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entry Mar 1 2007, 08:27 PM
Turbulência nos mercados é momentânea, dizem economistas

* por Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O solavanco no mercado financeiro mundial, que contaminou os ativos do Brasil, é mais um ajuste momentâneo do que uma crise que veio para ficar, na opinião de economistas de duas universidades brasileiras.

"O que aconteceu foi uma dor de barriga, já que nada de muito relevante mudou nos últimos dias", disse Carlos Eduardo Soares Gonçalves, da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP.

O professor André Biancareli, do Instituto de Economia da Unicamp trilha caminho semelhante. "A China parece mais um pretexto para um momento de correção, não aconteceu nada que leve a uma mudança estrutural", disse ele, avaliando que o mercado vai ver turbulências episódicas sem prazo definido.

Gonçalves acredita que o foco não pode estar na China, motor da crise no primeiro dia da turbulência, na terça-feira, porque o país tem pouca participação estrangeira. Assim, a queda da bolsa de Xangai de 9 por cento há dois dias pode ter contribuído para o movimento, mas não é essencial.

"É um processo de transição da China, que vai regulamentar o mercado financeiro local", afirmou Gonçalves, descartando grande relevância à possibilidade de o governo anunciar novas regras à bolsa de valores local.

Para o professor da USP, o cerne está nas preocupações com o crescimento dos Estados Unidos. As transições de patamar da economia que representa 25 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) mundial seriam responsáveis pelas turbulências atuais.

Na quinta-feira, o governo norte-americano divulgou que o PIB do país cresceu 2,2 por cento no quatro trimestre de 2006, em uma revisão dos 3,5 por cento do levantamento anterior. No ano, a economia dos EUA cresceu 3,3 por cento, taxa revisada em relação aos 3,5 por cento anunciados anteriormente.

O nervosismo do investidor com este desempenho acaba levando a influências voláteis, como a divulgação de dados como bens duráveis, com forte alteração periódica.

Biancareli inclui na discussão o ciclo de liquidez voltado a países emergentes, que começou em 2003 e teve um "soluço" em 2004. "O ciclo é marcado por movimentos de turbulência", mas ainda é uma realidade.

Ele não arrisca afirmar quando termina o movimento atual, mas diz que "os dados divulgados até agora não conseguem reverter o quadro favorável, tudo indica que é uma correção normal, passageira".

(Por Carmen Munari)

 
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