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With or Without Money

Operações Internacionais Da Portugal Telecom

Operações internacionais da Portugal Telecom ficam em risco

* por UOLOnline

Lisboa, 27 Set (Lusa) - A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Sonaecom coloca em risco os projetos da PT para os negócios internacionais, especialmente na África, mas não anula as "fortes ambições" do grupo de que, este ano, metade do resultado operacional bruto provenha destas operações.

Desde que a Sonaecom lançou a OPA sobre a Portugal Telecom (PT), em 6 de fevereiro, a estratégia de crescimento internacional da operadora de telecomunicações tem sido um dos principais argumentos nas críticas de Paulo e Belmiro de Azevedo.

A Sonaecom tem sido incisiva no que diz respeito à Vivo, joint-venture entre a PT e a espanhola Telefónica, que, apesar de ser líder no setor em que opera, tem perdido parcelas de mercado, mês após mês.

Segundo a empresa de Paulo Azevedo, a geração de caixa da PT em Portugal tem sido consumida na internacionalização (e em particular no Brasil), sem que isso tenha trazido "vantagens competitivas", uma vez que se trata, na maioria, de participações que não garantem à empresa portuguesa o domínio acionista.

A gestão da PT, por sua vez, defende as participações internacionais e tem afirmado, repetidas vezes, "a importância estratégica" destas operações, especialmente no que diz respeito ao Brasil, África e, em menores proporções, Ásia.

A PT garante que África e Brasil são os mercados internacionais onde tem maior potencial de crescimento e recorda que muitas das posições detidas em mercados africanos decorrem da atribuição de licenças pelos Estados (que freqüentemente são acionistas de referência).

Se Sonaecom admite o interesse em "procurar novas aquisições em África" no mercado móvel, já o Brasil não é visto somente como estratégico, mas também como um dos ativos a alienar, caso a OPA avance.

Mas se Paulo Azevedo já deixou bem claro a sua falta de interesse em permanecer na Vivo, Henrique Granadeiro também já disse com todas as letras que a presença na operadora móvel é estratégica, inquestionável, e não está à venda, nem mesmo à Telefónica.

No entanto, fica adiada a intenção de encontrar um parceiro estratégico para o mercado africano, que permita à PT crescer naquele mercado e eventualmente dispersar na bolsa de Johanesburgo o capital de uma empresa que agregasse todas as participações acionistas detidas pela PT naquele continente.

Participações internacionais

No total, são 24 participações internacionais, agrupadas na PT Investimentos Internacionais, que abrangem os mercados brasileiro, africano (Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Quênia e Marrocos, também em parceria com a Telefónica, cada uma com 32,18% do capital da Médi Télecom), asiático (China, região administrativa especial de Macau e Timor- Leste) e europeu (através da húngara HDH).

A PT tem ainda um acordo de controle de gestão com a Mascom Wireless, do Botswana, cuja participação acionista de 50,01% foi vendida em 2004, e ganhou o concurso (em parceria com a angolana Unitel, de que tem 25%) para a compra de 34%do capital social da Mobile Telecommunications (MTC), na Namíbia.

São poucas as empresas em que a operadora portuguesa tem posição de controle (como a são-tomense CST, com 51%, e a TV Cabo Macau, com 80%).

Segundo os dados divulgados pela PT, as operações internacionais representam quase um terço das receitas totais do grupo e cerca de 70% do total de clientes (somando aproximadamente 32 milhões).

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