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Entradas em March 2021

entry Mar 31 2021, 08:47 PM
Atom dispara após venda de participação para a Exame, acordo com BTG Pactual

* por Paula Arend Laier | Reuters

SÃO PAULO (Reuters) – As ações da Atom dispararam mais de 130% nesta quarta-feira, após a Exame, controlada pelo BTG Pactual, comprar participação de 34,78% na companhia, especialista em publicações e materiais didáticos para o mercado financeiro.

Após o acordo, a WHPH Participações e Empreendimentos, que detinha 69,569%, ficará com fatia de 34,78%. No âmbito da operação, ainda foi acertado um acordo de acionistas entre WHPH e Exame, segundo fato relevante mais cedo nesta quarta-feira.

Os papéis fecharam em alta de 131,41%, a 8,84 reais, melhor desempenho da bolsa na sessão. Na máxima da sessão, chegaram a 10 reais. Para efeito de comparação, o Ibovespa, que não tem os papéis da Atom na composição, caiu 0,18%.

Também relacionado ao negócio, a Atom fechou dois contratos comerciais para aproveitar sinergias e oportunidades de negócios identificadas junto à Exame e ao BTG Pactual.

Em um deles, Exame e Atom poderão promover campanhas de divulgação de seus respectivos produtos, incluindo ações de marketing conjunto. Além disso, a empresa assinou contrato com o BTG, dando continuidade à parceria atualmente vigente para a divulgação de sua plataforma RLP (Retail Liquidity Provider) e prevendo a potencial expansão da parceria.

entry Mar 30 2021, 08:42 PM
Copersucar faz acordo para comprar fatia da Cargill na trading de açúcar Alvean

* por Roberto Samora e Marcelo Teixeira | Reuters

SÃO PAULO/NOVA YORK (Reuters) – A brasileira Copersucar assinou nesta terça-feira a compra de 50% de participação da Cargill na Alvean, joint venture entre as duas companhias que lidera o mercado de açúcar, disse a empresa em comunicado.

Com o acordo, a Copersucar deverá ser a única dona da Alvean, que detém cerca de 20% do comércio global de açúcar.

Do outro lado, a Cargill afirmou que a venda da fatia na Alvean faz parte de “uma decisão estratégica de portfólio para concentrar seus esforços em seus principais negócios de alimentos, agricultura e comércio”.

Isso significa que a empresa deixará o trading de açúcar, esclareceu a assessoria de imprensa da Cargill, ressaltando que a companhia atenderá a demanda da commodity dos seus clientes por meio do negócio de ingredientes alimentícios localizados no México, Estados Unidos e Brasil.

No Brasil, por exemplo, o acordo com a Copersucar não inclui os negócios da Cargill na Cevasa e SJC Bioenergia, joint venture da Cargill com o grupo São João.

A Cargill disse ainda acreditar que a Alvean, formada em 2014, ficará “bem posicionada sob a propriedade total da Copersucar”.

A operação está sujeita à aprovação do Cade, a autoridade concorrencial brasileira.

“Após a conclusão da transação, a Alvean seguirá atuando como empresa independente, tendo gestão autônoma e governança própria, mantendo suas atividades e a força da sua marca, além de presença e escala globais”, acrescentou a Copersucar em nota mais cedo.

A Alvean atende a clientes em todo o mundo por meio de escritórios nos principais centros de originação, venda e comércio (Genebra, Hong Kong, Bangcoc, Xangai, Bilbao e Miami), contando com uma logística integrada.

“O negócio de açúcar é pilar essencial do crescimento da Copersucar. Com a aquisição da Alvean, a companhia consolida a sua relevante posição no mercado internacional”, completou.

A Cargill havia anunciado em janeiro que estava em negociações para deixar a Alvean.

O valor do acordo, assinado nesta terça-feira, não foi divulgado.

A Copersucar, responsável pela comercialização da produção de açúcar e etanol de dezenas de usinas no Brasil, deverá pagar a transação com recursos próprios, segundo uma fonte com conhecimento da situação.

A aquisição da parcela da Cargill deixa aberta a possibilidade de a Copersucar buscar outras parcerias estratégicas para ampliar a atuação, acrescentou esta fonte, que pediu para não ser identificada.

A Copersucar ainda controla a comerciante de etanol dos EUA Eco-Energy, uma das gigantes do mercado global.

entry Mar 29 2021, 09:36 PM
Nomura e Credit Suisse alertam sobre perdas após fundo dos EUA não cumprir chamada de margem

* por Reuters

Os bancos Nomura e Credit Suisse estão enfrentando bilhões de dólares em perdas depois que um hedge fund (semelhante ao fundo multimercado) dos Estados Unidos, que fontes afirmam ser o Archegos Capital, não cumpriu chamadas de margem, colocando investidores em alerta sobre quem mais poderia ter sido pego.

As perdas na Archegos Capital Management, comandada por Bill Hwang, ex-gestor do Tiger Asia, desencadearam uma grande venda de ações na sexta-feira (26), segundo fonte familiarizada com o assunto.

O Nomura, o maior banco de investimento do Japão, alertou nesta segunda (29) que enfrenta uma possível perda de US$ 2 bilhões devido a transações com um cliente norte-americano, enquanto o Credit Suisse disse que o não cumprimento de chamadas de margem por um fundo com sede nos EUA poderia ser "altamente significativo e substancial" para o resultado do primeiro trimestre.

O banco suíço disse que um fundo ficou "inadimplente em chamadas de margem" para ele e outros bancos, o que significa que o Credit Suisse estava se desfazendo das posições do fundo.

Duas fontes disseram que as perdas do Credit Suisse provavelmente serão de pelo menos US$ 1 bilhão. Uma dessas fontes disse que as perdas podem chegar a US$ 4 bilhões, um número também divulgado pelo Financial Times. O Credit Suisse não quis comentar sobre qualquer estimativa.

As ações do Nomura fecharam com queda de 16,3%, um declínio recorde para um dia, enquanto as ações do Credit Suisse caíram 14%, a maior perda em um ano.

O regulador financeiro da Suíça disse nesta segunda que estava ciente do caso do hedge fund e entrou em contato com o Credit Suisse a respeito. O regulador suíço também disse que vários bancos estavam envolvidos.

O Banco Nacional da Suíça não quis comentar.

No Japão, o secretário-chefe de gabinete, Katsunobu Kato, disse que o governo vai monitorar cuidadosamente a situação envolvendo o Nomura e que a Agência de Serviços Financeiros compartilhará informações com o Banco do Japão.

As ações de outros bancos foram afetadas, com o Deutsche Bank caindo 3,2%, enquanto o UBS perdia 3,9%. O UBS não fez comentários imediatos sobre os preços de suas ações ou exposição à Archegos.

A exposição ao Archegos do Deutsche era uma fração do que outros têm, disse uma fonte familiarizada com o assunto, acrescentando que o banco alemão não havia incorrido em perdas e estava em processo de administração de sua posição.

CHAMADA DE MARGEM
Uma chamada de margem é quando um banco pede a um cliente que forneça mais garantias se uma transação parcialmente financiada com dinheiro emprestado cair drasticamente em valor. Se o cliente não puder fazer isso, o credor venderá os ativos para tentar recuperar o que é devido.

Chamadas de margem sobre a Archegos Capital levaram a um desmonte massivo de apostas em ações alavancadas. As ações da ViacomCBS e da Discovery caíram cerca de 27% na sexta, enquanto as ações listadas nos EUA da Baidu e da Tencent Music despencaram durante a semana, caindo 33,5% e 48,5%, respectivamente, dos níveis de fechamento de terça.

Os investidores estavam nervosos sobre se toda a extensão da aparente movimentação da Archegos foi realizada ou se havia mais vendas por vir.

Hwang não respondeu a uma mensagem no LinkedIn. Uma pessoa da Archegos que atendeu o telefone no sábado não quis comentar. Hwang, que fundou a Archegos e dirigiu a Tiger Asia de 2001 a 2012, rebatizou-a Archegos Capital e transformou-a em um family office, de acordo com uma imagem do site do fundo. O Tiger Asia era um fundo com sede em Hong Kong que buscava lucrar com apostas em títulos na Ásia.

Em 2012, Hwang fechou acordo relacionado a negociação com informações privilegiadas com a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos EUA), de acordo com nota à imprensa na época. Ele e suas firmas concordaram em pagar US$ 44 milhões no acordo, segundo o comunicado.

A escala das perdas nos bancos provavelmente levantará questões sobre a supervisão dos bancos de sua exposição à Archegos.

"Se os números que podemos ler sobre o Credit Suisse forem precisos, há claramente um grande problema de gerenciamento de risco", disse Jérôme Legras, sócio-gestor e chefe de pesquisa da Axiom Alternative Investments, que investe em bancos e seguradoras.

entry Mar 28 2021, 08:43 PM
Solana, a criptomoeda que quer substituir o Ethereum, valoriza 14% em um dia

* por Decrypt

Em meio a recuperação das criptomoedas, o destaque deste domingo fica com a Solana (SOL) que subiu 14% durante a noite para registrar um preço de US$ 18,22 por token, dando continuidade a uma valorização de mais de 30% em valor desde o último fim de semana.

O aumento pode estar relacionado à notícia de que novo capital entrou na rede Solana nesta semana na forma de um investimento de US$ 40 milhões de dois investidores importantes: as bolsas OKEx e MXC.

Desenvolvido por uma equipe de ex-engenheiros da Intel e do Dropbox, Solana foi apontado no ano passado como um potencial subistituto do Ethereum devido ao fato de que seu blockchain tem menos taxas e pode processar até 50.000 transações por segundo. Embora o Ethereum tenha iniciado o lançamento do ETH 2.0 no ano passado (com expectativas de até 100.000 transações por segundo em alguns anos), atualmente opera em cerca de 14 TPS.

Ethereum estagnou um pouco hoje e cresceu menos de um por cento durante a noite. Uma única moeda ETH agora vale US$ 1.707. Ainda assim, é quase 4% mais barato do que no fim de semana passado.

A Binance Coin também opera em alta de mais de 5% sendo negociada a um preço de US$ 271. Isso ainda é 20% abaixo de seu ATH de US$ 343 no mês passado, mas seu preço tem acompanhado de perto o do Bitcoin.

O Bitcoin cresceu 2% nas últimas 24 horas para recuperar seu preço de US$ 56000, embora tenha registrado a máxima histórica de US$ 61.700 há apenas duas semanas.

O preço do Bitcoin caiu na semana passada, com uma queda particularmente forte de 10% ocorrendo durante a noite na quinta-feira. A economia dos Estados Unidos está se recuperando e com isso o dólar voltou a se valorizar. Os dois eventos estão relacionados de forma muito plausível, já que o valor do Bitcoin como reserva de valor está intimamente ligado à confiança global em moedas fiduciárias.

Outro grande vencedor da noite para o dia que vale a pena mencionar é o THETA, que agora está sendo negociado por US$ 12,41. Isso é 4,33% a mais do que era 24 horas atrás, representando um crescimento de quase 50% desde o último fim de semana.

entry Mar 27 2021, 08:29 PM
Cosan aprova criação de novo plano de recompra de ações

* por Gabriel Araujo | Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O conselho de administração da Cosan aprovou a criação de um novo plano de recompra de ações da companhia, envolvendo no máximo 17 milhões de papéis, indicou ata de reunião realizada nesta sexta-feira.

O programa foi aprovado por unanimidade e substituirá o plano de recompra atualmente vigente. O objetivo da operação é a aquisição de ações para manutenção em tesouraria, cancelamento ou alienação.

Atualmente, a Cosan possui cerca de 288,6 milhões de ações ordinárias em circulação e 11,7 milhões mantidas em tesouraria. A recompra, dessa forma, envolveria no máximo 3,63% do total de ações e até 5,89% dos papéis circulantes.

O prazo para realização da operação é de até 18 meses, disse a Cosan, que utilizará como corretoras Bradesco, Citigroup, Credit Suisse, Itaú, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Santander e XP Investimentos.

"A recompra de ações será realizada por meio da utilização de recursos disponíveis nas contas de reservas de lucros da companhia", acrescentou.

entry Mar 26 2021, 09:37 PM
Reino Unido e UE firmam pacto de cooperação para serviços financeiros

* por Huw Jones | Reuters

LONDRES (Reuters) - O Reino Unido e a União Europeia (UE) firmaram um novo pacto de cooperação em serviços financeiros nesta sexta-feira, mas que não chega a reconectar a cidade de Londres ao bloco após o processo do Brexit.

"Passos formais precisam ser dados por ambos os lados antes que o Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) possa ser assinado, mas espera-se que isso possa ser feito rapidamente", disse o Ministério das Finanças do Reino Unido em comunicado.

Uma vez assinado, o MoU criará a estrutura para cooperação voluntária em serviços financeiros, estabelecendo o Fórum Regulatório Financeiro Conjunto Reino Unido-UE, disse o ministério.

Bruxelas tem dito que um MoU não dará automaticamente a empresas do Reino Unido acesso ao mercado financeiro depois que a saída total do país do bloco, em 31 de dezembro passado, deixou a cidade de Londres em grande parte isolada da UE.

O acordo é semelhante ao que o bloco já fez com os Estados Unidos para a realização de reuniões regulares, informais e não vinculantes de reguladores financeiros.

entry Mar 25 2021, 09:39 PM
Reino Unido dá 5 dias para Facebook explicar questões de concorrência após compra do Giphy

* por Reuters

BENGALURU, Índia (Reuters) – O órgão de defesa da competição do Reino Unido deu cinco dias para que Facebook e Giphy apresentem propostas que solucionarem receios gerados pela compra da empresa de imagens animadas pela rede social.

A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido começou a investigação sobre o negócio em janeiro. O órgão descobriu que a Giphy, que já foi rival do Facebook em anúncios digitais fora do Reino Unido, tinha planos de se expandir para outros países.

“Se Giphy e Facebook permanecerem unidos, a Giphy pode ter menos incentivo para expandir sua publicidade digital… Isso é particularmente preocupante dado o poder de mercado do Facebook”, disse o regulador.

A maior empresa de mídia social do mundo comprou a Giphy, um site para criar e compartilhar imagens animadas, ou GIFs, em maio do ano passado com intenção de integrá-lo ao Instagram. No entanto, uma fonte disse à Reuters em junho que o Facebook estava interrompendo essa integração.

A empresa disse que as integrações do Giphy com outras plataformas sociais como Twitter, Snapchat e TikTok, não mudariam.

“Esta fusão é boa para a concorrência e no interesse de todos no Reino Unido que usam a Giphy e nossos serviços – de desenvolvedores a provedores de serviços e criadores de conteúdo”, disse um porta-voz do Facebook, acrescentando que a empresa irá cooperar com a investigação.

Representantes da Giphy não comentaram.

entry Mar 24 2021, 09:27 PM
Carrefour Brasil compra BIG e ações fecham com salto de quase 13%: por que o anúncio animou tanto os investidores?

* por Lara Rizério | Infomoney

SÃO PAULO – Surpreendendo boa parte do mercado e marcando mais uma grande operação do varejo alimentar em menos de um mês, o Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou na madrugada desta quarta-feira (24) a compra do Grupo BIG por um valor de R$ 7,5 bilhões. O grupo BIG, antigo Walmart no Brasil, tem sob seu guarda-chuva marcas como Sam’s Club e Maxxi atacados.

A operação animou os investidores e fez a ação CRFB3 subir até 16,24% nesta sessão, fechando em alta de 12,77%, a R$ 21,73, com a avaliação de um grande potencial de geração de sinergias, destacada pela própria varejista em R$ 1,7 bilhão ao Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) após três anos da conclusão da operação, que ainda está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A transação será efetivada com 70% do valor em dinheiro e 30% por meio de ações do Carrefour Brasil, com um adiantamento de R$ 900 milhões em dinheiro aos vendedores. Ao final da operação, a controladora Carrefour sairá de 71,6% para 67,7% de participação, enquanto a Península (veículo de investimentos de Abílio Diniz, ex-controlador do Pão de Açúcar) ficará com 7,2%. Já a gestora de fundos de private equity Advent, juntamente com a Walmart, ficará com mais 5,6% das ações de Carrefour. Os 19,5% restantes serão o free float.

O BIG vai adicionar 387 lojas às 489 do Carrefour, sendo 35 lojas Sam’s Club (21% das vendas) e como o único formato novo, 107 hipermercados e cerca de 200 supermercados e 49 atacarejos (27%).

O Grupo BIG ainda conta com 41 mil funcionários, presença em 19 estados brasileiros e registrou R$ 24,9 bilhões em vendas brutas em 2020. A combinação criará um grupo com vendas brutas de cerca de R$ 100 bilhões e aproximadamente 137 mil funcionários atuando em todos os formatos, destacou o Carrefour em comunicado, consolidando sua liderança no varejo alimentar no Brasil. Analistas do Bradesco BBI, que citam dados da consultoria Nielsen, estimam que a participação de mercado do Carrefour passará de cerca de 13% para cerca de 19%.

A operação do Carrefour acontece dois meses depois do fracasso da fusão do grupo com o canadense Couche-Tard. Ao apresentar os resultados anuais, a empresa francesa anunciou que reforçará sua posição “onde já estava presente”. O Brasil é o primeiro objetivo da estratégia.

“Nosso grupo passou à ofensiva”, anunciou o CEO global da empresa, Alexandre Bompard, em comunicado ao destacar que a operação é parte da estratégia de crescimento exterior do grupo, baseada em “consolidar a presença em mercados-chave”, como o Brasil, onde o Carrefour está presente desde 1975. “Aumentamos há três anos nossa liderança no mercado de distribuição de alimentos neste país, que tem imensas perspectivas de desenvolvimento”, disse Bompard.

Em termos de múltiplos, o Carrefour Brasil está adquirindo o grupo BIG por 8,3 vezes o EV/Ebitda (Valor da Firma Total dividido pelo potencial de geração de caixa), um prêmio em relação aos seus próprios múltiplos, hoje na casa dos 6,5 vezes EV/Ebitda, considerando o resultado de 2020.

Para o UBS, embora não seja “uma operação maravilhosa”, é um negócio atraente, com as altas sinergias fortalecendo significativamente a posição competitiva da empresa.

O Morgan Stanley também vê a transação proposta como alinhada com a estratégia do Carrefour, com a empresa focada formatos de alto crescimento e, dado o nível de sinergias almejadas, caso essa transação fosse aprovada, ajudaria o Carrefour Brasil a consolidar sua liderança no país e sua estratégia de multicanalidade.

A forte presença do BIG nas regiões Nordeste e Sul (onde o Carrefour tem presença limitada), encontra uma série de complementaridades com a sua atual operação com as bandeiras Atacadão (Atacarejo) e Carrefour (proximidade, Hiper, Super, Cartões e Banco), com forte presença na região Sudeste, destaca a Levante Ideias de Investimentos.

Se, no curto prazo, é esperada uma reação bastante positiva no preço das ações (como já vem ocorrendo nesta sessão), a expectativa é geração de valor grande para a empresa nos próximos anos, em caso de aprovação pelo Cade, avalia a equipe de análise.

“Enxergamos a operação como uma das mais relevantes do varejo alimentar, juntamente com a cisão de Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí (ASAI3)”, apontam, destacando a operação de divisão do atacarejo e varejo do GPA que ocorreu no começo de março (veja mais clicando aqui). Vale ressaltar que, em teleconferência com analistas e investidores nesta quarta-feira (24), Noël Prioux, CEO do Carrefour, afirmou que o grupo não pretende fazer a cisão entre seus negócios de multivarejo e atacarejo (pelo menos não no momento). Ele apontou que, para a empresa, um ecossistema global faz mais sentido que um sistema dividido.

A Levante ainda reforça que as sinergias potenciais com o BIG começam com as próprias lojas físicas, com lojas de formatos semelhantes e recentemente reformadas, o que facilita a conversão rápida para as bandeiras do Carrefour e mantendo a qualidade física dos imóveis. O BIG e BIG Bom preço (Hiper) serão convertidos em Carrefour ou Atacadão, Maxxi atacado será convertido em Atacadão em sua totalidade e as marcas de supermercados serão mantidas, porém com adição do logotipo do Carrefour de modo a manter o conhecimento do público local onde a BIG opera atualmente, mas com um elemento de reconhecimento da marca Carrefour.

O Morgan Stanley ainda avalia que o Atacadão e o Carrefour Brasil oferecem preços melhores para os consumidores em comparação com outros concorrentes. Graças à escala e às sinergias, isso também pode ajudar o Grupo BIG a alcançar preços mais competitivos para os clientes.

Além disso, haverá a adição em seu portfólio de dois formatos atualmente não operantes pela empresa, o Clube de Atacado e produtos diferenciados, voltados para as classes A e B (Sam’s Club) e a bandeira TodoDia, uma loja de proximidade de soft discount, que visa promoções agressivas pontuais mirando o giro de estoque.

O Sam’s Club possui margem superior a toda a operação e atualmente conta com mais de 2 milhões de assinantes em um formato de operação único no país. Já o TodoDia oferece uma penetração em regiões bastante específicas com demandas distintas, o que facilita a entrada do Carrefour em novas áreas geográficas, sem atrito na operação, avaliam.

Além disso, a empresa poderá incorporar as operações do BIG em seu sistema digital integrado, com os apps de descontos e compras, expansão da base de clientes para o Banco Carrefour com maior potencial de emissão de novos cartões, além da logística integrada, com ampliação das entregas rápidas e em mais localidades, com a modalidade de compra multicanal (click e retire, entrega no mesmo dia, compras e entregas express).

“Um dos detalhes mais importantes e relevantes da transação a nosso ver, além do tamanho combinado das empresas, é o ganho de eficiência operacional bastante visível pela frente, tanto na frente de vendas como na frente de custos”, avalia a Levante.

Outro ponto positivo, e apontado pelo próprio Carrefour, é a base de ativos imobiliários do grupo Big, incluindo terrenos e construções prontas, com valor próximo a R$ 7 bilhões e potencial adicional para ser explorado futuramente para expansão orgânica ou até venda.

Elevação das expectativas
Avaliação o negócio como positivo e considerando que foi uma transação em termos de valores, além de adicionar novos caminhos ao crescimento da varejista, o Bradesco BBI aponta que a operação pode levar a um acréscimo de 20% nas suas estimativas de lucro por ação no terceiro ano de operação aprovada. A recomendação atual para os ativos é outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 28, ou potencial de alta de 45,3% em relação ao fechamento da véspera.

Já os analistas do BTG, ao assumirem as sinergias a valor total e um período de três anos a ser capturado, calculam uma adição de R$ 12 na ação do Carrefour ou valor presente líquido da empresa de R$ 25 bilhões.

“A aquisição deve acalmar algumas das preocupações que os investidores têm enfrentado com o aumento da concorrência, principalmente no segmento de Cash & Carry, notoriamente devido ao ressurgimento do BIG após a sua aquisição pela Advent. Haverá claramente desafios, com a execução contínua da recuperação de BIG sendo o principal deles”, avalia o BBI.

Cabe lembrar que o movimento de venda do BIG marca uma saída estratégica para a Advent, que há dois anos e meio adquiriu a totalidade das operações do Walmart no país e realizou uma virada financeira e operacional. A ideia inicial era de realizar a abertura de capital do grupo Big (IPO), porém o mercado não se encontrava tão favorável para o movimento.

A expectativa é de que também o Cade analise o negócio em detalhes. Porém, os analistas avaliam que, dada a experiência do Carrefour a partir da aquisição do Makro, é improvável que a empresa tenha assinado o acordo se houvesse uma grande chance de “remédios” significativos e amargos por parte da autarquia.

Atualmente, segundo compilação da Refinitiv com 13 casas de análise que cobrem o papel CRFB3, 8 delas possuem recomendação de compra para o ativo, enquanto 5 têm recomendação neutra. Já o seu par no setor, a PCAR3, possui 11 recomendações de compra e 3 neutras. Contudo, com as operações recentes de ambas as companhias, a reavaliação pode ocorrer para o setor.

Já a XP ajustou o preço alvo de R$ 25 para R$ 28 por ação, incorporando a aquisição no preço alvo e os resultados do quarto trimestre nos nossos números, mas mantendo a recomendação neutra uma vez que veem a transação praticamente refletida no preço de tela enquanto as sinergias somente deve ser capturadas a partir do ano que vem. “Apesar de não trabalharmos com isso como cenário base, entendemos que há o risco da transação não ser concluída, o que levaria o nosso preço alvo para R$ 24 por ação”, apontam os analistas.

entry Mar 23 2021, 08:46 PM
Solução de blockchain será usada para rastrear gastos públicos

* por Aluísio Alves | Reuters

SÃO PAULO (Reuters) – Uma ferramenta baseada na tecnologia blockchain, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será usada para rastrear gastos públicos no Brasil.

Batizada de GOV Token, a solução baseia-se numa rede na qual são registrados os recursos liberados por entidades públicas, por meio da emissão de tokens, representações eletrônicas de uma quantia em dinheiro.

As movimentações financeiras ficam gravadas em uma cadeia de blocos e podem ser acessados pelo público. E o registro permite rastrear o que foi feito o recurso, incluindo quem o emitiu, quem o recebeu e como foi usado.

Apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio) e a GOV Token foi desenvolvida pela empresa carioca de tecnologia Investtools, que informou nesta terça-feira que o projeto foi desenvolvido em cooperação com o BNDES.

entry Mar 22 2021, 09:19 PM
Credit Suisse sofre nova cobrança antitruste da UE envolvendo investigação sobre câmbio

* por Reuters

O Credit Suisse disse nesta segunda-feira (22) que sofreu nova cobrança antitruste da União Europeia, três anos depois que autoridades do bloco acusaram o banco suíço de fraude nas taxas de câmbio em um caso de quase uma década.

O setor financeiro está na mira antitruste da UE há cerca de dez anos por manipular taxas de referência de juros, títulos do governo e de câmbio, resultando em bilhões de euros em multas impostas a vários bancos.

A Comissão Europeia havia enviado em julho de 2018 uma nota de cobrança conhecida como 'comunicação de objeções' ao Credit Suisse, o segundo maior banco da Suíça. Cinco anos antes, o braço executivo da UE havia indicado investigação nesta área.

A comunicação de objeções normalmente estabelece atividades anticoncorrenciais descobertas por reguladores que podem levar a multas de até 10% do faturamento global de uma empresa.

O Credit Suisse confirmou na segunda o recebimento de uma comunicação de objeções adicional.

"O Credit Suisse continua a acreditar que não se envolveu em nenhuma conduta sistêmica nos mercados de câmbio que violou as regras de concorrência da União Europeia e está contestando o caso", disse o banco em um comunicado.

A Comissão, que enviou o documento na semana passada, disse que continua investigando a conduta anterior no mercado de câmbio à vista.

Em maio de 2019, a divisão de concorrência da UE aplicou uma multa total de 1,07 bilhão de euros a Barclays, Royal Bank of Scotland (RBS), Citigroup, JPMorgan e MUFG Bank por fraudes em negociações com moedas.

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