O caso dos 60 milhões de barris de petróleo perdidos da Noruega * por Mikael Holter | Bloomberg (Bloomberg) -- A Noruega tem a reputação de ser um dos lugares mais calmos e previsíveis da indústria mundial do petróleo, mas ultimamente tem se mostrado cheia de surpresas. Durante o pior declínio em uma geração, de 2014 a 2016, as empresas ultrapassavam constantemente as projeções oficiais em meio ao aumento da produção de petróleo, desafiando a queda dos preços. Mais recentemente, com o retorno do petróleo aos maiores patamares em muitos anos, elas tiveram problemas. A Direção Norueguesa de Petróleo agora projeta que a produção atingirá o menor patamar em 31 anos em 2019, com produção estimada de quase 60 milhões de barris menos do que a previsão anterior para este ano e 2018. São 80.000 barris por dia a menos do que o esperado. O que aconteceu? 1. Atraso na manutenção Uma das razões mais mencionadas para a produção de petróleo inferior às projeções nas atualizações mensais da Direção Norueguesa de Petróleo em 2018 foram as paralisações de manutenção. Em 2016, quando a produção ultrapassou as projeções em 6 por cento, as petroleiras reduziram as interrupções para manutenção. Elas insistiram na época que as reduções se deviam a ganhos de eficiência e não estavam criando um atraso. 2. Falhas e atrasos Os desafios técnicos em plataformas ou sob o leito submarino e a produção adiada no ano passado também afetarão 2019, disse a diretora-geral da Direção Norueguesa de Petróleo, Bente Nyland, em entrevista. O campo Maria, da Wintershall, é um exemplo de campo que não teve o desempenho esperado e o Gina Krog, da Equinor, também iniciado em 2017, "provavelmente está na lista", disse Nyland. 3. Excesso de confiança e campos pequenos Autoridades e empresas podem ter sido otimistas demais nas suposições a respeito das reservas e das taxas de produção de certos campos, disse Nyland. Ela preferiu não dar exemplos, mas a Direção informou recentemente que a empresa Spirit Energy havia reduzido a estimativa de reservas de petróleo de seu campo Oda, que deve começar a produzir em março, em cerca de 30 por cento, para 33 milhões de barris. Pressionados para melhorar a lucratividade após a queda dos preços do petróleo, em 2014, as petroleiras fizeram um grande esforço para reduzir custos e escolher soluções que elevassem a contagem de recursos de seus projetos. Isso pode ter levado algumas delas a adotar uma visão excessivamente otimista em relação a quantos barris seriam capazes de explorar, disse Simon Sjothun, analista da consultoria Rystad Energy. Futuro mais brilhante Não há dúvida de que a queda abrupta na produção de petróleo da Noruega é temporária. O país nórdico desfrutará de um aumento espetacular na produção em 2020 graças ao campo Johan Sverdrup, da Equinor, que deverá começar a produzir em novembro deste ano. Com até 3,2 bilhões de barris em reservas de petróleo e uma produção de 440.000 barris por dia em sua primeira fase, o gigantesco campo do Mar do Norte deverá contribuir em 2020 para o maior aumento anual da produção da Noruega desde os anos 1980.
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