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entry Feb 24 2024, 08:18 PM
Casa dos Ventos anuncia investimento de R$ 12 bi em energia renovável

* por Daniele Madureira | Folha de São Paulo

A empresa Casa dos Ventos vai investir R$ 12 bilhões em ativos renováveis até o final de 2026. A companhia, dona de três parques eólicos concluídos e três em desenvolvimento, todos no Nordeste, soma 3,1 gigawatts (GW) de energia renovável.

A injeção de capital visa dar fôlego novo à expansão da companhia, ancorada na parceria com a petroleira francesa Total Energies, que comprou um terço da brasileira no começo de 2023.

"O total de R$ 12 bilhões inclui novos projetos de energia solar, que vão gerar 1 GW de energia, além da conclusão das eólicas em construção", afirmou o diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe.

Entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões serão aportados com capital próprio e o restante contará com financiamento de longo prazo via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), BNB (Banco do Nordeste) e mercado de capitais, disse o executivo, filho do presidente da empresa, Mário Araripe, ex-dono da fabricante brasileira de jipes 4x4 Troller.

A marca automobilística foi vendida para a Ford em 2007.

Segundo Lucas, apesar de a Total Energies ser voltada ao mercado de óleo e gás, a multinacional está comprometida com a transição energética. "Eles têm planos ambiciosos para a energia limpa", disse. "Até 2030, a meta da Total é gerar 100 GW em energias renováveis."

Em outubro, durante o 1º Fórum Esfera Internacional, em Paris, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a Total Energies deve investir R$ 500 bilhões em projetos para produção de petróleo, gás e energia limpa no Brasil até 2026.

Com a acionista francesa, a Casa dos Ventos obtém mais garantia para financiamentos, acesso a novos clientes, sinergia com fornecedores e maior conhecimento técnico, afirmou Lucas.

"Nós fomos pioneiros em desenvolver projetos de energia renovável, inclusive para outras empresas do setor que se dedicavam à geração e distribuição de energia", disse o executivo. "Mas decidimos nos dedicar a essas outras etapas do processo, nos tornando uma empresa completa, que pode tanto gerar energia limpa quanto ajudar indústrias de outros setores a se descarbonizarem."

Neste último caso, Lucas se refere especialmente ao uso do hidrogênio verde e derivados em projetos de transição energética.

"A amônia verde, por exemplo, é uma mistura de hidrogênio verde com nitrogênio, que pode ser empregada tanto em motores de trens e navios quanto na produção de fertilizantes nitrogenados", afirmou.

De acordo com ele, se a energia eólica está muito concentrada no Nordeste, a energia solar permite que a empresa expanda suas operações para as regiões Centro-Oeste e Sudeste.

A ideia é formar parques híbridos, expandindo o portfólio de geração solar em parques que já operam projetos eólicos. Segundo o executivo, a projeção é que a carteira total de projetos nas fontes eólica e solar chegue a 4,2 GW até 2026.

A energia eólica representa 13% da matriz energética brasileira, segundo dados do Siga —Sistema de Informação de Geração da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). É a segunda mais importante, depois da energia oriunda de hidrelétricas, que domina a matriz brasileira, respondendo por 53% do total.

A energia de biomassa vem em terceiro lugar (9%), seguida pelas geradoras de energia elétrica de pequeno porte —chamadas de PCH (Pequena Central Hidrelétrica)— e CGH (Central Geradora Hidráulica), que somam 5%. A fotovoltaica (solar) representa apenas 3% da matriz energética nacional.

O Brasil tem hoje 31 GW de capacidade instalada em operação comercial de energia eólica, segundo dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). São 1.625 parques eólicos no total, com mais de 10,8 mil aerogeradores, em 14 estados do país.

entry Feb 23 2024, 08:59 PM
Para Bundesbank, PIB alemão será mais fraco em 2024 e terá contração no 1º trimestre

* por Dow Jones Newswires

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha será mais fraco em 2024 do que o esperado anteriormente, demonstrando uma recuperação atrasada e gradual, afirmou nesta sexta-feira, 23, o presidente do BC alemão, Joachim Nagel, enquanto apresentava o relatório anual do Bundesbank.

De acordo com ele, as exportações alemãs devem crescer neste ano à medida que a demanda por bens retorna, os gastos das famílias devem se beneficiar dos salários reais mais altos, enquanto um mercado de trabalho estável e um forte avanço salarial significarão que as pessoas terão efetivamente mais dinheiro disponível.

Nagel acredita que o conjunto desses fatores será responsável por apoiar a economia ao longo do ano, após uma contração leve no primeiro trimestre de 2024 - resultado da cautela sobre gastos domésticos e da queda recente e significativa da demanda industrial externa.

entry Feb 22 2024, 09:28 PM
FMI vê riscos de baixa para Japão em 2024 e recuperação no Reino Unido

* por Andrea Shalal | Reuters

WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quinta-feira que o desempenho econômico mais fraco do Japão em 2023 poderia aumentar os riscos para baixo na atividade em 2024, enquanto os indicadores de alta frequência apontavam para uma recuperação no Reino Unido este ano.

A porta-voz do FMI, Julie Kozack, disse a repórteres que o credor global levaria em conta as novas informações sobre as economias japonesa e britânica -- que entraram em recessão -- ao preparar uma nova previsão global a ser divulgada em abril.

Ela destacou que a inflação estava em queda, mas "o trabalho ainda não está concluído no que diz respeito à política monetária" e disse que o FMI estava pedindo aos bancos centrais que se precavessem contra a flexibilização prematura das taxas de juros.

Quando o núcleo das pressões de preço e as expectativas de inflação estiverem se movendo de forma clara e decisiva em direção aos níveis das metas, alguns ajustes na política monetária "podem ser justificados", disse ela.

Kozack também ressaltou que a política monetária estava se tornando menos sincronizada, com algumas economias de mercados emergentes começando a reduzir as taxas de juros, enquanto algumas economias avançadas estavam se segurando para garantir que as pressões inflacionárias diminuíssem.

O Japão entrou inesperadamente em recessão no final do ano passado, perdendo seu título de terceira maior economia do mundo para a Alemanha e levantando dúvidas sobre quando o banco central do país começaria a sair de sua política monetária ultraflexível que já dura uma década.

Alguns analistas estão alertando para outra contração no trimestre atual, já que a fraca demanda na China, o consumo lento e a interrupção da produção em uma unidade da Toyota Motor Corp apontam para um caminho desafiador para a recuperação econômica.

Kozack disse que a produção mais fraca do que o esperado do Japão no segundo semestre foi impulsionada pelo fraco consumo e investimento interno, embora o crescimento em 2023 como um todo tenha permanecido robusto graças às fortes exportações.

"Vemos que o desempenho mais fraco em 2023 pode aumentar os riscos de queda da economia japonesa", acrescentou ela, sem entrar em detalhes.

entry Feb 21 2024, 08:49 PM
Nvidia lucra com corrida por IA, surpreende mercado e anuncia receita de R$ 300 bi

* por Pedro S. Teixeira | Folha de São Paulo

Dona de uma posição estratégica na corrida pelo desenvolvimento de inteligência artificial, a Nvidia divulgou, nesta quarta-feira (21), receita de US$ 22,1 bilhões (R$ 108,9 bilhões) no último trimestre do ano passado. A alta é de 265% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Assim, a empresa acumulou receita de US$ 60,9 bilhões (R$ 300,2 bilhões) ao longo do ano. O resultado é melhor do que o da Microsoft, a empresa com maior valor de mercado no mundo, para 2023 (US$ 56 bilhões).

O resultado ficou acima da expectativa do mercado para a empresa nos últimos três meses de 2023: receita de US$ 20,55 bilhões (R$ 101,3 bilhões), de acordo com a plataforma de informações financeiras Investing.

Desde o fim de 2022, quando a OpenAI abriu acesso ao público para o ChatGPT e fez disparar o entusiasmo com IA, o valor das ações da fabricante de chips avançados mais do que quadruplicou.

O valor de mercado da empresa subiu em mais de 150% desde a divulgação em 22 de fevereiro do ano passado do balanço sobre os resultados da empresa para 2022, quando a demanda de desenvolvedores de inteligência artificial começou a ter reflexo nos números da gigante da tecnologia.

O lucro por ação (LPA) apresentado pela Nvidia de US$ 5,16 também superou o valor esperado pelos investidores de US$ 4,64.

A empresa ainda vai distribuir dividendos de US$ 0,04 (R$ 0,20) por ação em 27 de março.

Segundo o analista-chefe da Investing, Thomas Monteiro, esses números desfazem a suspeita de que a Nvidia passe por uma bolha. Nas transações após o fechamento da Bolsa de Nova York desta quarta, o valor dos papéis da fabricante de chips apresentava alta na casa dos US$ 50.

A Nvidia produz as chamadas GPUs (unidades de processamento gráfico), essenciais para treinar grandes modelos de inteligência artificial, como o GPT da OpenAI e o Gemini do Google. Desse mercado de chips de IA de ponta, 80% está sob o controle da empresa.

Essa cobiçada peça chegou a ser vendida por mais de US$ 30 mil (cerca de R$ 147 mil) no varejo, por ser essencial para treinar plataformas de IA generativa em um tempo viável e, em determinados momentos do ano passado, esteve em escassez.

Para suprir essa demanda, a empresa de tecnologia investiu US$ 2 bilhões (R$ 9,74 bilhões), de um total de US$ 2,9 bilhões (R$ 14,2 bilhões), na construção de uma nova planta focada em chips de IA para a TSMC, fábrica taiwanesa de chips que tira os projetos da Nvidia do papel.

O setor de datacenters da Nvidia foi responsável por 83% da receita anunciada no balanço, uma vez que a empresa também direcionou sua capacidade produtiva para reforçar seus centros de processamentos de dados.

A gigante da tecnologia aluga sua capacidade computacional para empresas menores desenvolverem os próprios projetos.

"A performance de nossa plataforma de datacenters é impulsionada pelos drivers especializados no processamento e treinamento de dados de serviços de nuvem e também de grandes empresas", afirmou o chefe-executivo da Nvidia Jensen Huang, em comunicado. Isso significa vantagem competitiva no desenvolvimento de soluções de inteligência artificial.

"A área de chip mostra um padrão que a empresa que detém a tecnologia de ponta domina sempre cerca de dois terços do mercado, e a Nvidia está lucrando com isso", disse Monteiro, da Investing, em entrevista à Folha.

Essa dominância sobre um mercado com possibilidade de crescimento exponencial é o que atrai dinheiro de grandes fundos e também de investidores domésticos para a fabricante de chips.

A posição estratégica da Nvidia fez a empresa superar a Tesla como a ação mais negociada de Wall Street neste início de ano.

A representação descomunal da Nvidia nas negociações diárias de ações deixou os investidores mais vulneráveis à resultados aquém do esperado, o que levou a uma desvalorização das ações da empresa na última semana.

No pico, as ações da Nvidia chegaram a subir 47% em 2024, e analistas ouvidos pela agência Reuters afirmaram que qualquer resultado negativo poderia reverter essa disparada. O balanço da empresa pelo semestre, porém, surpreendeu as instituições financeiras positivamente.

O frênesi com a companhia chegou a catapultar a empresa acima de Google e Amazon em valor de mercado.

Nesta quarta, Google e Amazon haviam recuperado suas posições acima da Nvidia, após o ajustes realizados pelos investidores da bolsa americana.

O entusiasmo com a empresa é tamanho que ações de empresas menores de inteligência artificial subiram no último dia 14, depois que a Nvidia revelou ter participação nelas, oferecendo pistas sobre sua estratégia de crescimento.

A Nvidia divulgou suas participações até 31 de dezembro em um documento à SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA, na noite de quarta-feira (14).

A Nvidia, contudo, lida com um risco regulatório. É o principal alvo hoje no esforço americano para restringir o acesso chinês a chips avançados. A China é o principal concorrente dos EUA no desenvolvimento de IA.

A empresa, sediada na Califórnia, busca contornar desde 2022 as limitações de exportação à China determinadas pelo Departamento de Comércio.

O país responde por um quinto da receita da Nvidia, segundo o próprio Huang. "Se formos privados do mercado chinês, não temos contingência para isso, não existe outra China", afirmou ele, no ano passado. "Se não puderem comprar, eles mesmos vão fazer."

entry Feb 20 2024, 09:41 PM
Cacau Show compra marcas e ativos do Playcenter e entra no setor de entretenimento

* por Estadão

A Cacau Show deu mais um passo para se aproximar do ramo do entretenimento. A empresa anunciou nesta terça-feira, 20, a compra de todas as marcas e ativos do Grupo Playcenter. O valor do negócio não foi revelado.

A transação terá de ser submetida à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), informaram as empresas envolvidas no negócio.

Alexandre Costa, fundador e CEO da Cacau Show, disse que a empresa, que completa 35 anos e tem mais de 4,2 mil lojas em todo o Brasil, sempre teve como foco o produto chocolate. Mas, partir de agora, a intenção é direcionar cada vez mais para o "show". Porém, incluindo as vendas de chocolates como parte do negócio.

Segundo ele, a transação é um passo significativo na jornada da marca.

Por quase 40 anos, o Playcenter foi um parque de diversões que ocupou um terreno às margens da Marginal Tietê. Visitar o parque foi o sonho de consumo de uma geração, pois ele reproduzia as atrações dos grandes parques dos Estados Unidos e da Europa. Em 2012, a parque encerrou as atividades.

A empresa, no entanto, continuou suas operações de lazer indoor. Atualmente há dois modelos de negócio em shoppings centers, os Playlands e o Playcenter Family - espécie de mini parques de diversões para a família.

Segundo o CEO da Cacau Show, ainda estão sendo avaliadas maneiras de unir as operações. Por enquanto, produtos da Cacau Show serão mais ofertados nos Playlands.

A decisão da venda do Grupo Playcenter exclusivamente para a Cacau Show ocorreu devido a identificação de valores e propósitos compartilhados entre as duas empresas.

"Ao longo do tempo, percebi em Alê Costa uma conexão especial em relação à visão de negócios e ao compromisso em proporcionar experiências memoráveis. Logo, tivemos a certeza de que seria a pessoa ideal para se tornar o sucessor do legado edo pioneirismo do Playcenter no segmento de Parques de Diversões do Brasil", afirma Marcelo Gutglas, fundador do Grupo Playcenter, em nota.

entry Feb 19 2024, 08:37 PM
Capital One está em negociações avançadas para comprar Discover Financial, dizem fontes

* por Anirban Sen e Juveria Tabassum | Reuters
reportagem adicional de Michelle Price

NOVA YORK/WASHINGTON (Reuters) - O Capital One, um credor de consumo dos Estados Unidos apoiado por Warren Buffett, está em negociações avançadas para comprar a emissora de cartões de crédito Discover Financial Services, disseram fontes familiarizadas com o assunto.

O acordo que combinaria duas das maiores emissoras de cartões de crédito dos EUA pode ser anunciado já nesta terça-feira, segundo as fontes.

A Discover tem uma capitalização de mercado de 27,6 bilhões de dólares, enquanto o Capital One é avaliado em 52,2 bilhões de dólares, de acordo com dados da LSEG.

Embora a dimensão exata da união não esteja imediatamente clara, ela tem o potencial de ser a maior aquisição no setor bancário dos EUA desde que o Bank of America assumiu o controle do Merrill Lynch por 50 bilhões de dólares em 2009. O acordo combinaria quarto e sexto maiores players no mercado de cartões de crédito dos EUA em volume até 2022, segundo a Nilson Report.

Os bancos não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. A Bloomberg News noticiou primeiro as negociações.

"Prevejo que este acordo, caso se materialize, provocará uma reação significativa e receberá um escrutínio regulatório reforçado", escreveu o professor Jeremy Kress, da Universidade de Michigan, que trabalhou anteriormente na supervisão de fusões bancárias no Federal Reserve, em email à Reuters.

"Será o primeiro grande teste da regulação de fusões bancárias desde a ordem executiva do governo Biden sobre a promoção da concorrência em 2021."

"Prevejo que este acordo, caso se materialize, provocará uma reação significativa e receberá um escrutínio regulatório reforçado", escreveu o professor Jeremy Kress, da Universidade de Michigan, que trabalhou anteriormente na supervisão de fusões bancárias no Federal Reserve, em email à Reuters.

"Será o primeiro grande teste da regulação de fusões bancárias desde a ordem executiva do governo Biden sobre a promoção da concorrência em 2021."

Por ativos, a Discover era o 27º maior banco dos EUA, com quase 150 bilhões de dólares em ativos, segundo dados de dezembro do Fed que classificam os bancos dos EUA segurados, enquanto o Capital One era o nono maior, com 476 bilhões de dólares.

entry Feb 18 2024, 09:10 PM
Cegonheiros pedem freio em política de transição para carros elétricos

* por Folha de São Paulo
com Diego Felix

Até os cegonheiros, caminhoneiros que transportam os carros novos para as concessionárias, reclamam da competição entre os carros elétricos e os veículos tradicionais das grandes montadoras instaladas no país. Para eles, o mercado foi invadido pelos modelos elétricos da BYD e é preciso tempo para a adaptação de toda a indústria sob pena de uma quebradeira no setor.

Segundo José Ronaldo Marques da Silva, presidente do Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros), o ideal seria as montadoras ampliarem o foco da produção de veículos híbridos, que alinham motores a combustão e baterias elétricas.

Os cegonheiros entraram em campo porque, para eles, existe um problema de peso para o transporte de automóveis elétricos.

O sindicato afirma que, em alguns casos, cada carro pode pesar quase 500 kg, fazendo com que seja necessário adaptar a logística. Em vez de 11 carros por carreta, seriam transportados oito.

"O carro elétrico é uma realidade, com certeza para um futuro próximo. Mas as mudanças não podem ser feitas bruscamente. É preciso uma política de transição para que a cadeia automotiva se adapte", afirma Silva, também conhecido como Boizinho.

entry Feb 18 2024, 09:07 PM
Por que empregos nas gigantes de tecnologia perderam o encanto

* por BBC News Brasil

Um dia consideradas o ápice da carreira na área, as vagas nas chamadas big techs (gigantes da tecnologia) têm perdido o brilho. Demissões em massa e cortes de gastos têm levado funcionários das gigantes da tecnologia a repensar seus próximos passos.

Michael conta que começou na empresa em que hoje trabalha na primavera de 2021 querendo se provar ao lado dos melhores engenheiros de software do mundo.

"Eles fazem alguns projetos muito complexos. Quando você se junta a eles, você supostamente está se juntando aos melhores. Você sente que está trabalhando em um lugar que aumenta o valor da sua marca como pessoa", diz.

Inicialmente, tudo correu bem. Michael diz que conseguiu trabalhar em projetos de alto impacto, mostrando seu valor para desenvolvedores seniores. Os benefícios também ajudavam.

"Era uma big tech típica, que oferecia enormes benefícios, com um ótimo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal", diz ele. "Em comparação com meus empregadores anteriores, era uma maravilha: tinha comida gratuita, verba de bem-estar e seguro de saúde. E as pessoas eram incríveis - era um ambiente de trabalho agradável, embora às vezes parecesse uma seita."

Mas o primeiro sinal de que algo começava a mudar veio em março de 2022. Em meio à desaceleração econômica, o serviço de lavanderia gratuito foi retirado. Logo vieram mais cortes - o horário dos jantares para os trabalhadores que estavam no final do horário mudou e passou a conflitar com o último transporte gratuito saindo do campus de Nova York.

Assim, os funcionários passaram a ter que escolher entre jantar ou ganhar carona para casa. "As pessoas reclamaram - especialmente os mais jovens. Era um ambiente de muito mimo."

Meses depois, cortes nos benefícios foram seguidos por cortes de funcionários - Michael foi um dos 11 mil funcionários demitidos em novembro daquele ano, em meio a uma desaceleração mais ampla do setor de tecnologia.

Seu próximo passo foi deixar o universo das gigantes da tecnologia completamente. Ele agora trabalha em finanças, em um grande banco de investimento. É um trabalho que ainda oferece projetos interessantes, diz Michael, e ele sente que tem uma segurança de emprego maior.

"Se você tivesse me perguntado antes, eu teria dito que trabalharia para outra empresa das cinco gigantes em seguida. Mas há todo um mundo fora da big tech."

Até pouco tempo, vagas em tecnologia - especialmente entre os principais nomes como Meta (dona do Facebook e Whatsapp), Alphabet (grupos de empresas do Google) e Amazon - estavam entre os empregos mais desejáveis disponíveis, oferecendo aos candidatos salários de seis dígitos, benefícios luxuosos e a perspectiva de estar na vanguarda da inovação.

Mas desde o verão de 2022 o setor está cheio de cortes, demissões e incertezas. Em alguns casos, as empresas também restringiram o trabalho remoto, tornando o retorno ao escritório uma questão disciplinar.

Uma recuperação parece distante. De acordo com o site que analisa a indústria Layoffs.fyi, 23.670 trabalhadores foram demitidos em 85 empresas de tecnologia apenas em janeiro de 2024, incluindo Microsoft, Amazon, eBay e Google. E alguns trabalhadores estão começando a procurar empregos fora do setor em que um dia já competiram para fazer parte.

'A TECNOLOGIA ERA O LUGAR PARA SE ESTAR'
Antes das demissões, as empresas de tecnologia eram mais conhecidas por uma cultura de oferecer aos funcionários benefícios gratuitos e comodidades premium em escritórios de alto nível.

Comida no escritório, academia, salas de jogos e de meditação eram uma forma de manter os trabalhadores no local pelo maior tempo possível. Mas também funcionavam como meio de atrair talentos.

Scott Dobroski, especialista em tendências de carreira da Indeed, em São Francisco, diz que os candidatos, especialmente em tecnologia, conectam-se com a marca do empregador e a cultura da empresa.

Isso mudou após a pandemia. À medida que a economia vacilou na primavera de 2022, o aumento da inflação e das taxas de juros restringiu o crescimento das empresas. Isso inicialmente levou a congelamentos de contratações e, em seguida, a demissões em todo o setor no final de 2022, que seguem acontecendo.

"A pandemia de Covid-19 foi um acontecimento único que mudou a trajetória das empresas, superestimando a demanda e as contratações", diz Dobroski. "Depois de sair muito forte em 2021, as empresas de tecnologia tiveram que, de repente, recuar no recrutamento."

Consequentemente, o setor de tecnologia tornou-se menos desejável para muitos trabalhadores. De acordo com os Melhores Empregos do Indeed de 2024. Medido por salário, flexibilidade e crescimento, apenas três em seu top 25 são funções de tecnologia, contra 11 da edição de 2023.

"Embora os empregos de tecnologia continuem oferecendo altos salários e níveis acima da média de trabalho flexível, eles caíram significativamente em termos de crescimento", diz Dobroski.

"Candidatos normalmente querem se juntar a empresas que estão florescendo, nas quais sentem que podem crescer. Mas quando as demissões são anunciadas, isso não apenas reduz as oportunidades de mudança no mercado de trabalho - prejudica a reputação dos empregadores e sinaliza incerteza."

Não é apenas quem está em busca de um emprego que se afasta. Aqueles que atualmente trabalham no setor relatam desencantamento.

Alessandra trabalha para uma empresa da tecnologia blockchain em Londres. Ela diz que escolheu o setor após entrar pela primeira vez na sede de seu empregador como estagiária. "Fiquei impressionada com o escritório - fez parecer que a tecnologia era o lugar para se estar. A natureza rápida e inovadora foi o que mais chamou minha atenção: como se eu pudesse fazer parte de algo novo."

Como muitas no setor, a empresa de Alessandra foi afetada pela desaceleração da tecnologia. Em fevereiro de 2023, um dos produtos de blockchain deixou de ser oferecido. As demissões continuaram desde então - sua equipe já foi reduzida em cinco vezes. Os funcionários também são obrigados a ir ao escritório três dias por semana, ou lidar com as consequências. "Meu dia alterna entre ser super intenso, quando parece que as coisas estão 'decolando', e longos períodos de não fazer absolutamente nada", diz ela.

Sua desilusão se estende para além de sua empresa e da própria indústria. "Aparentemente, é uma questão de sorte em qualquer parte da tecnologia em que você caia. No momento, a IA está decolando, então todos os outros sentem que estão sendo deixados para trás. Não é apenas a minha empresa: o mercado não sabe o que precisa fazer para ter sucesso, ou para onde está indo. Eu não me sinto mais inspirada, ou com aquela animação de quando entrei no escritório pela primeira vez."

'OS DIAS DE GLÓRIA VOLTARÃO'
Dobroski acredita que a empolgação com os empregos no setor de tecnologia só retornará quando a economia se recuperar totalmente, as demissões terminarem e as empresas retomarem a contratação em massa.

Até lá, apenas certos papéis permanecem cobiçados. "A história já mostrou que, quando há crescimento de emprego, esse é o sinal de que há oportunidades para candidatos", diz ele. "Por hora, existem áreas dentro da indústria que ainda são muito atraentes para talentos de tecnologia, como equipes de IA entre big tech e start-ups."

Embora ele tenha deixado a indústria, Michael diz que ainda trabalharia para uma empresa de big tech no futuro. "Os benefícios são ótimos, e você é levado a trabalhar em grandes problemas que um dia pode apontar e dizer: 'eu desenvolvi isso'. Os dias de glória voltarão: alguns anos após a desaceleração econômica e voltaremos a 2021. Talentos da tecnologia sempre serão escassos."

Mas, por enquanto, muitos trabalhadores de tecnologia estão começando a buscar vagas em outros lugares. "A maioria dos meus colegas sente o mesmo: estamos trabalhando para algo que não vai a lugar algum", diz Alessandra. "E depois de ver tantos colegas próximos serem demitidos de repente ou pedirem demissão, perdemos a fé no que estamos tentando alcançar. A maioria de nós está planejando a estratégia de saída da empresa - e alguns até mesmo da indústria."

entry Feb 16 2024, 09:15 PM
Ministro das Finanças do Japão vê aumento dos juros no futuro, diz Nikkei

* por Reuters

TOKYO (Reuters) - O Ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, disse que provavelmente chegará um momento em que as taxas de juros do país começarão a subir e afetarão a economia por meio de vários canais, de acordo com uma entrevista ao jornal Nikkei publicada no sábado (sexta-feira no Brasil).

"O Banco do Japão tem jurisdição sobre a política monetária. Mas haverá uma fase em que as taxas de juros subirão", disse Suzuki na entrevista.

Com relação ao iene, Suzuki disse que há prós e contras em seus movimentos, que têm efeitos variados sobre os exportadores japoneses e as empresas que dependem de importações.

Como a inflação já ultrapassou a meta de 2% do Banco do Japão há algum tempo, muitos participantes do mercado esperam que o banco central encerre sua política de taxas de juros negativas até abril.

Fontes disseram à Reuters que o banco central japonês está no caminho certo para encerrar os juros negativos nos próximos meses, apesar de dados recentes mostrarem que a economia entrou em recessão, embora a fraca demanda doméstica signifique que o banco central poderá buscar mais pistas sobre o crescimento dos salários antes de agir.

entry Feb 15 2024, 09:38 PM
Ações de empresas de IA sobem após Nvidia revelar participações

* por Reuters

As ações de empresas menores de inteligência artificial subiram nesta quinta-feira (15), depois que a Nvidia, a fabricante de chips de IA mais dominante do mundo, revelou ter participação nelas, oferecendo pistas sobre sua estratégia de crescimento.

O rali mostrou a crescente influência da Nvidia no mundo da IA, à medida que seu valor de mercado cresce em ritmo acelerado, tornando-a a terceira empresa mais valiosa dos Estados Unidos.

A Nvidia divulgou suas participações até 31 de dezembro em um documento à SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA, na noite de quarta-feira (14).

Esse tipo de divulgação é acompanhado de perto por investidores e geralmente está associado a movimentos feitos por gestoras de fundos, em vez de empresas.

Os papéis da empresa de biotecnologia Recursion Pharmaceuticals, na qual a Nvidia investiu quase US$ 76 milhões, subiu 13,8%.

A gigante do Vale do Silício também investiu quase US$ 3,7 milhões no desenvolvedor de assistentes de voz conversacionais SoundHound AI, elevando suas ações em 66,7%, a US$ 3,76.

A Nvidia também comprou uma fatia na empresa de dispositivos médicos Nano-X Imaging, com sede em Israel, que usa software de IA para analisar relatórios. Seus papéis avançaram 49,37%.

As ações de outras empresas de microcapitalização do setor também valorizaram-se, com a Guardforce AI adicionando 19,1% e a BigBear.ai Holdings ganhando 17,8%.

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