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entry Aug 14 2019, 09:56 PM
China e Alemanha alimentam medo de recessão global e pressionam mercados

* por Financial Times | Nova York
com agência Reuter

O medo de uma desaceleração na economia mundial foi intensificado pelos números decepcionantes da China e da Alemanha, que derrubaram o rendimento dos títulos a novos recordes de baixa e pesaram sobre os inquietos mercados mundiais de ações.

Expondo a preocupação cada vez mais forte dos mercados, o rendimento dos títulos de 10 anos dos tesouros dos Estados Unidos e Reino Unido caiu abaixo do rendimento de títulos de vencimento mais curto pela primeira vez desde a crise financeira —uma inversão de seu posicionamento normal que usualmente prenuncia recessões econômicas.

"Creio que a economia dos Estados Unidos tenha força suficiente para evitar [uma recessão]. Mas a probabilidade claramente cresceu e é mais alta do que me pareceria confortável, para ser franca", disse Janet Yellen, ex-chairperson do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, à rede de notícias Fox Business.

Enfatizando a "fuga para a segurança" que vem tomando os mercados recentemente, o título de 30 anos do Tesouro americano registrou 12 pontos básicos de queda de rendimento, para 2,04%, na quarta-feira (14), sua menor marca histórica, e o mercado de ações americano mostrava queda de 2,4% na metade do dia em Nova York.

O índice FTSE All World, que acompanha a saúde dos mercados mundiais de ações, caiu em 1,6% na quarta-feira, e o universo dos títulos que estão pagando rendimento negativo cresceu para mais de US$ 15 trilhões (R$ 60 trilhões), com os investidores se preparando para novas medidas de relaxamento monetário por parte dos bancos centrais.

Os medos dos investidores foram agravados por um conjunto de números fracos sobre a economia chinesa e pela notícia de que a economia alemã encolheu no segundo trimestre. Peter Altmaier, ministro da Economia alemão, disse que o país tinha a capacidade de evitar uma recessão, mas descreveu os números como "um sinal de alerta e um chamado à ação".

Embora o governo Trump tenha postergado a adoção de novas tarifas sobre bens de consumo que deveriam entrar em vigor no mês que vem, os investidores continuam preocupados por a escalada da guerra comercial estar custando cada vez mais caro à economia mundial.

"É um jogo perigoso", disse Dan Ivascyn, vice-presidente de investimento da Pimco, uma grande administradora de investimentos em títulos. "Acreditamos que algum dano econômico esteja sendo causado a cada dia que essa incerteza persiste".

A "inversão da curva de rendimento" registrada nos Estados Unidos —quando os rendimentos dos títulos de longo prazo são inferiores aos dos títulos de curto prazo - foi especialmente preocupante para os investidores, dada a importância da maior economia mundial.

Uma parte diferente da curva do Tesouro, que compara os rendimentos dos títulos de três meses aos dos títulos de 10 anos, já tinha se invertido, mas a mudança na nova área é a mais recente indicação da crescente incerteza sobre o mercado de títulos de renda fixa.

Tipicamente, os títulos de dívida de prazo mais longo são negociados com rendimento mais alto, para remunerar os investidores pelo risco de deter dívidas por prazo mais longo, durante o qual é mais difícil prever as condições econômicas. Quando a curva de rendimento vira, isso em geral é visto como um forte sinal de que os investidores estão antecipando uma desaceleração econômica.

"Isso foi um sinal de alerta sobre uma desaceleração mundial", disse Andrea Iannelli, diretor de investimento da Fidelity International. "Muitas más notícias já estão incorporadas aos preços, mas por enquanto o ímpeto continua extremamente forte".

"A recente escalada nas tensões entre Estados Unidos e China reforça nossa posição de que o comércio e as fricções geopolíticas se tornaram propulsores cruciais da economia e dos mercados mundiais", afirmou a BlackRock, maior administradora mundial de ativos, alguns dias atrás.

Mike Riddell, administrador de fundos na Allianz Global Investors, acautelou que a curva de rendimentos do Reino Unido era um indicador de recessões menos confiável que a americana. "A curva do Reino Unido passou quase metade dos anos 1990 invertida e as coisas correram bem", ele disse.

Mesmo assim, "não há questão de que uma curva que está se atenuando ou invertendo aumenta a probabilidade de recessão".

Índices europeus caem com temores de recessão
As ações europeias caíram para o nível mais baixo em seis meses nesta quarta-feira. O motivo são os dados fracos de Alemanha e China, que apontam para uma recessão iminente.

A diminuição das exportações levou a economia da Alemanha a contrair no segundo trimestre, enquanto o crescimento da produção industrial chinesa foi o mais baixo em 17 anos em julho, ressaltando o impacto da guerra comercial entre Estados Unidos e China sobre o crescimento global.

O rendimento dos Treasuries de dois anos subiu acima do rendimento das notas de 10 anos pela primeira vez desde 2007, uma métrica reconhecida como um sinal clássico de recessão, o que fez os custos de empréstimos do governo na Alemanha caírem para mínimas recordes.

Em Londres, o índice Financial Times recuou 1,42%, a 7.147 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 2,19%, a 11.492 pontos.

Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 2,08%, a 5.251 pontos.

Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,53%, a 20.020 pontos.

Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,98%, a 8.522 pontos.

Em Lisboa o índice PSI20 desvalorizou-se 1,55%, a4.750 pontos.

 
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