e os cristais Baccarat nos EUA. Imigrante de São Miguel, uma pequena ilha portuguesa no Atlântico, ele tem um mestrado em economia internacional e, pelo visto, um doutorado em arrogância.

Desde que foi promovido ao cargo máximo em janeiro de 2014, Luis anunciou duas aquisições: um acordo de US$ 574 milhões pela fabricante de calçados femininos Stuart Weitzman e, em julho, US$ 2,4 bilhões pela Kate Spade, uma das inimigas da marca. Ele anunciou demissões, fechou cerca de um terço de suas lojas locais e contratou substitutos para vários executivos de alto nível, entre eles os ex-chefes de marca Craig Leavitt e Wendy Khan. Ele eliminou a divisão de roupa masculina Jack Spade. E também reduziu drasticamente a atividade promocional, como as vendas instantâneas e as mercadorias com descontos, afetando deliberadamente as vendas na esperança de afastar os consumidores dos produtos mais baratos.

Talvez o anúncio mais controverso, pelo menos para os milhões de compradores das bolsas e carteiras da Coach, tenha ocorrido no ano passado, quando Luis deu à grife de 77 anos um novo nome corporativo: Tapestry. A mudança indica que Luis está procurando reposicionar a empresa como uma LVMH americana, que evoluiu para além do “core fashion”.

O desempenho deste ano foi muito melhor. As ações subiram 18% neste ano, para US$ 52,03, até o fechamento de terça-feira. A Coach, a maior divisão da Tapestry, com mais de US$ 4 bilhões, está encerrando 12 meses sólidos e as vendas nas mesmas lojas, uma métrica importante do setor de varejo, se tornaram positivas na temporada de Natal do ano passado. “A maior dúvida para nós —e para mim— era quanto tempo essas coisas demoram?”, diz Luis. “Ansiedade? Preocupação de curto prazo? Com certeza.”

4 Páginas V  1 2 3 > »