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With or Without Money

Reino Unido Ficará Pior Economicamente Com Brexit,

Reino Unido ficará pior economicamente com Brexit, diz relatório do governo britânico

* por BBC News

O Reino Unido ficará mais pobre quaisquer que sejam os termos do Brexit comparando com um cenário em que o país seguisse na União Europeia, segundo uma nova análise do Tesouro britânico.

Dados oficiais indicam que a economia britânica pode deixar de crescer 3,9% em 15 anos se forem seguidos os planos da premiê, Theresa May, levando em conta um cenário em que o Brexit não ocorresse.

Mas caso o Brexit seja executado sem um acordo, o PIB britânico pode deixar de crescer 9,3%, segundo estimativas.

O Bank of England, por sua vez, estimou que a economia britânica poderá encolher em 8% caso não haja um período de transição no Brexit e disse que a moeda britânica, a libra, poderá perder um quarto de seu valor.

Desde que um referendo no Reino Unido determinou a saída da União Europeia, o Brexit, em 2016, o governo britânico e o bloco europeu passaram a discutir os termos da saída.

Neste mês, May obteve o aval do governo para um acordo pelo qual o Brexit ocorreria paulatinamente, com uma fase de transição de 21 meses e que poderia ser prorrogada. Assim, a economia britânica teria tempo de se adaptar à saída, e o Reino Unido e a UE poderiam negociar um acordo comercial antes da ruptura completa.

No entanto, para ser levado a cabo, o plano precisa ser aprovado pelo Parlamento britânico - isso num momento em que May está fragilizada politicamente e muitos parlamentares estão descontentes com os termos negociados. A votação está marcada para o dia 11 de dezembro.

"Nosso acordo é o melhor disponível para empregos e para a economia, que nos permitiria honrar o referendo e aproveitar as oportunidades do Brexit", disse May, que está percorrendo o país para defender a proposta.

Não está claro o que ocorrerá se o plano não for aprovado pelo Parlamento. Uma possibilidade é que o Reino Unido deixe a União Europeia bruscamente, sem qualquer regra de transição.

Mas os parlamentares teriam até 21 dias para elaborar uma alternativa à proposta de May.

O plano já foi endossado por líderes dos 27 países da UE e, para vigorar, também deverá passar pelo crivo do Parlamento Europeu - lá, acredita-se que será aprovado sem dificuldades.

O que dizem os estudos?
Com 83 páginas, a análise do Tesouro britânico não prevê o impacto da proposta de May.

O documento avalia o potencial efeito das propostas acertadas em julho pelos ministros do governo e que são a base da proposta atual.

Nesse cenário, a economia ficaria 3,9% menor do que se o Reino Unido permanecesse na União Europeia.

Analistas independentes dizem que 3,9% do PIB seriam equivalentes a cerca de £ 100 bilhões (R$ 985 bilhões) por ano até a década de 2030.

O relatório do governo também examina outros três cenários possíveis, incluindo um Brexit sem acordo, que seria o mais impactante.

Qual o impacto político?
O ex-secretário responsável pelo Brexit David Davis contestou o relatório do Tesouro. Ele diz que previsões anteriores do órgão se mostraram falhas.

O parlamentar Philip Hammond, do Partido Conservador, disse que o acordo proposto garante a maioria dos benefícios econômicos de permanecer na UE, e os benefícios políticos de deixar o bloco.

Questionado se o Reino Unido ficará mais pobre com o plano de May, ele afirmou: "A economia ficará ligeiramente menor na versão preferida pela primeira-ministra quanto à parceria futura".

Mas ele disse que permanecer na UE não é viável politicamente.

E os acordos comerciais?
O político Bill Cash, também do Partido Conservador e contrário à permanência na UE, diz que Hammond ignora os potenciais benefícios de deixar a UE. "E os acordos comerciais que poderão nos dar as maiores oportunidades ao redor do mundo, se pudermos negociá-los?"

Enquanto faz parte da UE, o Reino Unido não pode negociar acordos comerciais por conta própria, só em bloco.

Segundo os planos de May, o Reino Unido poderá negociar acordos comerciais logo após o dia marcado para o Brexit (29 de março de 2019), mas só poderá implementá-los após os 21 meses da transição.

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