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Entradas em October 2018

entry Oct 21 2018, 09:25 PM
Bombardier processa Mitsubishi por suposto repasse de segredos comerciais

* por Nathan Layne | Reuters

(Reuters) - A fabricante canadense de aviões Bombardier processou a unidade de aeronaves da japonesa Mitsubishi, dizendo que ex-funcionários da Bombardier repassaram segredos comerciais para ajudar o projeto de jatos regionais da Mitsubishi.

A Bombardier entrou com a ação na sexta-feira em um tribunal federal em Seattle contra a Mitsubishi Aircraft Corporation, a AeroTEC (Aerospace Testing Engineering & Certification Inc), que fica em Seattle, e vários ex-funcionários da Bombardier.

A AeroTEC está trabalhando com a Mitsubishi Aircraft para ajudá-la a fazer um jato com capacidade para 90 passageiros ser certificado por reguladores.

Representantes da Mitsubishi Aircraft ou na AeroTEC não puderam ser imediatamente contatados para comentar o assunto neste domingo.

O processo de 92 páginas alega que funcionários da Bombardier que foram recrutados pela Mitsubishi ou pela AeroTEC trouxeram consigo documentos e dados confidenciais relacionados à certificação de aviões no Canadá e nos Estados Unidos.

A certificação é uma parte fundamental do processo de regulamentação que determina a aeronavegabilidade de uma aeronave com base em seu design.

A Bombardier está buscando uma liminar para evitar que a Mitsubishi Aircraft e a AeroTEC usem as informações que afirma terem sido roubadas. A alegação é de que os funcionários enviaram documentos importantes para suas contas de email pessoais antes de deixarem a Bombardier e se juntarem ao projeto da Mitsubishi.

A Mitsubishi citou no passado a dificuldade de obter a certificação como um dos fatores que seguraram o lançamento de sua aeronave regional planejada, que deve competir com o jato C-Series da Bombardier, segundo o processo.

O programa de jatos regionais da Mitsubishi, primeiros aviões comerciais de passageiros criados no Japão desde a década de 1960, foi adiado por vários anos, com a ANA Holdings, primeiro cliente, prevendo para 2020 o lançamento do avião para 90 lugares, em vez de 2013 como inicialmente previsto.

No processo, a Bombardier acusou a Mitsubishi Aircraft de violar a legislação Defend Trade Secrets de 2016, tentando usar os dados confidenciais e documentos obtidos de ex-funcionários para acelerar o processo "extremamente complexo e caro" de obter certificação para seus aviões.

A Bombardier disse que levou quase uma década para tirar do papel o C-Series e levá-lo o voo comercial. Segundo ela, apenas quatro empresas desde 2000 conseguiram desenvolver um programa de aeronaves do zero aprovado por reguladores em Canadá, Europa e Estados Unidos.

"Isso porque, compreensivelmente, essas diversas agências regulatórias exigem que os fabricantes de aeronaves cumpram inúmeros padrões de precisão para garantir a aeronavegabilidade e a segurança pública", disse a Bombardier no processo.

entry Oct 20 2018, 08:29 PM
Moody's reduz nota da dívida italiana, preocupada com déficit

* por AFP

Washington, 19 Out 2018 (AFP) - A agência de classificação Moody's rebaixou a nota da dívida da Itália nesta sexta-feira, preocupada com os planos do governo de manter e não reduzir o déficit público.

A nota foi degradada de Baa2 a Baa3, o que significa que o país se encontra no último nível antes da categoria especulativa. A perspectiva é estável, apontou a Moody's em seu comunicado.

A decisão citou "um enfraquecimento da força fiscal da Itália, com o governo apontando para déficits orçamentários maiores nos próximos anos", assim como uma dívida próxima de 130% do PIB "em vez de iniciar a tendência à redução, como se esperava".

A Moody's disse que a "estagnação dos planos para reformas estruturais econômicas e fiscais" também teve implicações negativas para a perspectiva de crescimento do país e para a dívida.

O governo populista da Itália apresentou na segunda-feira seu projeto de orçamento para 2019 para a Comissão Europeia, no qual expôs planos para ampliar gastos e dar fim às políticas de austeridade dos últimos anos, apesar das advertências sobre o déficit.

O déficit da Itália agora é projetado em 2,4% do PIB, muito mais alto que o 0,8% estimado pelo governo anterior, de centro-direita.

"Após um aumento temporário do crescimento devido à política fiscal expansiva, a agência espera que o crescimento recue a sua taxa de tendência de cerca de 1%", disse a Moody's.

entry Oct 19 2018, 10:01 PM
Noruega e União Europeia pedem que OMC discuta tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

* por Trevor Hunnicutt, Nerijus Adomaitis | Reuters | Oslo

A União Europeia, a Noruega e outros países pediram nesta quinta-feira (18) que a OMC (Organização Mundial do Comércio) crie um painel de resolução de disputas sobre as tarifas de aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos.

Os EUA impuseram tarifas de 25% sobre importações de aço e de 10% sobre importações de alumínio, em vigor desde 23 de março, no que o presidente americano, Donald Trump, disse ser uma medida para proteger siderúrgicas dos EUA.

"Acreditamos que a tarifa adicional sobre o aço e o alumínio é contrário às regras da OMC", disse a ministra de Relações Exteriores da Noruega, Ine Eriksen Soereide, em comunicado.

"Portanto, junto com a UE e vários outros, pedimos hoje à OMC que estabeleça um painel de resolução de disputas sobre as tarifas adicionais dos EUA", acrescentou.

A Noruega disse que as consultas iniciais com os EUA não levaram a uma solução satisfatória.

As exportações norueguesas de aço e alumínio nas categorias afetadas por tarifas adicionais chegaram perto de 36 bilhões de coroas norueguesas (US$ 4,36 bilhões ou R$ 16 bilhões) em 2017, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

"Embora nossas exportações para os EUA de aço e alumínio sejam modestas, este caso é de fundamental importância", disse Soereide. "Uma economia aberta como a Noruega depende do funcionamento multilateral do sistema."

A União Europeia é de longe o maior mercado de aço e alumínio da Noruega.

entry Oct 18 2018, 08:47 PM
Fed diz ser 'muito provável' manter altas graduais dos juros

* por AFP

Washington, 17 Out 2018 (AFP) - O Federal Reserve (Fed, o banco Central americano) afirmou que é "muito provável" que continue elevando "gradualmente" as taxas de juros, diante da força do crescimento econômico do país, segundo relatório da reunião monetária de 26 de setembro, divulgado nesta quarta-feira (17).

Entre os possíveis riscos para a economia, o Fed citou turbulências financeiras para alguns países emergentes, que poderiam representar "riscos adicionais se essas dificuldades se propagarem na economia global". Além disso, reiterou as incertezas provocadas pelas tensões comerciais.

Os países emergentes estão sofrendo de fuga de capitais, atraídos por investimentos em dólares mais convenientes. Em particular, a Argentina, a Turquia e a Indonésia sofreram acentuadas depreciações em suas moedas.

Os participantes do Comitê Monetário do Fed (FOMC) também reiteraram as "incertezas" causadas pelas tensões comerciais, em referência à imposição de tarifas sobre alguns produtos pelos Estados Unidos, e a guerra comercial que o país mantém com a China.

O Fed destacou o contraste entre o crescimento dos Estados Unidos e do resto do mundo, "que tem o potencial de fortalecer o dólar".

Isso se reflete em previsões como a do Fed, que previa uma expansão econômica de 3,1% em 2018, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) reduziu suas expectativas de crescimento para 2% para a zona do euro.

Pelo menos dois dos 12 membros do comitê "não são a favor" de uma política monetária mais restritiva "na ausência de sinais claros de uma economia superaquecida e aumento da inflação".

Como eles disseram desde o início da guerra comercial com a China, os participantes mais uma vez alertaram que as tensões comerciais "continuam a ser uma fonte de incerteza para as perspectivas da economia local", bem como a inflação.

Em relação à inflação, as pesquisas mostram que algumas indústrias estão começando a incorporar em seus preços de produção um custo adicional que atribuem às tarifas impostas aos produtos chineses.

As tarifas sobre as importações de aço e alumínio já começaram a afetar negativamente os investimentos no setor de energia.

De qualquer forma, por enquanto, os aumentos de preços ainda não são o resultado de um aumento nos salários, apesar de um mercado de trabalho apertado.

"O crescimento salarial continua sendo modesto em comparação com os padrões históricos", analisou o Fed.

entry Oct 17 2018, 08:09 PM
UE pode rejeitar projeto de orçamento da Itália, mas não há decisão ainda, diz comissário da UE

* por Francesco Guarascio | Bruxelas e
Angelo Amante | Roma | Reuters

BRUXELAS (Reuters) - O comissário para Orçamento da União Europeia, Guenther Oettinger, negou nesta quarta-feira uma notícia segundo a qual a Comissão Europeia já havia decidido rejeitar o projeto de orçamento da Itália para o próximo ano.

"Eu não disse que há uma decisão da Comissão Europeia sobre a Itália", escreveu ele em uma publicação no Twitter depois que a revista alemã Der Spiegel publicou uma entrevista com ele em seu site.

No artigo, a Der Spiegel disse que uma carta do comissário da Economia da UE, Pierre Moscovici, à Itália deve chegar a Roma na quinta ou sexta-feira, sem esclarecer a fonte dessas informações.

Posteriormente, a revista corrigiu seu artigo e disse que uma carta da Comissão só será entregue após as discussões finais entre Moscovici e o governo italiano.

"É minha opinião pessoal que, com base nos números, é (muito) provável que tenhamos que pedir à Itália para corrigir o orçamento preliminar", disse Oettinger.

Ele acrescentou que não disse que a Comissão enviará uma carta à Itália sobre seu orçamento na quinta ou sexta-feira.

Os ministros italianos, que repetidamente se irritaram com o que consideram ser uma interferência desnecessária de Bruxelas, pediram maior respeito por Roma.

"Eu li os comentários de Oettinger e repito que eles deveriam parar de invadir nosso campo e deixar o governo italiano funcionar", disse o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini no Facebook.

entry Oct 16 2018, 09:18 PM
EUA fará negociações comerciais com União Europeia, Japão e Reino Unido

* por AFP

Autoridades americanas anunciaram nesta terça-feira (16) negociações para acordos comerciais em separado com Reino Unido, União Europeia e Japão, numa tentativa do governo de Donald Trump de remodelar o comércio global.

O representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer, disse que o governo anunciou ao Congresso sua intenção de negociar os três acordos separados.

"Estamos comprometidos a concluir essas negociações com resultados oportunos e verdadeiros para os trabalhadores, fazendeiros, produtores e negócios americanos", afirmou Ligthizer.

A iniciativa vem na esteira da renegociação do Nafta (Acordo de Livre-Comércio da América do Norte), com Canadá e México, e sua tentativa de corrigir o que Trump chama de desequilíbrio da balança comercial do seu país.

Nas notificações ao Congresso sobre Japão e UE, Ligthizer citou "desequilíbrios comerciais crônicos" e afirmou que exportadores americanos há muito são "desafiados" pelas barreiras alfandegárias e não alfandegárias no Japão e na Europa.

A meta, disse, é ter uma relação comercial "mais justa e balanceada" com esses parceiros.

Lighthizer disse que os EUA vão buscar um acordo comercial com o Reino Unido assim que o país deixar a UE, em 2019.

A carta ao Congresso disse que Washington vai tentar alcançar um "comércio livre, justo e recíproco" com o Reino Unido.

JOGO DURO
Trump tem adotado um jogo duro com os parceiros comerciais dos americanos, usando tarifas e ameaças em uma tentativa de impulsionar as exportações americanas e solucionar o antigo déficit da balança comercial, apesar de diversos alertas de políticos dos EUA e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em maio, ele pediu para o Departamento de Comércio investigar a possibilidade de impor tarifas de 25% sobre carros e autopeças importados, uma perspectiva que deixou a indústria alarmada e teve grandes repercussões para Japão e Europa.

"Precisamos trabalhar juntos para tirar as escalas e resolver as disputas comerciais atuais", afirmou Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI em uma reunião do Fundo e do Banco Mundial em Bali na semana passada.

Trump aplicou ou ameaçou criar tarifas sobre produtos de diversos países, especialmente a China, mas também aliados tradicionais, como a UE.

Mais tarifas e suas contra medidas "poderiam levar a mais aperto às condições financeiras, com implicações negativas para a economia global e a estabilidade financeira", alertou o Fundo.

As novas negociações, se forem bem sucedidas, podem equilibrar a balançar comercial com a Europa e o Japão,, mas não altera a difícil situação com a China - responsável por mais de metade do déficit americano.

entry Oct 15 2018, 09:06 PM
UE diz que trabalha com EUA e Japão para atualizar o livro de regras da OMC

* por Niviane Magalhães | Estadão Online

A comissária de comércio da União Europeia, Cecilia Malmström, disse nesta segunda-feira que o bloco está trabalhando com os EUA e o Japão para cooperar e atualizar o livro de regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo ela, um exemplo que necessita de mudanças são os desafios colocados pela economia estatal da China, o que leva a subsídios industriais maciços e transferência forçada de tecnologia. "Aqui precisamos de novas regras. Os EUA e a UE concordam com a definição dos problemas aqui, mas nem sempre nas soluções", disse Malmström, acrescentando que a UE está preparada para negociar e encontrar soluções.

"Encontramos um plano para defender a OMC. A UE tem muita experiência, através dos seus 28 membros estados, em encontrar compromissos e soluções. Precisamos modernizar e salvar a OMC de três maneiras", afirmou a comissária.

De acordo com ela, primeiro é necessário salvar o mecanismo de solução de controvérsias. "Ele nos serviu bem e tem servido bem aos EUA". Em segundo lugar, "devemos melhorar o trabalho do dia-a-dia da organização, torná-la mais transparente, mais eficiente", disse. E em terceiro lugar, Malmström apontou ser necessários atualizar o livro de regras para enfrentar os desafios do século.

"Escrevemos as regras para a OMC há mais de 20 anos. Funcionou, funcionou bem, mas é claro que eles precisam ser modernizadas, pois é assim que vamos garantir o futuro da OMC, e os benefícios do comércio para outra geração".

entry Oct 14 2018, 09:39 PM
Tarifas sobre importações chinesas prejudicam empresas que produzem nos EUA

* por Dow Jones Newswires | Nova York

O governo Trump diz que as tarifas sobre as importações chinesas vão trazer a produção de volta para as fábricas dos Estados Unidos, mas algumas empresas de pequeno e médio porte que voltaram a produzir em território norte-americano dizem que as tarifas estão prejudicando, e não ajudando, seus negócios.

A Kent International, uma empresa de bicicletas, abriu uma fábrica em Manning, na Carolina do Sul, em 2014, para começar a montar algumas das bicicletas que vende para a Walmart e outros varejistas. Atualmente, emprega cerca de 167 pessoas. A Kent planejava expandir a instalação no próximo ano importando tubos de aço cortados na China para pintura e soldagem. A empresa planejava contratar mais 30 a 40 trabalhadores para a fábrica, que monta cerca de 300.000 das cerca de 3 milhões de bicicletas vendidas anualmente pela empresa em todo o mundo.

"Quando começamos a ficar sabendo das tarifas e estávamos confiantes de que os tubos de corte estariam sujeitos às tarifas, paramos", disse Arnold Kamler, proprietário majoritário da empresa e seu executivo-chefe há mais de 30 anos. Em vez disso, ele está viajando para a Tailândia, Vietnã, Camboja, Filipinas e Taiwan para encontrar novos fornecedores de produtos atingidos por tarifas impostas à China. "Não estamos trazendo empregos para a América com isso", disse Kamler. "Estamos trazendo empregos para diferentes países do Sudeste Asiático."

A administração Trump diz que as tarifas são projetadas para combater o que vê como práticas comerciais injustas que dão às empresas chinesas vantagem sobre suas contrapartes nos EUA. Alguns fabricantes norte-americanos estão relatando aumento na receita, à medida que as tarifas forçam os clientes a repensar as cadeias de suprimento.

Na Allied Technologies International, fabricante de peças em Tualatin, Oregon, com 57 funcionários, os pedidos aumentaram 30% em relação ao ano passado. "Há um choque de preços por causa das tarifas e, mais importante, há um risco na cadeia de suprimentos", disse o CEO da Allied, Thomas Biju Isaac.

As mais recentes tarifas, uma taxa de 10% sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas, incluindo bicicletas e partes de bicicletas, entraram em vigor em setembro e devem subir para 25% no fim do ano. Ao todo, os EUA cobraram tarifas de US$ 250 bilhões em importações chinesas, de aço e alumínio a móveis de bambu e malas. A China respondeu com tarifas sobre US$ 110 bilhões em exportações dos EUA.

Empresas que trouxeram fábricas de volta para os EUA dizem que as tarifas estão aumentando seus custos e tornando-as menos competitivas. "É difícil fabricar coisas aqui", disse Manville Smith, vice-presidente da JL Audio. "Seria bom se nosso governo nos ajudasse, não nos prejudicasse."

Smith e outros fabricantes menores disseram que estão em desvantagem sob as atuais regras tarifárias. Os produtos acabados fabricados na China que usam os mesmos componentes muitas vezes podem entrar nos EUA vindos da China sem pagar essas taxas. Assim, um alto-falante chinês evita as tarifas, mas um montado na fábrica da JL Audio na Flórida enfrentará um imposto de 25% sobre peças-chave no ano que vem. Um alto-falante europeu também evitaria as tarifas, mesmo se usasse componentes chineses.

Os bens intermediários, ou peças e matérias-primas usadas para fazer um produto acabado, representam cerca de metade dos US$ 250 bilhões em importações chinesas sujeitas a tarifas, de acordo com o Instituto Peterson de Economia Internacional.

Produtos acabados da China podem perder sua vantagem sobre os produtos fabricados nos Estados Unidos com componentes chineses se a Casa Branca seguir com sua ameaça de colocar mais US$ 267 bilhões em tarifas sobre importações chinesas, uma medida que até agora evitou limitar o impacto sobre os consumidores norte-americanos.

O escritório do Representante Comercial dos EUA se recusou a comentar o assunto.

Empresas atingidas pelas tarifas não estão simplesmente aumentando os preços para compensar os custos adicionais. Alguns proprietários de empresas dizem que estão adiando os planos para expandir sua presença nos EUA, analisando desistir de algumas linhas de produtos ou a transferência da produção para o exterior.

"No geral, a produção no curto prazo nos EUA está pior por causa das tarifas", disse Harry Moser, fundador da Reshoring Initiative, uma organização sem fins lucrativos que ajuda os fabricantes a tomar decisões sobre a realocação da produção. O presidente Trump "está 100% certo em trabalhar para reduzir o déficit comercial e trazer empregos industriais para os EUA", disse Moser, mas "achamos que ele não escolheu a ferramenta ideal para alcançar esse objetivo".

Empresas que buscam evitar o custo adicional das tarifas são más notícias para fabricantes de peças dos EUA, como a Mitchell Metal Products, sediada em Merrill, Wisconsin. No ano passado, Mitchell ganhou o primeiro National Reshoring Award, concedido pela Reshoring Initiative e pela Precision Metalforming Association. A empresa, que existe há 64 anos, venceu licitações para fabricar peças usadas em camas, móveis e equipamentos para gramados e jardins, mostrando que está dentro do limite de 20% do custo total de compras feitas de fornecedores estrangeiros. Mas a matemática jogou contra a empresa, que tem pouco mais de 80 funcionários, depois que os preços domésticos do aço subiram 40% ou mais em resposta às tarifas sobre metais importados no início deste ano.

"Desde o início das tarifas, nós não ganhamos um único prêmio de realocação", disse o presidente e co-proprietário da companhia, Timothy Zimmerman, que teme que os negócios reconquistados possam ser perdidos. "Eu não durmo bem à noite."

entry Oct 13 2018, 09:24 PM
FMI adverte sobre fim da oportunidade de manter crescimento global

* por AFP | Nusa Dua

O FMI (Fundo Monetário Internacional) advertiu neste sábado (13) que a "janela de oportunidades" para manter o crescimento global está acabando devido a disputas comerciais e à crise nos países emergentes, e estimulou que não piorem as coisas com desvalorizações artificiais.

Os membros do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (CMFI), a instância do Fundo Monetário Internacional, publicaram as suas recomendações em um comunicado de encerramento da reunião anual do FMI e do Banco Mundial em Bali, ao término de uma semana de queda dos mercados financeiros.

"Com uma janela de oportunidades que se fecha, vamos promover urgentemente as políticas e reformas" necessárias para o crescimento e a prevenção de riscos, indicaram.

O crescimento mundial "deveria ser estável em curto prazo e moderado a partir de então. No entanto, a recuperação é cada vez mais desigual e alguns riscos já identificados foram parcialmente confirmados", assinala o texto.

'Riscos crescentes'
Esta semana o FMI reduziu a sua previsão de crescimento do PIB mundial a 3,7% para 2018 e 2019 (-0,2 pontos), ao mesmo nível que em 2017.

"Existem riscos crescentes para a economia em um contexto de altas tensões comerciais, preocupações geopolíticas, com condições financeiras mais difíceis e que afetam muitos mercados e países emergentes", destaca o organismo, que agrupa 189 países.

O secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, indicou esta semana que comunicou as suas preocupações ao dirigente do Banco Central chinês sobre a debilidade do iuane.

"Nosso objetivo com a China é muito claro: trata-se de ter uma relação comercial mais equilibrada", assegurou.

Ao contrário, o secretário se absteve de detalhar se acusaria a China de manipular a sua moeda em um relatório bianual da administração americana que será publicado na semana que vem.

"Se conseguirmos" essa relação mais equilibrada, continuou Mnuchin, "isso será muito positivo para as empresas e os trabalhadores americanos, para os europeus, para o Japão e para todos os nossos aliados, e será positivo para a China."

Mnuchin afirmou que o objetivo de Washington é ter uma "relação recíproca, justa e livre" com o governo de Pequim.

Não às desvalorizações
Em seu comunicado, o FMI parece se dirigir às duas maiores economias mundiais em plena guerra sobre o comércio.

"Iremos nos abster de fazer desvalorizações competitivas e não usaremos as taxas de câmbio com fins competitivos", indica o texto.

O FMI apoia igualmente que haja negociações para restabelecer a confiança no comércio mundial e "melhorar a Organização Mundial do Comércio" (OMC).

"Os conflitos comerciais seriam negativos para todas as economias, não somente para Estados Unidos e China, mas para as economias de todo o mundo e da Ásia", indicou o dirigente do Banco Central japonês, Haruhiko Kuroda.

Esta semana, a volatilidade dos mercados mundiais se agravou devido a múltiplas preocupações econômicas, muitas delas nesta reunião do FMI, como as incertezas sobre economias emergentes, um menor ritmo de crescimento da China e a disputa entre Roma e a União Europeia por conta do orçamento da Itália.

entry Oct 12 2018, 07:15 PM
Plano de parlamentar da UE para controlar marketplaces é ameaça para Amazon

* por Foo Yun Chee | reuters

BRUXELAS (Reuters) - A Amazon pode enfrentar uma ameaça que não apenas o escrutínio antitruste da União Europeia depois que um importante parlamentar do bloco anunciou propostas destinadas a reduzir o uso de dados de comerciantes em marketplaces online para impulsionar as vendas de produtos de marca própria.

Buscando garantir condições de igualdade entre os gigantes da tecnologia, como o Google, Amazon e Apple e as empresas tradicionais, a Comissão Europeia delineou em abril projetos de regras para evitar práticas comerciais injustas.

A proposta visa especificamente lojas de aplicativos, mecanismos de pesquisa, sites de comércio eletrônico e sites de reservas de hotéis.

Os membros do Parlamento Europeu, cuja aprovação é necessária para garantir que a proposta se torne legislação e sob pressão para ser vista como favorável ao consumidor antes das eleições de maio, surgiram desde então com cerca de 680 emendas para fortalecer o projeto.

A principal delas é a proposta feita na semana passada do parlamentar dinamarquês de centro-esquerda Christel Schaldemose, o principal negociador do parlamento, que tem como objetivo um caso que sua compatriota, a comissária europeia de concorrência, Margrethe Vestager, está investigando.

Schaldemose propôs a criação das chamados 'Chinese walls' entre subsidiárias, segundo um esboço visto pela Reuters. Ela pretende que sua comissão vote sobre as emendas em 6 de dezembro.

Vestager disse no mês passado que estava coletando informações sobre se a Amazon usa os dados dos comerciantes de uma maneira que prejudica a concorrência. Seu poder reside em sua capacidade de impor multas, enquanto a proposta de Schaldemose, se aceita, seria mais abrangente, uma vez que se aplicaria a todas as empresas, independentemente de seu poder de mercado.

Em sua emenda, Schaldemose referiu-se a investigações de reguladores antitruste na UE e em outras partes sobre o duplo papel dos serviços de intermediação online como um marketplace e um rival na mesma plataforma.

"Para garantir justiça, o fornecedor do serviço de intermediação online não deve ser autorizado a divulgar os dados gerados pelas transações de um usuário empresarial a terceiros para fins comerciais, inclusive dentro de sua própria estrutura corporativa, sem o consentimento do usuário empresarial", diz o esboço.

Os legisladores também querem que as regras abranjam serviços de assistência por voz ou ajudantes virtuais, como o Alexa, da Amazon, o Siri, da Apple, e o Assistente do Google, por causa de sua crescente popularidade.

Após a votação da comissão, Schaldemose buscaria aprovação na assembleia uma semana depois. Os legisladores da UE precisariam, então, discutir uma posição comum com a Comissão e os países da UE antes que as propostas se tornassem lei.

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