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entry Feb 17 2007, 11:00 PM
Brasil pagará US$ 100 mi a mais por gás boliviano

* por Jeferson Ribeiro Reuters


Brasil e Bolívia chegaram a um acordo para aumentar a receita boliviana com a exportação de gás natural. A partir do dia 15 de março, a Petrobras passará a pagar para a Bolívia não só pelo gás, mas também pelos subprodutos que vêm misturados ao insumo.

Hoje, o gás enviado pela Bolívia é rico também em GLP (mistura de metano e butano), etano e gasolina natural. Essas commodities têm valor alto no mercado internacional e, agora, serão pagas em separado pela cotação internacional. O acordo, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Bolívia, Evo Morales, atende aos interesses dos dois países e mantém as regras do atual contrato. Segundo o ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Carlos Villegas, a adição contratual pode render cerca de US$ 100 milhões ao ano para o País.

No início das negociações, os bolivianos exigiam um reajuste de US$ 4,20 para US$ 5 por milhão de BTU importado pelo Brasil. Porém, esse aumento era considerado pelos negociadores brasileiros pouco factível e sem base técnica e econômica. Contudo, a Bolívia queria de qualquer forma aumentar a receita com a exportação de gás.

Então os bolivianos propuseram o pagamento dos gases nobres que eram exportados junto com o gás natural. A Petrobras aceitou a proposta. Porém, a estatal não tem como utilizar os subprodutos ainda. Segundo o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, os gases nobres só poderão ser usados se a empresa construir uma planta de separação desses insumos, o que ainda vai demandar pelo menos um ano e algum investimento.

No ano passado, a Bolívia recebeu aproximadamente US$ 1,2 bilhão pelo contrato do Gasbol (Gasoduto Brasil Bolívia). A estimativa é que com o aditivo contratual esse valor suba em torno de 3% ou 4%. Porém, a rentabilidade pode ser bem maior, porque o volume dos gases adicionais será medida diariamente. A quantidade desses subprodutos no gás natural depende do valor calorífico que o gás é enviado para o Brasil.

Segundo Gabrielli, o pagamento adicional pelos subprodutos não será repassado para as distribuidoras estaduais de gás, a Petrobras irá arcar com esse custo adicional. "Os contratos com as distribuidoras estão postos e, portanto, não há alteração", disse.

Cuiabá
Os bolivianos conseguiram também um reajuste de 252% sobre o preço do gás fornecido para a Termo Cuiabá. Hoje, a termelétrica paga apenas US$ 1,19 por milhão de BTU de gás natural importado da Bolívia. Como o preço era considerado completamente defasado por ambas as partes, foi acertado um reajuste para US$ 4,20 por milhão de BTU.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, esse aumento será repassado aos consumidores da térmica, porém o impacto será bastante inferior aos 252% pagos a mais para os bolivianos.

Nesse caso, Villegas estima que a Bolívia terá uma receita adicional de aproximadamente US$ 44 milhões por ano.

 
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