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Entradas em September 2019

entry Sep 20 2019, 09:43 PM
Softbank avalia 40 empresas para investir no Brasil; fará anúncio grande em 2 semanas

* por Aluisio Alves | Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo japonês SoftBank Group está avaliando dezenas de empresas com elevado potencial de crescimento para investir no Brasil e deve anunciar um grande porte nas próximas duas semanas, disse nesta sexta-feira o principal executivo da companhia no país, André Maciel.

"Temos umas 40 empresas (para investir) no Brasil", disse Maciel durante evento do Cubo, centro de empreendedorismo tecnológico do Itaú Unibanco.

Maciel, ex-diretor gerente do JPMorgan no Brasil, disse ainda que o SoftBank deve anunciar investimentos no país nas próximas semanas, sendo um deles de grande porte, mas não deu detalhes.

Desde que anunciou em março a criação de um fundo de investimento de 5 bilhões de dólares focado em projetos de tecnologia na América Latina, o SoftBank tem liderado uma série de investimentos multimilionários na região.

Esse movimento incluiu liderar um aporte de 1 bilhão de dólares no aplicativo de entregas Rappi, um de 150 milhões de dólares em outro aplicativo do setor, a Loggi, um de 250 milhões de dólares na plataforma de aluguel de imóveis QuintoAndar, além de comprar uma fatia de cerca de 15% no Banco Inter.

Segundo Maciel, "o Brasil ainda tem espaço para criar muitos unicórnios", jargão de mercado para nomear startups com avaliação de mercado acima de 1 bilhão de dólares.

O executivo disse que o SoftBank vê oportunidades no país nas áreas de saúde, logística, transporte e agronegócio, entre outros.

entry Sep 19 2019, 08:50 PM
Casino negocia venda de rede Leader Price para Aldi

* por Dominique Vidalon e Benoit Van Overstraeten | Reuters

PARIS (Reuters) - O varejista francês Casino afirmou nesta quinta-feira que está negociando vender sua rede francesa de lojas de apelo promocional Leader Price para a rival alemã Aldi.

O anuncio acontece com o presidente-executivo e controlador do Casino, Jean-Charles Naouri, procurando formas de aliviar as dívidas da empresa - e as da controladora Rallye - incluindo com a venda de ativos.

O Casino afirmou que, após uma manifestação de interesse da Aldi France, os dois grupos "entraram em discussões com o objetivo de pedir à Aldi France uma oferta vinculativa".

Analistas esperavam uma venda do Leader Price após o Casino anunciar no mês passado que visava a venda de 2 bilhões de euros em ativos, além dos 2,5 bilhões inicialmente pretendidos para reduzir o peso da dívida.

O varejista contratou o BNP Paribas para lidar com o possível acordo, acrescentou o jornal.

No início deste mês, o empresário tcheco Daniel Kretinsky e seu parceiro eslovaco Patrik Tkac compraram uma participação de 4,63% no Casino, numa demonstração de apoio a Naouri.

O Casino controla no Brasil o Grupo Pão de Açúcar.

entry Sep 18 2019, 08:49 PM
Grupo espanhol Jealsa abrirá 2 fábricas de conservas no Ceará

* por EFE

Redação Central, 18 set (EFE).- O grupo espanhol Jealsa, uma das cinco maiores indústrias de conservas de peixes do mundo, expandirá seus negócios no Brasil com a abertura de duas novas fábricas no Ceará, segundo anúncio feito pelo governador Camilo Santana.

Com um investimento próximo de R$ 100 milhões nos próximos anos, o grupo espanhol expandirá a produção de sardinhas e atum em conserva no estado, o que gerará 750 empregos diretos e milhares de empregos indiretos no setor de pesca na região Nordeste.

O acordo foi assinado nesta quarta-feira entre Santana e o presidente do Grupo Jaelsa, Jesús Manuel Alonso, em Corunha, província no noroeste da Espanha onde fica a sede da empresa do setor alimentício.

"Estou muito satisfeito com este acordo, que trará mais empregos e desenvolvimento ao Ceará", declarou o governador depois da assinatura do convênio.

"O Ceará hoje é admirado e respeitado pela responsabilidade fiscal, transparência e investimento público", acrescentou.

O presidente do Grupo Jealsa também destacou a importância do acordo, que ampliará a capacidade de produção do grupo para servir os mercados nacionais e internacionais, incluindo os Estados Unidos e a Europa.

O Ceará lidera as exportações de pescados e crustáceos no país. Só de janeiro a agosto deste ano, segundo dados da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho estadual, vendeu para o exterior mais de 6 mil toneladas, obtendo receita de mais de US$ 47,1 milhões, ultrapassando o Pará, que no mesmo período exportou US$ 36,4 milhões.

O maior destaque nesse setor foi a exportação de lagosta, que rendeu US$ 29 milhões, ou seja, mais de 50% do obtido pelas vendas ao exterior no segmento.

Com a construção das duas novas fábricas, a empresa espanhola expandirá as atividades no Ceará, onde já tem presença no município de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, a Crusoe Foods, uma das companhias do grupo espanhol.

O Grupo Jealsa é uma holding integrada por 26 sociedades agrupadas em quatro áreas de atividade: pesca e serviços, meio ambiente, alimentação e energia.

Além do acordo assinado nesta quarta, Santana firmou outro convênio com a região espanhola da Galícia e com o Grupo Jaelsa para a troca de conhecimentos, tecnologia e profissionalização para o desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira no Ceará.

entry Sep 17 2019, 09:49 PM
AB InBev quer levantar até US$ 4,8 bi com IPO de unidade da Ásia

* por Carol Zhong, Julia Fioretti e Thomas Buckley | Bloomberg
com a colaboração de Amy Li, David Ramli, Vinicy Chan, Zhen Hao Toh e Jinshan Hong

(Bloomberg) -- A Anheuser-Busch InBev planeja levantar até US$ 4,8 bilhões, aproximadamente metade da meta anterior, com a retomada da oferta pública inicial de sua unidade na Ásia.

Cerca de 1,26 bilhão de ações da Budweiser Brewing Company APAC serão vendidas em Hong Kong por HK$ 27 a HK$ 30 cada, informou a empresa na terça-feira. Em julho, a cervejaria havia cancelado um IPO que buscava captar até US$ 9,8 bilhões. Uma semana depois, a empresa fechou um acordo para vender seus ativos australianos para a japonesa Asahi por US$ 11,3 bilhões.

A oferta atraiu o fundo soberano de Cingapura GIC como investidor-chave, com o compromisso de aportar US$ 1 bilhão, informou a empresa. A tentativa anterior não tinha essa participação.

A retomada do IPO da Budweiser Brewing deve impulsionar a bolsa de Hong Kong em um momento quando os protestos contra o governo no país e tensões comerciais entre EUA e China abalam o mercado. Com a oferta, Hong Kong pode ultrapassar Xangai para se tornar a terceira maior bolsa do mundo em termos de volume de venda de ações em um IPO.

Além de ajudar a AB InBev a reduzir a dívida de mais de US$ 100 bilhões após a compra da SABMiller em 2016, a listagem pode acelerar o objetivo da gigante de cervejas de criar um líder local na Ásia, principalmente por meio de aquisições. Jan Craps, CEO da Budweiser Brewing, disse que o IPO dará mais flexibilidade à empresa para buscar acordos e que o grupo se concentrará em áreas onde ainda não é líder de mercado, em particular no sudeste da Ásia.

"Se a Budweiser puder abrir capital com sucesso, terá um impacto positivo nos mercados de capitais de Hong Kong, demonstrando que há bom apetite por grandes listagens", disse Edward Au, colíder do grupo de ofertas públicas nacionais da Deloitte China, com sede em Hong Kong. O IPO também facilitaria o caminho para futuras ofertas de ações menores, disse.

O JPMorgan Chase e o Morgan Stanley são os coordenadores do IPO em Hong Kong.

entry Sep 16 2019, 09:33 PM
Aramco pode ter que esperar meses para recuperar produção

* por Anthony DiPaola, Javier Blas e Will Kennedy | Bloomberg
com a colaboração de Christopher Sell e Evan Sully

(Bloomberg) -- A Saudi Aramco está menos otimista quanto à rápida recuperação da produção de petróleo depois do ataque do fim de semana e agora precisa esperar semanas ou meses antes que a maior parte da produção seja restaurada na gigante unidade de processamento de Abqaiq.

A grande pergunta é sobre a rapidez com que o reino pode se recuperar do devastador ataque, que atingiu cerca de 5% da oferta global e provocou um aumento recorde dos preços do petróleo. Inicialmente, a expectativa era de que volumes significativos de petróleo poderiam começar a fluir novamente dentro de dias. Embora a Aramco ainda esteja avaliando o estado da unidade e o escopo dos reparos, atualmente acredita-se que menos da metade da capacidade da instalação possa ser restaurada rapidamente, disseram pessoas a par do assunto, que não quiseram ser identificadas porque as informações são confidenciais.

"Os danos às instalações de Abqaiq são mais graves do que se pensava", disse Amrita Sen, analista-chefe de petróleo da Energy Aspects. "Embora ainda acreditemos que até 50% dos 5,7 milhões de barris por dia de produção que foram suspensos possam retornar rapidamente, a retomada total pode demorar semanas ou até meses."

A perda de Abqaiq, que movimenta 5,7 milhões de barris de petróleo por dia, ou cerca da metade da produção saudita, é o pior e súbito corte de fornecimento do mercado de petróleo. A Saudi Aramco está acionando campos ociosos de petróleo offshore - parte de sua reserva de capacidade não utilizada - para substituir parte da produção perdida, disse uma pessoa. Os clientes da Aramco também estão sendo abastecidos com estoques, embora a empresa esteja oferecendo petróleo de graus diferentes a alguns compradores. O reino possui estoques domésticos suficientes para cobrir cerca de 26 dias de exportações, de acordo com a consultoria Rystad Energy.

Em um dia extraordinário de negociação, o petróleo tipo Brent deu um salto de quase US$ 12 nos segundos após a abertura em Londres, a maior alta em dólares desde seu lançamento em 1988. Os preços depois devolveram parte desse ganho inicial de quase 20%, mas subiram novamente enquanto os operadores esperavam em vão por uma declaração da Aramco que esclarecesse a escala dos danos. Os contratos futuros eram negociados a quase US$ 69 o barril a partir das 18h19, horário local, rumo ao maior avanço de todos os tempos. Um volume recorde de contratos do tipo Brent mudou de mãos.

entry Sep 15 2019, 08:49 PM
UE poderá precisar regular uso de dados por gigantes de tecnologia

* por Foo Yun Chee | Reuters

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia poderá impor regras para assegurar que companhias que coletam dados não utilizem as informações de maneira irregular, afirmou a chefe da agência de defesa da concorrência do bloco nesta sexta-feira, sinalizando como poderá usar poderes ampliados para agir sobre empresas norte-americanas como Facebook e Google.

Os comentários de Margrethe Vestager, indicada para mais cinco anos no comando da agência de defesa da competição da UE, sinalizam, que ela poderá introduzir novas regras para especificamente cobrir companhias de tecnologia e o uso que fazem dos dados recolhidos dos usuários.

Até agora, multas foram aplicadas após análises de cada caso que se basearam em regras que não são específicas do setor.

Sob Vestager, multas de cerca de 10 bilhões de euros foram aplicadas contra Google e Qualcomm após tribunais determinarem que as empresas agiram para conter rivais.

“Se queremos definir o mercado, definir o que é aceitável e o que não é, então o que precisamos não é de mais fiscalização da competição. Precisamos de regulação”, disse ela durante conferência em Copenhague.

“Então poderemos precisar de regras mais amplas para termos certeza de que a maneira pela qual as companhias coletam e utilizam os dados não prejudique valores fundamentais de nossa sociedade”, disse Vestager sem dar detalhes.

Ela afirmou que as regras de proteção de dados adotadas pela UE no ano passado deram aos europeus controle sobre dados pessoais mas não ajudam em casos em que problemas surgem quando companhias utilizam as informações irregularmente ou para atingirem a democracia.

entry Sep 14 2019, 08:54 PM
Zona do euro intensifica trabalho em projeto de criptomoeda pública

* por Francesco Guarascio | Reuters

HELSINQUE (Reuters) - Governos e bancos centrais da zona do euro estão trabalhando em um plano de longo prazo para lançar uma moeda digital pública que eles esperam que torne redundante projetos como a libra, do Facebook, que é vista como um risco à estabilidade financeira, disseram autoridades nesta sexta-feira.

O bloco de 19 países também está unido na busca de uma abordagem regulatória rígida, caso a libra busque autorizações para operar na Europa. Também estão considerando um conjunto comum de regras para moedas virtuais, que atualmente não são regulamentadas.

A UE trabalhou nos últimos anos em vários planos para tornar os pagamentos digitais mais baratos e mais rápidos, mas nenhum deles decolou até o momento. Mas os planos divulgados em junho pelo Facebook para lançar sua própria moeda digital para permitir pagamentos entre centenas de milhões de usuários na Europa e em todo o mundo provocaram uma reconsideração das autoridades europeias.

“A libra foi um alerta”, disse o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Benoit Coeure, em entrevista coletiva em Helsinque, após uma reunião de ministros das finanças da zona do euro.

Ele disse que a libra reviveu os esforços para ampliar a aceitação de um projeto apoiado pelo BCE para pagamentos em tempo real na zona do euro, conhecido como TIPS. O projeto, lançado no ano passado, foi recebido com cautela pelos bancos.

“Também precisamos intensificar nosso pensamento sobre uma moeda digital do banco central”, acrescentou, revelando um plano até agora pouco conhecido.

Um funcionário do BCE disse que o projeto poderá permitir que os consumidores usem dinheiro virtual, que seria depositado diretamente no BCE, sem a necessidade de contas bancárias, intermediários financeiros ou contrapartes compensadoras.

Todos esses atores são necessários agora para processar pagamentos digitais, mas podem não ser mais necessários se o BCE assumir suas funções, reduzindo os custos de transação. A libra também não precisará de intermediários financeiros.

O projeto do BCE começou antes do anúncio da libra e pode durar meses ou até anos, disse Coeure. A viabilidade técnica continua a ser estudada e é provável que os bancos se oponham.

entry Sep 13 2019, 08:55 PM
Economia global "longe da recessão", diz funcionário do FMI

* por Andrea Shalal | Reuters

WASHINGTON (Reuters) - As tensões comerciais estão pesando sobre o crescimento ao redor do mundo, mas o Fundo Monetário Internacional está "longe" de prever uma recessão global, disse um funcionário do FMI à Reuters nesta sexta-feira, enquanto o Fundo se prepara para apresentar novas perspectivas econômicas no próximo mês.

O FMI disse na quinta-feira que tarifas impostas ou ameaçadas por Estados Unidos e China poderiam reduzir em 0,8% a produção econômica global em 2020 e desencadear perdas nos próximos anos.

"As tensões comerciais estão pesando sobre o crescimento. Mas nós realmente não vemos recessão nas condições atuais. Acho que estamos longe disso", disse o funcionário do FMI, familiarizado com o preparação das perspectivas.

"Embora a atividade manufatureira tenha sido fraca, também vemos resiliência no setor de serviços e a confiança do consumidor está se sustentando. A questão é quanto tempo essa resiliência pode durar, e estamos monitorando cuidadosamente todos os indicadores ", afirmou o funcionário, que não estava autorizado a falar publicamente.

O Fundo divulga relatórios de perspectiva econômica duas vezes ao ano para coincidir com suas reuniões, de primavera e outono, com projeções para o PIB global do ano corrente e do ano seguinte.

entry Sep 12 2019, 07:59 PM
Juros baixos: bancos perdem fôlego, poupadores sofrem, devedores comemoram

* por AFP

Frankfurt am Main, 12 Set 2019 (AFP) - A política de taxas de juros baixas e negativas que o Banco Central Europeu (BCE) adota há cinco anos já gerava preocupação nos bancos da zona do euro antes da nova queda do preço do dinheiro, decidida nesta quinta-feira (12).

Veja a seguir como esta estratégia afeta os bancos e seus clientes e poupadores.

Como impacta os bancos?O BCE decide a política monetária dos 19 países-membros da zona do euro, ao fixar o nível das taxas de juros chamadas "oficiais". Essas taxas influenciam o custo do crédito que os bancos oferecem e a rentabilidade da poupança.

Desde março de 2016, a instituição monetária sob sua principal taxa oficial a 0%, o que permite aos bancos pegar dinheiro emprestado gratuitamente por uma semana.

Além disso, desde o verão de 2014, os bancos têm que pagar ao depositar seu excesso de liquidez a curto prazo no BCE. A chamada "taxa de depósitos" sanciona os bancos, obrigando-os a pagar -0,40%.

Agora, este pagamento terá uma taxa anual de -0,50%. O BCE acaba de reduzir o pagamento pela quarta vez desde 2014 para impulsionar os empréstimos bancários e estimular a atividade.

A montanha de dinheiro parado alcançava, no início de setembro, cerca de 1,8 trilhão de euros, segundo o BCE. Ao aplicar uma taxa de -0,50%, a fatura anual será de 9 bilhões de euros para os bancos, calcula a AFP.

Por isso, o BCE fez um gesto favorável aos bancos nesta quinta, instaurando um sistema de juros negativos em dois níveis, que exonera um volume importante de liquidez dessa taxa negativa. Isso deve levar a uma redução "à metade" da fatura para os bancos, segundo Frederik Ducrozet, da Pictet Wealth Management.

Os bancos precisam depositar fundos no BCE para lidar com as retiradas de dinheiro de seus clientes. Contudo, costumam depositar muito mais que esse montante obrigatório.

Essas taxas de juros constituem assim uma ferramenta crucial: ao incentivar o baixo custo do crédito e obrigar os bancos a pagar quando armazenam o dinheiro, em vez de emprestá-lo, o Banco Central pretende estimular a atividade econômica.

Esta política afeta diretamente a rentabilidade dos bancos em sua atividade de empréstimo, ao reduzir cada vez mais a margem entre a taxa de juros que eles emprestam e a que pagam quando se refinanciam.

Até agora, bancos franceses e alemães pagam o tributo mais alto.

Quais são perspectivas?
Os bancos devem convencer investidores de sua capacidade para enfrentar juros negativos duradouros, ao mesmo tempo em que devem respeitar a regulamentação que lhes obriga a adquirir capitais adicionais para enfrentar eventuais choques financeiros.

Agora o sistema bancário não está exposto de forma uniforme às taxas baixas: os grupos bancários com receitas muito dependentes dos empréstimos e dos depósitos, como os bancos regionais alemães, são os maiores prejudicados por este cenário e sofrem mais que os bancos diversificados em serviços financeiros, seguros e bancos de negócios e investimentos, que é o caso dos franceses.

Quais são as consequências para clientes e poupadores?"As taxas negativas levam a uma situação absurda, porque os bancos não querem mais ter depósitos de clientes", disse Sergio Ermotti, diretor do banco suíço UBS, no início de setembro.

Até agora, os bancos só cobravam de seus clientes depósitos importantes quando se tratava de empresas, mas, de acordo com uma pesquisa realizada em julho na Alemanha, cerca de 30 bancos no país decidiram cobrar dos clientes mais ricos por seus depósitos, quando exceder 100.000 euros.

No entanto, essa prática não é comum na zona do euro, onde os bancos competem fortemente entre si para conquistar mais clientes e, assim, compensar sua perda de margem.

O empréstimo imobiliário a uma taxa competitiva tornou-se sua principal isca, em benefício de novos devedores, que estão emergindo como os grandes vencedores da estratégia do BCE.

Por outro lado, os poupadores que investem seu dinheiro em investimentos financeiros parecem ser os perdedores, uma vez que a lucratividade de muitos produtos de poupança caiu ao mesmo tempo em que os juros. Esta é uma questão particularmente sensível na Alemanha, onde muitos aposentados contam com suas economias.

Taxas negativas garantem que os investimentos financeiros deixem de ser atraentes e "induzem a riscos excessivos, tanto para pessoas físicas, quanto para fundos de investimento, que buscam rentabilidade a todo custo e que se voltam para produtos mais arriscados, o que é um perigo", disse o economista Eric Dor, diretor de estudos econômicos da IESEG Management School.

entry Sep 11 2019, 08:56 PM
Mesas de trading da Argentina passam do caos à calma inquietante

* por Ignacio Olivera Doll | Bloomberg

(Bloomberg) -- Um ano de atividade frenética nas mesas de câmbio dos principais bancos da Argentina sofreu uma parada repentina.

A imposição de controles de capital em 1º de setembro reduziu os volumes, ao mesmo tempo em que estabilizou o peso, a moeda com pior desempenho do mundo este ano. As oscilações diárias de até 15% caíram para não mais de 0,4% no período de uma semana.

Uma operadora, que pediu para não ser identificada porque não tem permissão para falar sobre a situação de seu banco, disse que já não precisa chegar cedo no escritório e, enquanto está na mesa, passa o tempo lendo sobre outros assuntos. Os colegas aproveitam para resolver pendências.

Muitos traders temem que o novo período de calma tenha vindo para ficar e que seus empregos estejam em risco. Os controles cambiais implementados para segurar a desvalorização do peso e defender as reservas internacionais do banco central puxaram o tapete do mercado. As negociações diminuíram ao mínimo, pois as empresas só podem negociar moedas para operações de comércio exterior.

A negociação de títulos de dívida também diminuiu com os controles de capital, já que agora investidores estrangeiros não podem retirar seus recursos do país tão facilmente.

A apenas alguns quarteirões de distância das mesas de câmbio localizadas nas torres mais altas do centro de Buenos Aires, escritórios de pequenas corretoras estão com muito trabalho.

Os controles de capital criaram oportunidades que muitos argentinos comuns foram rápidos em aproveitar, como as operações de dólar MEP. Funciona assim: as pessoas compram dólares, depois compram títulos denominados em dólares e vendem os papéis por pesos no mercado local. O diferencial entre a taxa de câmbio oficial e a taxa MEP rende um lucro de 7%, enquanto permite à contraparte retirar dinheiro do país.

"Está difícil dar conta", disse Federico Grand, da Guardati Torti, um corretor de grãos da Ciudad de Rosario. Alguns clientes vão à corretora três vezes ao dia.

A única desvantagem é o limite mensal de US$ 10 mil para compras de dólares por argentinos comuns.

"A notícia da oportunidade de negociação está se propagando como fogo", disse Grand. "Alguns clientes gastaram todo o limite somente na semana passada."

O aumento da atividade também proporcionou algum alívio aos operadores de câmbio agora ociosos.

A mesa está praticamente fechada, disse um operador, que trabalha em um dos principais bancos da Argentina e não quis ser identificado. Agora, ele e os colegas ajudam outras áreas do banco para passar o tempo.

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