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Entradas em September 2018

entry Sep 10 2018, 09:04 PM
Diretor do Bird diz ter 2 'nãos' à necessidade de política industrial no Brasil

* por Francisco Carlos de Assis | Estadão | São Paulo

O diretor do Banco Mundial (Bird), Martin Raiser, disse nesta segunda-feira, 10, que tem dois "nãos" e um "talvez" para a pergunta sobre se o Brasil precisa de uma nova política industrial. O primeiro "não", de acordo com Raiser, é porque há dúvidas se pauta da política industrial é a raiz do baixo crescimento de produtividade.

"Se a gente faz um benchmarking, a primeira coisa que a gente vai ver é que a taxa de investimento e baixa. Então você não precisa de uma pauta de política industrial porque se não investe não vai crescer nunca", disse o diretor do Bird durante o seminário "Retomada da Indústria - Uma Estratégia de Longo Prazo", promovido pela Associação Brasileira de Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.

O primeiro "não", de acordo com o economista, é também porque a taxa de poupança no Brasil nunca chegou à proporção de 30% do PIB como ocorre nos países asiáticos. Para ele, mesmo que o setor público ajude, a taxa de poupança não será elevada à proporção de 30% do PIB. Soma-se aí, de acordo com o executivo, o baixo posicionamento do Brasil nos rankings de países no quesito infraestrutura.

"No item ambiente de negócios do Banco Mundial o Brasil está colocado na 125ª posição, atrás de Rússia e Índia. Estes dois países estavam perto do Brasil, mas nos últimos dez anos eles fizeram reformas microeconômicas importantes. O Brasil não fez e está ainda nesta posição", disse, acrescentando que na área da calibragem tributária o Brasil aparece na 183ª posição, um dos piores do mundo, e é uma das economias mais fechadas do mundo.

O segundo "não", de acordo com Raiser, é porque o Brasil já tentou várias políticas de incentivo à indústria que não tiveram muito efeito. "Alguns programas como o cartão BNDES, por exemplo, tiveram efeito, mas a maioria dos programas não teve efeitos positivos", criticou.

O "talvez", de acordo com o economista é porque o Bird ser contra políticas industriais não faz sentido. "As evidências são de que todos os países que tiveram sucesso de produtividade sustentável na área econômica tiveram algum tipo de política industrial", disse. Mas, de acordo com ele, para que uma política industrial dê certo é preciso análises profundas das falhas de mercado que essa política se propõe a atacar.

entry Sep 9 2018, 08:40 PM
Califórnia lidera luta contra a mudança climática nos EUA de Trump

* por Marc Arcas | EFE

São Francisco, 9 set (EFE).- Apesar da luta contra a mudança climática ter deixado de ser prioritária para o Governo dos Estados Unidos desde a chegada de Donald Trump à Presidência, o estado da Califórnia surgiu como uma referência mundial com compromissos tão ambiciosos como usar 100% de energia limpa em sua rede elétrica em 2045.

Este acordo, aprovado recentemente pelas duas câmaras legislativas, está à espera da assinatura do governador, Jerry Brown, que na próxima semana será um dos anfitriões da Cúpula Mundial de Ação Climática, que será realizada em São Francisco, por isso que especula-se que o anúncio sobre o tema nos próximos dias.

"Quando o governador assinar a lei, a Califórnia se transformará na maior economia do mundo com a meta de gerar toda sua eletricidade de forma limpa", explicou à Agência Efe o senador e impulsor da medida Kevin de León. "De fato, acredito que alcançaremos este objetivo inclusive antes, em 2035", acrescentou.

O estado mais populoso dos EUA foi um dos que mais notou durante os últimos anos os efeitos da mudança no clima: a Califórnia sofreu a pior seca em mais de mil anos (2012-2016), seguida por devastadores episódios de fortes chuvas (2017), que multiplicaram os deslizamentos de terras e criaram as condições para os gigantescos incêndios florestais deste ano.

O compromisso adquirido por este estado tem um grande simbolismo dado o contexto em nível nacional, onde a luta contra a mudança climática, da qual o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) tinha feito um de seus pilares, foi praticamente abandonada pela atual Administração liderada por Trump.

O episódio mais famoso desta mudança de posicionamento foi a retirada dos EUA do Acordo de Paris, adotado por 195 países em 2015 e em virtude do qual Washington se comprometia a reduzir para 2025 as emissões de gases do efeito estufa entre 26% e 28% com relação aos níveis de 2005.

Além disso, a Casa Branca também anunciou medidas para eliminar o Plano de Energia Limpa contra as emissões, cortar políticas ambientais, expandir as zonas abertas a perfurações petrolíferas, reduzir os parques naturais e relaxar as restrições de emissões aos veículos.

Em meio a tudo isso, a Califórnia já obteve 29% de sua eletricidade no ano passado mediante fontes renováveis, o que significou praticamente triplicar o número de 2007, graças em grande medida à indústria que cada vez mais aposta com mais força pela energia solar, eólica e geotérmica.

"Era necessária uma lei para mostrar compromisso e motivar ainda mais investimentos no setor privado", apontou De León, que explicou que uma vez superada a data limite de 2045, a lei contempla medidas punitivas para aqueles produtores que não tenham passado completamente à energia limpa.

A lei, que recebe o nome de SB 100, prevê avançar passo a passo em relação com a meta final, com um objetivo de 50% de energias limpas para 2016; 60% para 2013; e finalmente 100% para 2045.

Esses 100%, por sua vez, devem incluir pelo menos 60% de energias renováveis - solar, eólica, geotérmica, e geração hidrelétrica de pequena escala -, e 40% restantes, que pode provir de fontes limpas, mas não estritamente renováveis, o que inclui nuclear, grandes hidrelétricas, e plantas de gás natural que capturem e armazenem o dióxido de carbono.

Longe do forte partidarismo com o qual as questões ambientais são frequentemente tratadas em Washington, na Califórnia inclusive o ex-governador republicano e ator de Hollywood Arnold Schwarzenegger apoiou a medida no Twitter. "Somos californianos. Não esperamos. Construímos a economia do futuro aqui", publicou.

entry Sep 8 2018, 09:13 PM
Primeiro-ministro da Itália afirma que governo nunca considerou deixar o euro

* por Mark Bendeich | Reuters

CERNOBBIO, Itália (Reuters) - A Itália nunca considerou deixar a União Europeia ou abandonar o euro, afirmou o primeiro-ministro Giuseppe Conte, neste sábado.

“Posso garantir que nunca avaliamos uma saída do euro… ou a perspectiva de nos separarmos da Europa”, disse Conte no fórum de negócios de Ambrosetti, em Cernobbio.

Ele acrescentou que nunca discutiu essa possibilidade com seus vice-primeiros-ministros Matteo Salvini e Luigi Di Maio, que lideram, respectivamente, o partido de extrema-direita Liga e o Movimento 5 Estrelas, anti-establishment.

A retórica anti-austeridade e anti-Europa do novo governo italiano reacendeu receios de desagregação do euro nos últimos meses.

entry Sep 7 2018, 08:43 PM
Trump ameaça China com mais tarifas e pode intensificar disputas comerciais

* por Victor Rezende | UOLOnline | São Paulo
com informações Dow Jones Newswires

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que tarifas adicionais sobre outros US$ 267 bilhões em produtos chineses estão prontas para serem implementadas e podem ser lançadas no curto prazo, sinalizando um novo passo para a crescente disputa comercial entre os dois países. A bordo do Air Force One, Trump disse que as tarifas seriam adicionais às barreiras sobre US$ 200 bilhões em bens chineses que o governo americano vem preparando e que, de acordo com o republicano, podem ser lançadas "muito em breve, dependendo do que acontece".

"Eu odeio dizer isso, mas, por trás disso, há outros US$ 267 bilhões prontos para serem tarifados no curto prazo se eu quiser", acrescentou. "Isso muda a equação", afirmou o presidente. A Casa Branca se prepara para atingir a China com tarifas de 25% sobre até US$ 200 bilhões em produtos chineses. Até o momento, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em exportações chinesas para os americanos. Além disso, Washington já implementou barreiras sobre painéis solares, máquinas de lavar e sobre o aço e o alumínio chineses.

O período de comentários públicos sobre as tarifas sobre US$ 200 bilhões terminou na quinta-feira, o último passo antes da implementação das barreiras. Associações comerciais, que se opõem às barreiras, estavam se preparando para um anúncio a ser feito nesta sexta-feira.

Recentemente, o subsecretário do Tesouro dos EUA, David Malpass, e o vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, discutiram as relações comerciais entre os dois países em Washington, mas não fizeram nenhum sinal visível de progresso.

entry Sep 6 2018, 09:15 PM
FMI busca conclusão rápida das discussões com a Argentina, peso avança

* por Daina Beth Solomon e Scott Squires

WASHINGTON/BUENOS AIRES (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta-feira que quer finalizar as negociações para "fortalecer" o apoio de 50 bilhões de dólares à Argentina "o mais rápido possível", conforme o peso e as ações do país avançavam pelo segundo dia consecutivo.

Um novo acordo com o FMI é considerado essencial para sustentar a confiança do investidor nos ativos da Argentina, uma vez que o peso enfraqueceu cerca de 50 por cento contra o dólar este ano, sendo uma das moedas dos mercados emergentes de pior desempenho.

"Estão sendo feitos progressos nessas discussões, que agora continuam no nível técnico e, novamente, sobre como fortalecer ainda mais o programa das autoridades argentinas, que é apoiado pelo FMI", disse o porta-voz do fundo, Gerry Rice, em entrevista coletiva regular do fundo.

"O que Madame Lagarde tem dito é que vamos trabalhar para concluir o mais rapidamente possível", acrescentou ele, referindo-se à diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

Rice disse que as negociações incluem sustentabilidade da dívida e "potencial de outras formas de financiamento".

Na véspera, o ministro das Finanças argentino, Nicolas Dujovne, afirmou que tem "enorme confiança" de que o país será capaz de alcançar um acordo com o FMI sobre o desembolso antecipado do empréstimo, aprovado em junho antes de o peso sofrer a forte depreciação vista na semana passada.

As discussões continuavam pelo terceiro dia nesta quinta-feira embora Daujovne, que liderou os delegados de seu país no início das discussões, tenha voltado a Buenos Aires como previsto e deixado sua equipe para definir os detalhes com o FMI, na expectativa de apresentar um acordo à diretoria do fundo para aprovação neste mês.

O peso tinha alta contra o dólar, e o índice acionário Merval subia mais de 3,5 por cento, liderado pelo setor financeiro.

entry Sep 5 2018, 08:27 PM
EUA e Canadá tentam alcançar um Nafta 2.0 trilateral

* por AFP

Washington, 5 Set 2018 (AFP) - Os esforços políticos para renegociar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) são retomados nesta quarta-feira, após diálogos entre técnicos dos Estados Unidos e do Canadá durante o fim de semana.

As discussões estão marcadas por reiteradas ameaças do presidente americano, Donald Trump, de tirar o Canadá do Nafta e continuar apenas com o México, que já chegou a um acordo com Washington e poderia assinar o Nafta 2.0 até 30 de novembro.

Quando o otimismo reinava na sexta-feira, comentários explosivos de Trump incomodaram o Canadá e as negociações ministeriais foram interrompiadas.

A ministra canadense de Relações Exteriores, Chrystia Freeland voltou a Washington nesta quarta-feira para se reunir com o representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer, com esperança de diálogos construtivos.

Após o primeiro encontro, ela disse que "há verdadeira boa fé e boa vontade de ambos os lados da mesa", mas repetiu que "estamos aqui para conseguir um bom acordo, e não qualquer um".

Trump manteve, durante o fim de semana, um tom combativo contra o Canadá, e provavelmente não cooperará muito, após dados oficiais mostrarem nesta quarta-feira que o déficit comercial dos Estados Unidos com o vizinho cresceu e o déficit com China e União Europeia alcançou novos recordes.

"Não há uma necessidade política de manter o Canadá em um novo acordo Nafta. Se não alcançamos um bom acordo depois de décadas de abuso, o Canadá sairá", tuitou no sábado.

Trump também ameaçou "dar fim a todo o Nafta" se o Congresso interferir. "Ou alcançamos um bom acordo ou voltamos ao pré-Nafta", disse Trump no Twitter.

A Casa Branca já notificou ao Congresso sua "intenção de assinar um acordo comercial com o México - e com o Canadá se for sua vontade - nos próximos 90 dias a partir de hoje.

O governo tem agora até 30 de setembro para apresentar ao Congresso o texto completo do novo acordo, o que dá tempo para Washington e Ottawa para solucionar as diferenças.

Trilateral ou bilateral?
Contudo, congressistas e especialistas em direito comercial alertaram que Trump não tem autoridade para suprimir o Nafta trilateral por um pacto bilateral com o Canadá.

Chrystia Freeland e Robert Lighthizer disseram que os dois avançaram nos quatro dias de negociações da semana passada.

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau insistiu que seus negociadores não vão abrir mão de manter o Capítulo 19 do tratado - que estabelece os mecanismos de solução de processos judiciais entre os parceiros e aos quais Washington resiste.

"Precisamos manter a resolução de disputas do Capítulo 19 porque isso garante que as regras sejam realmente cumpridas", disse Trudeau à estação de rádio CHED, de Alberta.

"Quero dizer, nós temos um presidente (dos EUA) que nem sempre segue as regras como estão estabelecidas", acrescentou.

O Canadá já recorreu a esse mecanismo com sucesso para controvérsias sobre tarifas americanas sobre a madeira canadense e outros setores-chave.

Depois que os Estados Unidos e o México chegaram a um acordo sobre novas regras para o comércio de automóveis e maiores proteções para trabalhadores e propriedade intelectual, o sucesso das negociações com o Canadá depende dos mecanismos de solução de controvérsias e do que Ottawa esteja disposta a ceder no seu setor de laticínios, altamente protegido.

Autoridades mexicanas disseram em comunicado que "continuarão promovendo um acordo do qual o Canadá faça parte".

Mas eles também indicaram que eles já estão protegidos por um acordo bilateral com os Estados Unidos. Empresários mexicanos também disseram que apoiariam um pacto bilateral.

Um acordo sem o Canadá "não é o cenário ideal, mas é melhor que ficar sem um acordo válido e manter a incerteza", disse Gustavo de Hoyos, presidente da Confederação dos Empregadores da República do México.

Já o setor empresarial dos Estados Unidos defende com firmeza que o Nafta permaneça trilateral.

"Algo diferente de um acordo trilateral não teria o apoio do Congresso e poderia perder o apoio das empresas", alertou Thomas Donohue, presidente da poderosa Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

Em uma coincidência rara, o presidente da organização sindical da AFL-CIO, Richard Trumka, também defende o Nafta trilateral.

Trumka disse que "é muito difícil ver" como os esforços para modernizar o Nafta poderiam funcionar "sem ter o Canadá no acordo".

entry Sep 4 2018, 08:25 PM
Valor de mercado da Amazon supera US$ 1 trilhão

* por AFP

Nova York, 4 Set 2018 (AFP) - A Amazon se tornou a segunda empresa americana a alcançar o valor de mercado de US$ 1 trilhão, em uma nova demonstração do poderio crescente das gigantes tecnológicas americanas.

A Amazon alcança esse marco cerca de um mês depois de a Apple atingir o mesmo patamar.

A companhia varejista on-line atingiu a avaliação de US$ 1 trilhão brevemente, por volta de 15h40 GMT (12h40 de Brasília), quando o valor de sua ação chegou a US$ 2.050,50.

A ação da empresa recuou após bater esta marca e fechou a US$ 2.039,51, com valor de mercado de 995 bilhões de dólares.

Fundada em 1994 por Jeff Bezos, que hoje é o homem mais rico do mundo, a Amazon cresceu exponencialmente desde suas raízes como livraria on-line até se tornar uma gigante de diversos setores.

O diretor-geral da GlobalData Retail, Neil Saunders, chamou a conquista de avaliação da Amazon de "extraordinária" e a considerou um sinal do potencial da empresa.

"Apesar de seu tamanho e escala, ainda há algo novo na Amazon", disse Saunders. "A Amazon está apenas começando."

A empresa concorre diretamente com o Walmart e está na vanguarda das últimas tendências em inteligência artificial com seu programa de assistente pessoal Alexa.

entry Sep 3 2018, 09:45 PM
Crise nos emergentes pode ser de manual: Bloomberg Opinion

* por Satyajit Das | Bloomberg

(Bloomberg) -- As tensões nos mercados emergentes vêm crescendo desde 2013, pelo menos. Os investidores podem ter esquecido do efeito do "taper tantrum" nos chamados Cinco Frágeis -- Brasil, Índia, Indonésia, Turquia e África do Sul --, termo cunhado pelo Morgan Stanley para descrever a vulnerabilidade desses países às saídas de capital. A acomodação monetária, os déficits em conta-corrente e o crescimento disfarçavam os desafios subjacentes, atraindo mais capital para esses mercados.

A receita de manual para uma crise nos mercados emergentes requer uma boa dose de dívida e uma bolha de crédito doméstica associada, incluindo além da má alocação de capital em projetos troféus antieconômicos ou especulação financeira. Em seguida, adicione: um setor bancário fraco, déficits orçamentários, déficits em conta-corrente, dívida significativa de curto prazo em moeda estrangeira e reservas cambiais inadequadas. Tempere com estruturas industriais de base estreita, dependência em relação à exportação de commodities, fraquezas institucionais, corrupção e má liderança política e econômica.

Com base nesses critérios, o número de mercados emergentes em risco vai muito além da Turquia e da Argentina. Assim como as famílias de Tolstói, cada país tem diferentes fontes de infelicidade.

O total de empréstimos para mercados emergentes aumentou de US$ 21 trilhões (ou 145 por cento do PIB) em 2007 para US$ 63 trilhões (210 por cento do PIB) em 2017. Os empréstimos das empresas não financeiras e das famílias aumentaram. Desde 2007, a dívida em moeda estrangeira -- em dólares, euros e ienes -- desses países dobrou para cerca de US$ 9 trilhões. China, Índia, Indonésia, Malásia, África do Sul, México, Chile, Brasil e alguns países do Leste Europeu têm dívidas em moeda estrangeira de 20 a 50 por cento do PIB.

Ao todo, os tomadores de empréstimos dos mercados emergentes precisam pagar ou refinanciar cerca de US$ 1,5 trilhão em dívidas em 2019 e novamente em 2020. Muitos não estão ganhando o suficiente para honrar esses compromissos.

Turquia e Argentina têm déficits duplos (combinação de déficits orçamentário e em conta-corrente enquanto percentual do PIB) de 8,7 por cento e 10,4 por cento, respectivamente, que exigem financiamento. O Paquistão tem um déficit duplo bastante superior a 10 por cento. Brasil, Índia, Indonésia, África do Sul e Ucrânia estão em 5 por cento ou acima dessa base. Na Índia, se incluídos os governos estaduais, o número fica próximo de dois dígitos. Esses indicadores estão subindo na China, na Malásia, no México, na Colômbia, no Chile e na Polônia.

Observe então a cobertura de reservas -- ativos em divisas estrangeiras divididos pelas necessidades de financiamento de 12 meses para conta-corrente, vencimentos de dívida a curto prazo e amortização de dívida a longo prazo --, que mede a capacidade de cumprir obrigações imediatas em moeda estrangeira. Turquia e Argentina pontuam 0,4 e 0,6, respectivamente, o que significa que não podem cobrir suas necessidades sem novos empréstimos. Paquistão, Equador, Polônia, Indonésia, Malásia e África do Sul têm coberturas de reservas inferiores a 1. Chile, Hungria, Colômbia, México e Índia têm coberturas de menos de 2. Brasil e China têm 2,5 e 3,1 vezes, respectivamente.

Mesmo nos países onde a cobertura de reservas parece adequada, é necessário cautela. A dívida de longo prazo se torna de curto prazo com o passar do tempo ou com um evento de aceleração. Os ativos em moeda estrangeira podem não estar prontamente disponíveis. Boa parte dos US$ 3 trilhões em reservas da China está comprometida com a iniciativa de infraestrutura "Um Cinturão, Uma Rota". A capacidade de transformar títulos do Tesouro dos EUA e outros ativos estrangeiros em dinheiro é limitada pela liquidez, pelo preço e pelos efeitos cambiais. As posições de reserva são notoriamente pouco transparentes: em 1997, descobriu-se que o Banco da Tailândia exagerava fortemente os ativos cambiais disponíveis.

A China e a Índia enfrentam dificuldades bastante conhecidas em seus sistemas financeiros. O verdadeiro nível de empréstimos inadimplentes da China pode ser várias vezes superior à taxa oficial de 1,75 por cento. O índice de inadimplência da Índia é de cerca de 10 por cento de todos os empréstimos.

Os acontecimentos na Turquia e na Argentina mostram como essas fraquezas ficam expostas. O aperto da liquidez global, liderado pelo aumento dos juros do Federal Reserve, o banco central dos EUA, e pela redução de suas compras de títulos, diminui os fluxos de entrada de capital e aumenta o custo dos empréstimos. As tensões comerciais, as sanções, o colapso da estrutura institucional global e os crescentes riscos geopolíticos exacerbam essas tensões.

As fragilidades da economia real e do sistema financeiro se retroalimentam em um ciclo vicioso. As extrações de capital comprometem as moedas, derrubando os preços de ativos como títulos, ações e propriedades. A redução da disponibilidade de financiamento e os custos maiores aumentam a pressão sobre tomadores de empréstimos sobrecarregados, provocando problemas bancários que retornam à economia. Rebaixamentos de classificações de crédito e dos investimentos estendem o ciclo.

As respostas em forma de política podem piorar as coisas. O aumento das taxas de juros para sustentar moedas (60 por cento na Argentina) pode ser ineficaz porque reduz o crescimento e aumenta a carga da dívida. Moedas mais fracas importam inflação. O respaldo ao sistema financeiro e à economia pressiona as finanças do governo. Os remédios do FMI, que nem sempre são efetivos, impõem custos financeiros e humanos que muitos países consideram inaceitáveis, levando a uma ruptura política e social. E a capacidade de ajuda do FMI pode ser limitada por crises simultâneas.

Os investidores estão pressupondo que as vulnerabilidades críticas foram resolvidas.

Mudanças importantes feitas após a crise asiática de 1997 criaram riscos diferentes, contudo. As taxas de câmbio flutuantes e o movimento cambial irrestrito aumentam a volatilidade cambial e permitem a fuga de capitais. Embora a dívida em moeda local tenha aumentado, a dívida em moeda estrangeira sem cobertura continua significativa.

Os retornos maiores das dívidas em moedas locais atraíram investidores estrangeiros para Índia, China, Malásia, Indonésia, México, Brasil, África do Sul e Leste Europeu. Mas o enfraquecimento das moedas pode fazê-los ir embora, prejudicando todos os ativos.

Turquia e Argentina podem ser casos especiais. Mas, devido aos problemas de fundamento, outros mercados emergentes provavelmente ficarão sob pressão. É como diz a lei de 1976 de Herbert Stein: "se algo não pode durar para sempre, não durará".

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial nem da Bloomberg LP e de seus proprietários.

entry Sep 2 2018, 08:27 PM
China aplaude fim de restrições da UE a paineis solares

* por EFE

Pequim, 2 set (EFE).- A China aplaudiu a decisão da Comissão Europeia (CE) de não renovar o antidumping e as antissubvenções sobre as importações de painéis solares do país asiático, assim que passar de meia-noite do dia 3 de setembro, depois de ter estado em vigor por quase cinco anos.

O Ministério do Comércio da China disse hoje em comunicado que a medida irá restaurar o comércio de painéis solares entre China e UE em "condições normais de mercado", além de gerar um ambiente de negócios mais estável e previsível para as indústrias de ambas as partes.

De acordo com a agência de notícias estatal "Xinhua", a China vê o movimento como um sucesso para resolver os atritos comerciais através de consultas, acrescentando que o país quer continuar a cooperar com a UE a continuar a promover o livre comércio global e do sistema de comércio multilateral baseado em regras.

O Governo da UE impôs medidas em dezembro de 2013, depois de meses de investigações que resultaram na confirmação de que empresas chinesas estavam vendendo painéis solares na Europa muito abaixo dos preços normais de mercado e recebendo subsídios ilegais das autoridades daquele país.

entry Sep 1 2018, 07:52 PM
Coca-Cola compra rede de cafeterias

* por Célia Froufe | Estado de São Paulo | Londres

A gigante das bebidas Coca-Cola anunciou que vai comprar a rede de cafés Costa, que pertence ao grupo britânico Whitbread, pelo equivalente a US$ 5,1 bilhões (pelo câmbio de sexta, 31, aproximadamente R$ 21 bilhões).

O negócio incluiu as dívidas da rede, que tem de 2,4 mil estabelecimentos no Reino Unido, além de 1,4 mil em 30 outros países - a rede vem mostrando crescimento especialmente forte na China. O negócio fez as ações da Whitbread fecharem ontem em alta de 14,6% na Bolsa de Londres.

A Costa, que foi fundada em 1971, é vista como a grande rival da americana Starbucks no Reino Unido. A expectativa é a de que o negócio seja concluído até o fim do primeiro semestre do ano que vem.

A Whitbread era dona da Costa havia 23 anos, quando adquiriu a franquia por cerca de US$ 30 milhões (ou R$ 123 milhões). Na ocasião, a cadeia tinha apenas 39 lojas.

A intenção do grupo agora é focar suas atividades na rede hoteleira Premier. Quase a totalidade do dinheiro será distribuída entre os acionistas. Os recursos restantes serão usados para pagamento de dívidas da Whitbread, aportes no fundo de pensão da companhia e também para financiar a expansão do conceito Premier Inn.

De acordo com fontes do setor de bebidas, a compra da rede de cafés faz parte de um projeto da companhia de se tonar menos dependente dos refrigerantes, que ainda são seu carro-chefe, mas que vêm enfrentando queda nas vendas em várias partes do mundo.

Segundo a Coca-Cola, a entrada nesse segmento será uma oportunidade para a empresa estrear no mercado de bebidas quentes, que não faz parte de seu portfólio atual. A empresa destacou que assumirá uma marca global, ampliando seu conhecimento na área.

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