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Entradas em August 2019

entry Aug 31 2019, 09:01 PM
Milhares protestam no Reino Unido contra movimento de Johnson para suspender parlamento

* por Peter Nicholls e Amanda Ferguson | Reuters
reportagem adicional de Conor Humphries | Dublin

LONDRES/BELFAST (Reuters) - Milhares de pessoas ao redor do Reino Unido e da Irlanda do Nortes protestaram neste sábado contra a decisão do primeiro-ministro Boris Johnson de suspender o parlamento, aproximadamente um mês antes do prazo para o país deixar a União Europeia.

Johnson prometeu tirar o Reino Unido da UE em 31 de outubro, com ou sem acordo sobre as futuras relações com o bloco. O movimento de fechar o parlamento por cerca de um mês antes dessa data impedirá os esforços de seus adversários para detê-lo.

Por volta de 2.000 pessoas reuniram-se no lado de fora do seu escritório em Downing Street, cantando “Johnson mentiroso, você deveria se envergonhar!”.

Uma faixa dizia: “#PareOGolpe, Defenda nossa Democracia. Salve nosso futuro”.

O governo afirmou que é comum o parlamento ser suspenso antes de um primeiro-ministro delinear seu programa de políticas em um discurso para a rainha, agora programado para 14 de outubro. Seus apoiadores também afirmam que o parlamento geralmente para no final de setembro, quando os principais partidos políticos realizam suas conferências anuais.

Mas críticos afirmam que a suspensão, conhecida como prorrogação, é mais longa que o usual e descrevem a medida como uma tentativa velada de tentar reduzir o tempo que os legisladores terão para debater antes de o Reino Unido sair da União Europeia no fim de outubro.

Parlamentares de oposição querem impedir o fechamento e defendem a aprovação de leis que impeçam um Brexit sem acordo quando retornarem do recesso de verão, na terça-feira.

Além de Londres, manifestações estavam marcadas em outras grandes cidades das quatro nações do Reino Unido, composto por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

Por volta de 100 pessoas protestaram nos arredores da prefeitura de Belfast, capital da Irlanda do Norte, que se tornou um foco particular das negociações do Brexit porque tem a única fronteira terrestre do Reino Unido com a União Europeia.

O “backstop”, parte do acordo de retirada negociado entre a UE e a ex-primeira-ministra do Reino Unido e que busca manter a fronteira com a Irlanda aberta, tornou-se o principal ponto de fricção das negociações.

Johnson que remover o “backstop”, dizendo que isso poderia deixar a Irlanda do Norte operando sob regulamentações diferentes do resto do Reino Unido. A UE e a Irlanda afirmam que o Reino Unido ainda não apresentou alternativas aceitáveis.

Uma ação legal na Justiça de Belfast que será alvo de audiência na próxima semana busca bloquear a suspensão do parlamento, alegando que um Brexit sem acordo violaria o chamado Acordo da Sexta-Feira Santa, de 1998, que levou paz à província britânica da Irlanda do Norte.

Manifestantes afirmaram que o governo não está levando em conta a importância da questão da fronteira.

“O que mais me assusta é que eles não percebem o que é importante para a Irlanda do Norte. Não estamos no radar deles”, disse Graham Glendinning, 49, que trabalha com softwares.

“A fronteira não significa nada para eles e eles não se importam com isso”.

entry Aug 30 2019, 09:30 PM
Tyson Foods compra fatia de 40% no grupo Vibra e avança em aves no Brasil

* por Reuters | São Paulo

A Tyson Foods informou nesta sexta-feira (30) que fechou acordo para comprar 40% do Grupo Vibra, produtor e exportador brasileiro de carne de aves, como parte da estratégia de crescimento global da gigante norte-americana do setor de proteína animal.

O Grupo Vibra, com sede em Montenegro (RS) e operações no Paraná e Minas Gerais, além de uma unidade de negócios em Dubai, atende clientes no Brasil e em mais de 50 países.

“Uma vez concluído, o acordo dará à Tyson Foods mais flexibilidade no atendimento aos clientes nos principais mercados globais”, disse a companhia, em nota.

A negociação com o Grupo Vibra, foi realizada após a Tyson ter fechado a compra de ativos no exterior das brasileiras Marfrig e BRF, no ano passado.

O negócio com a Vibra garante à Tyson atuação no Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo.

“O grande ponto é que a Tyson não tem como estar fora. O Brasil é muito competitivo”, disse uma fonte do setor, que pediu para não ser identificada.

Os termos do contrato com a Vibra não foram divulgados, e a transação ainda está sujeita à aprovação dos órgãos reguladores brasileiros.

“Esse investimento nos permitirá acessar o suprimento de aves no Brasil para atender às crescentes necessidades dos clientes brasileiros e dos mercados de demanda prioritária na Ásia, Europa e Oriente Médio”, disse o presidente da Tyson, Donnie King.

Segundo ele, o movimento faz parte da estratégia de desenvolver uma “cadeia de suprimentos mais flexível e mitigar a volatilidade do nosso modelo anterior, que se baseava principalmente nas exportações dos EUA”.

Desde o ano passado, a Tyson Foods expande sua presença global com a aquisição de ativos da Keystone Foods junto à brasileira Marfrig, que incluiu operações na China, Coreia do Sul, Malásia, Tailândia e Austrália, além de negócios de aves da brasileira BRF na Tailândia e na Europa.

Com 18 unidades de produção, mais de 4.000 funcionários, a Vibra possui uma rede de cerca de 700 produtores integrados, segundo a Tyson.

As instalações da Vibra, que atua na produção e comercialização de proteína de frango com as marcas Nat e Avia, incluem incubatórios, laboratórios, granjas, fábricas de rações e frigoríficos.

entry Aug 29 2019, 09:05 PM
Lagarde quer manter política de apoio econômico do BCE

* por AFP

Frankfurt am Main, 29 Ago 2019 (AFP) - A futura presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira (29) que deseja manter as medidas de apoio à economia da zona do euro do italiano Mario Draghi - apesar de o atual presidente ser alvo de muitas críticas.

"Está claro que a política monetária precisa se manter muito acomodatícia em um futuro próximo", disse ela às respostas escritas ao Parlamento europeu publicadas nesta quinta-feira, no âmbito do processo de validação de sua nomeação à frente do BCE, que deve ser efetivada em 1º de novembro.

Ela indicou novos cortes nas taxas de juros para os bancos, que já estão em níveis historicamente baixos na zona do euro devido ao crescimento lento.

"Não acho que o BCE tenha chegado ao fundo do poço", afirmou a atual diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex-ministra da Economia da França.

Portanto, Lagarde está alinhada com a política adotada até o momento pelo atual presidente do BCE, Mario Draghi, que decidiu por vários anos evitar uma queda para a deflação e uma nova crise na zona do euro, por meio de uma generosa provisão de liquidez no mercado e juros muito baixos.

Críticas
Suas observações provavelmente serão mal percebidas, sobretudo na Alemanha, onde vários partidos políticos e especialmente o setor bancário acusam o BCE de arruinar os poupadores do país, colocando suas economias em contas de poupança.

Alguns bancos alemães já começaram a tributar seus clientes por suas contas de depósito. Outros ameaçam fazê-lo, como fez nesta semana a Federação de Bancos de Poupança.

Muitos alemães acreditam que a política generosa do BCE é feita para países problemáticos do sul da Europa, como Itália, Espanha, ou Grécia, mas não corresponde às necessidades de seu país.

Oliver Bäte, diretor da gigante alemã de seguros Allianz, disse que o BCE está errado, porque sua política "retira pressão sobre os governos da zona do euro para sanar suas finanças", disse ele na terça-feira em Frankfurt, diante do clube de imprensa econômica. Ele se refere aos países do sul da Europa que registram déficits fiscais, enquanto a Alemanha continua registrando superávits orçamentários confortáveis.

Até agora, Mario Draghi defendeu essa política, que oficialmente visa a estimular a inflação, hoje muito fraca, e que, por sua vez, apoiou o crescimento e o emprego.

Para Lagarde, Draghi tem razão. O BCE ainda está longe de ter ganhado sua aposta inflacionária, cujo índice se manteve nos últimos anos "consistentemente abaixo de níveis convergentes com a meta" da instituição, que é um pouco menos de 2%, destacou ela.

Divisões
Como ele, Lagarde se preocupa com a conjuntura geral da área da moeda única. "A expansão econômica da zona do euro desacelerou recentemente", e "as perspectivas de crescimento são baixas", justificando a necessidade de medidas de apoio, afirmou nas respostas.

Ao mesmo tempo, está "claro que os juros baixos têm implicações para o setor bancário e a estabilidade financeira em geral", afirmou ela. Essa é uma forma de tentar apoiar a Alemanha e seu setor bancário.

O conselho dos governadores de 25 membros do BCE está dividido sobre este tópico.

O governador do Banco da Holanda, Klaas Knot, declarou nesta quinta que a economia da zona do euro não está fraca o suficiente para justificar a retomada das compras de dívidas.

O presidente do alemão Bundesbank, Jens Weidmann, candidato malsucedido à presidência do BCE, não vê "qualquer razão para entrar em pânico".

A próxima reunião de política monetária da instituição alemã, em 12 de setembro, será acompanhada de perto, pois pode desaguar em medidas de apoio, com o relançamento do programa de compra da dívida do mercado, interrompido no fim do ano passado.

entry Aug 28 2019, 07:43 PM
Argentina irá renegociar com FMI e estende prazos para pagamento de dívidas

* por Gabriel Bueno da Costa | Estadão | São Paulo

O ministro das Finanças da Argentina, Hernán Lacunza, anunciou nesta quarta-feira que o governo do presidente Mauricio Macri propôs ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que se inicie o diálogo para rever os vencimentos da dívida com a instituição. A informação foi dada durante entrevista coletiva, na qual Lacunza também anunciou medidas para tentar controlar o quadro de instabilidade local, entre elas a extensão dos vencimentos de dívida de curto prazo para investidores institucionais, como bancos e seguradoras.

Lacunza disse que deve haver uma reunião com representantes do FMI "nas próximas semanas" para se discutir a revisão da dívida argentina com o Fundo. Segundo ele, esse diálogo será de mais longo prazo e necessariamente será concluído apenas no próximo governo, seja ele de Macri ou de outro nome. Candidato favorito à presidência, o oposicionista Alberto Fernández tem insistido na necessidade de renegociar os termos do acordo com o FMI, que atualmente seriam inviáveis, segundo o político.

O ministro das Finanças disse, de qualquer modo, que o diálogo não altera o cumprimento das metas atuais já fechadas com o Fundo. Lacunza também ressaltou que os pagamentos da dívida não serão interrompidos, mas que a extensão para o pagamento daquelas de curto prazo com investidores institucionais permitirá retirar pressão nos meses anteriores ao primeiro turno presidencial, marcado para 27 de outubro. Os pagamentos a pessoas físicas prosseguirão normalmente, complementou a autoridade, citando ainda que as medidas anunciadas hoje foram antes informadas ao FMI.

Lacunza também afirmou que o governo irá "iniciar um prazo de extensão de vencimentos da dívida com legislação estrangeira", também no âmbito das medidas para acalmar o quadro antes da disputa eleitoral. Segundo ele, Macri lhe deu como missão impedir que o dólar e a inflação não subam mais. Ele solicitou ainda que os candidatos à presidência se comuniquem com prudência e que a preservação da estabilidade seja vista como objetivo prioritário e comum pelas forças políticas no país.

entry Aug 27 2019, 08:47 PM
Bitcoin pode estar a caminho de uma grande bolha

* por Mariana Labbate | Forbes

O preço do bitcoin foi de US$ 3.700 em fevereiro para cerca de US$ 10.300 em 26 de agosto. Altas significativas não são novidade para os investidores já acostumados com a criptomoeda, o que não quer dizer que esse crescimento de 2%, em média, a cada 24 horas — de acordo com o veículo Coindesk, especializado em criptomoedas — não seja nada.

A famosa “bolha” pela qual o bitcoin passou entre 2015 e 2017 elevou o valor da moeda de algo em torno de US$ 150 a US$ 20.000 no período. Uma característica dessa bolha era a instabilidade do valor da moeda, que flutuava significativamente em curtos intervalos de tempo. Essa é uma tendência atual, de acordo com Brendan Coffey, colaborador da “Forbes” norte-americana. Pelos dados de Coffey, desde junho deste ano o bitcoin atingiu o valor de US$ 9.150 em valor — abaixo da marca dos US$ 10 mil, o que preocupa os investidores –e teve uma alta recente que chegou a US$ 13.850. Coffey também notou um padrão parecido no volume de bitcoins no mercado.

Esse volume caiu desde junho, mas, mesmo assim, a capitalização do bitcoin no mercado a levou neste domingo (25) ao valor de US$ 100 bilhões, de acordo com o site especializado CoinTelegraph.

Essas características apontam para uma nova bolha do bitcoin. Seu valor já subiu mais de 200% desde o começo do ano. No Twitter, o pesquisador sênior do fundo de criptoinvestimentos Ikigai afirmou que o nível dos fundos de reserva de risco da empresa está muito parecido com o do começo de 2017.

No entanto, ainda é preciso esperar e analisar o efeito que a especulação de uma nova “bolha” terá no mercado, o que é difícil, dada a volatilidade da criptomoeda. Além disso, não se pode descartar a influência da guerra comercial entre China Estados Unidos: ela impulsionou a alta da criptomoeda, já que investidores veem o bitcoin como um investimento quase que blindado da instabilidade econômica e política de ambos os países.

“A tensão crescente nos negócios apresenta incertezas consideráveis”, disse Evan Kuo, CEO e co-fundador na empresa de criptomoedas Ampleforth, à “Forbes” norte-americana.

entry Aug 26 2019, 09:26 PM
Chefe do Banco da Inglaterra defende moeda de reserva virtual

* por Brian Swint e Matthew Boesler | Bloomberg
com a colaboração de Richard Miller

(Bloomberg) -- Autoridades de política monetária reunidas em Jackson Hole, no estado de Wyoming, não tinham certeza se a ideia do presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, de criar uma moeda de reserva virtual é a resposta, mas concordam que o domínio do dólar é um problema.

Carney aproveitou o simpósio anual do Federal Reserve de Kansas City para estabelecer um objetivo radical - criar uma moeda semelhante à Libra, com base em várias moedas amplamente utilizadas - que acabaria por substituir o papel do dólar em transações internacionais.

A proposta provocativa de Carney destacou a batalha simultânea a 8 mil quilômetros de distância dos líderes do G-7 reunidos na França, que tentam preservar alguma aparência da ordem internacional em meio às explosões do presidente Donald Trump no Twitter. Os formuladores de políticas monetárias no sopé das montanhas Teton passaram a sexta-feira e sábado debatendo como poderiam fortalecer a economia mundial, com dúvidas crescentes sobre quais medidas adicionais seriam possíveis.

Adam Posen, ex-formulador de políticas do Banco da Inglaterra, argumentou que ainda existem razões políticas e econômicas fundamentais pelas quais as pessoas confiam no dólar, principalmente porque a moeda ganha uma disputa "menos feia" contra, digamos, o euro ou o yuan da China. Embora seja possível ter várias moedas de reserva, os países já tentaram usar uma cesta de moedas sintética antes e o plano não funcionou, disse.

"O desejo de se livrar do domínio total da moeda dos EUA é provavelmente saudável", disse Posen, que agora é presidente do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington. Mesmo assim, "a ideia de que existe uma solução tecnológica para conseguir isso parece equivocada".

entry Aug 25 2019, 07:59 PM
Reino Unido: Primeiro-ministro diz que acordo comercial com EUA 'não será fácil'

* por Associated Press | Biarritz | França
com Renato Carvalho

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, alerta que fazer um acordo comercial com o Estado Unidos não será "fácil", por causa das barreiras aos produtos britânicos nos mercados americanos.
Falando neste sábado, quando viajou para a França para a reunião do G7, Johnson citou carnes bovina e de cordeiro, travesseiros e fitas métricas como alguns dos produtos britânicos que têm entrada dificultada nos mercados dos EUA por razões burocráticas.

Johnson diz que as tortas de porco, por exemplo, "atualmente não conseguem entrar no mercado dos EUA por causa de algum tipo de restrição da Food and Drug Administration (FDA, órgão regulador de alimentos e medicamentos nos EUA)".

O primeiro-ministro diz que levantou a questão com o presidente dos EUA, Donald Trump, durante um telefonema na véspera do encontro. Johnson e Trump se encontrarão neste domingo.

Johnson diz que alguns setores da economia do Reino Unido, como o Serviço Nacional de Saúde, permaneceriam completamente fora das conversas a respeito de qualquer acordo comercial com os EUA.

Trump
Em seu Twitter, Trump elogiou o presidente da França, Emmanuel Macron, pela recepção no encontro de cúpula do G7. "O almoço com Emmanuel foi a melhor reunião que tivemos até agora. Da mesma forma, os encontros com os líderes mundiais na parte da tarde foram muito bons. Estamos fazendo progresso!", relatou Trump.

entry Aug 24 2019, 09:30 PM
Atritos emergem com chegada de líderes para cúpula do G7; pauta inclui comércio e clima

Por Jeff Mason e William James | Reuters
Richard Lough, Marine Pennetier, John Chalmers, Crispian Balmer, John Irish | Biarritz
Bryan Pietsch | Washington
Gabriela Baczynska | Bruxelas
Chris Steitz | Frankfurt

BIARRITZ, França (Reuters) - Atritos emergiram entre os países do G7 neste sábado, mesmo antes de seus líderes se reunirem para uma cúpula anual, expondo diferenças profundas sobre assuntos como comércio global, Brexit e resposta aos incêndios na floresta amazônica.

O presidente da França, Emmanuel Macron, anfitrião do evento, planejou o encontro de três dias no balneário de Biarritz como uma chance de unir um grupo de países ricos que lutou nos últimos anos para falar a uma só voz.

Macron definiu uma agenda para o grupo - França, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Itália, Japão e EUA - que inclui defesa da democracia, igualdade de gênero, educação e meio ambiente. Ele convidou líderes asiáticos, africanos e latino-americanos a se unirem para um impulso global sobre essas questões.

No entanto, em uma avaliação sombria das relações entre aliados outrora próximos, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que está ficando “cada vez mais” difícil encontrar um terreno comum.

“Esta é outra cúpula do G7, que será um teste difícil de unidade e solidariedade do mundo livre e de seus líderes”, disse ele a repórteres antes do encontro de Biarritz. “Este pode ser o último momento para restaurar nossa comunidade política.”

Trump levou a cúpula do G7 do ano passado a um fim deprimente, saindo do encontro no Canadá mais cedo e rejeitando o comunicado final.

Ele chegou à França um dia depois de reprimir uma nova rodada de tarifas chinesas ao anunciar que Washington imporia um imposto adicional de 5% a cerca de 550 bilhões em importações chinesas, na mais recente escalada da guerra comercial das duas maiores economias do mundo.

“Até agora, tudo bem”, disse Trump durante um almoço com Macron, afirmando que os dois têm um relacionamento especial. “Vamos conseguir muito neste fim de semana.”

Macron listou questões de política externa que os dois abordariam, incluindo Líbia, Síria e Coreia do Norte, acrescentando que eles compartilhavam o mesmo objetivo de impedir o Irã de obter armas nucleares.

No entanto, os sorrisos iniciais não conseguiram disfarçar suas abordagens opostas a muitos problemas, incluindo a questão complicada do protecionismo e dos impostos.

Antes de chegar a Biarritz, Trump repetiu a ameaça de taxar vinhos franceses em retaliação ao novo imposto da França sobre serviços digitais, que ele afirma que mira injustamente companhias norte-americanas.

Duas autoridades norte-americanas disseram que a delegação de Trump também estava irritada por Macron ter desviado o foco da reunião do G7 para “questões de nicho” às custas da economia global, que muitos líderes temem que esteja diminuindo drasticamente e correndo o risco de entrar em recessão.

A polícia de choque francesa usou brevemente canhões de água e gás lacrimogêneo neste sábado para dispersar manifestantes anticapitalistas em Bayonne, perto de Biarritz.

Um helicóptero da polícia circulou no alto enquanto dezenas de manifestantes, alguns usando máscaras, provocavam policiais.

BREXIT
Além da dinâmica imprevisível entre os líderes do G7, estão as novas realidades enfrentadas pelo Reino Unido ligadas ao Brexit: influência minguante na Europa e crescente dependência dos EUA.

O novo primeiro-ministro, Boris Johnson, desejará encontrar um equilíbrio entre não alienar os aliados europeus do Reino Unido e não irritar Trump e, possivelmente, comprometer futuros laços comerciais. Johnson e Trump manterão conversações bilaterais no domingo de manhã.

Johnson e Tusk trocaram farpas antes da cúpula sobre quem seria o culpado se o Reino Unido deixasse a UE em 31 de outubro, sem um acordo de saída.

Tusk disse a repórteres que estava aberto a ideias de Johnson sobre como evitar um Brexit sem acordo quando os dois se encontrarem no domingo.

“Ainda espero que o primeiro-ministro Johnson não goste de entrar na história como Sr. sem acordo”, disse Tusk, que lidera a direção política da União Europeia de 28 países.

Johnson, que disse desde que assumiu o cargo no mês passado que tirará o país do bloco em 31 de outubro, independentemente de um acordo ser alcançado, mais tarde respondeu que seria o próprio Tusk quem levaria o manto se o Reino Unido não pudesse. garantir um novo acordo de retirada.

“Eu diria aos nossos amigos da UE se eles não querem um Brexit sem acordo então temos que nos livrar da barreira do tratado”, disse Johnson a repórteres, referindo-se ao mecanismo de apoio irlandês que garantiria que a fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda membro da UE permaneceria aberta após o Brexit.

“Se Donald Tusk não quer ser o Sr. sem acordo, espero que esse ponto também seja lembrado por ele”, disse Johnson em seu voo para a França.

‘NÃO É O CAMINHO A SEGUIR’
Apesar das tensões relacionadas ao Brexit, diplomatas minimizaram a probabilidade de Trump e Johnson darem as mãos contra o resto, citando o estreito alinhamento da política externa britânica com a Europa em questões do Irã e do comércio às mudanças climáticas.

“Não haverá um G5 + 2”, disse um diplomata do G7.

De fato, Johnson afirmou que diria a Trump para se afastar de uma guerra comercial que já está desestabilizando o crescimento econômico em todo o mundo.

“Este não é o caminho a seguir”, disse ele. “Além de tudo, aqueles que apoiam as tarifas correm o risco de incorrer na culpa pela desaceleração da economia global, independentemente de isso ser verdade ou não.”

“DINHEIRO PARA OS RICOS”
Protestos contra a cúpula tornaram-se comuns e, neste sábado, milhares de ativistas contra a globalização, separatistas bascos e manifestantes de “coletes amarelos” marcharam pacificamente pela fronteira da França com a Espanha para exigir ação dos líderes.

“É mais dinheiro para os ricos e nada para os pobres. Vemos as florestas amazônicas queimando e o Ártico derretendo”, disse Alain Missana, eletricista de colete amarelo - símbolo de protestos antigovernamentais que abalam a França há meses.

Líderes da UE pressionaram na sexta-feira o presidente brasileiro Jair Bolsonaro por causa de incêndios na floresta amazônica.

Macron disse que Bolsonaro mentiu para minimizar as preocupações com as mudanças climáticas em uma cúpula do G20 no Japão em junho e ameaçou vetar um pacto comercial entre a União Europeia e o bloco do Mercosul dos países sul-americanos.

Uma fonte diplomática francesa disse que assessores dos líderes do G7 estavam trabalhando em iniciativas concretas para responder aos incêndios.

Johnson, do Reino Unido, manifestou profunda preocupação com as queimadas na floresta, mas parecia discordar de Macron sobre como responder.

“Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso”, disse Johnson a repórteres.

entry Aug 23 2019, 09:13 PM
Incertezas com Brexit e quadro global pesam no Reino Unido, diz Carney

* por Gabriel Bueno da Costa | Estadão | São Paulo

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou que a economia do Reino Unido opera "um pouco abaixo de seu potencial, com a inflação um pouco acima da meta". Segundo ele, as incertezas no processo da saída do país da União Europeia, o Brexit, e a atividade global mais fraca têm pesado sobre a atividade econômica local.
Carney realizou o discurso durante o simpósio anual do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em Jackson Hole. Em sua fala, ele enfatizou o quanto o quadro para o Reino Unido depende da "natureza e do momento" do Brexit.

O presidente do BoE afirmou que a economia do Reino Unido poderia ter várias reações, a depender dos progressos no Brexit, com implicações "substanciais" para a política monetária. A possibilidade de uma saída sem acordo provavelmente levaria a um recuo da libra, à elevação da inflação e à piora na demanda, o que refletiria a perda de acesso para produtos britânicos no exterior, além de elevar as incertezas e provocar condições financeiras mais restritas.

Carney disse que não é possível antecipar a resposta, mas o resultado mais provável seria um relaxamento na política monetária, no caso de um Brexit sem acordo, a fim de ajudar a inflação a voltar à meta. Isso dependeria, porém, da natureza exata dessa separação, enfatizou. "No fim das contas, a política monetária poderia apenas suavizar o ajuste a esse grande choque real que uma saída sem acordo geraria, mas mesmo essa capacidade seria contida pelos limites de tolerância de inflação acima da meta", avaliou.

entry Aug 22 2019, 09:05 PM
AliExpress escolhe Madri para abrir primeira loja física na Europa

* por EFE | Madri

Gigante do comércio eletrônico mundial, a AliExpress começa a ganhar a Europa com a primeira loja física da empresa na região, que será aberta no próximo domingo em Madri, capital da Espanha.

O diretor operacional da empresa na Espanha, Eduardo Pisa, disse que espera que a loja seja a "porta" da gigante chinesa na Europa e explicou que Madri foi escolhida por representar um "enclave estratégico", sendo o país com o maior volume de compras feitas online na região, só superado em nível mundial por China, Estados Unidos e Rússia.

A loja ficará em um conhecido shopping da cidade de Arroyomolinos, que fica a 30 quilômetros ao sudeste de Madri. E servirá também como ligação entre os mundos "online e offline" da AliExpress, que pertence ao grupo Alibaba.

Pisa também explicou que a empresa quer promover o AliExpress Plaza, um canal de produtos espanhóis aberto no início deste ano. A plataforma já conta com 3 mil vendedores e a expectativa é chegar a 10 mil até o fim deste ano.

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