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Entradas em July 2019

entry Jul 31 2019, 08:45 PM
JPMorgan diz que Europa nem sempre pode ser comparada ao Japão

* por Ksenia Galouchko | Bloomberg
com a colaboração de Michael Msika

(Bloomberg) -- Investidores costumam comparar a Europa ao Japão hoje em dia, mas, de acordo com o JPMorgan, seus ativos enviam sinais muito diferentes, na maioria das vezes.

Embora a queda dos rendimentos dos títulos de dívida da Alemanha, o encolhimento da população europeia e o desempenho das ações do setor financeiro na Europa sejam semelhantes à situação no Japão, o JPMorgan diz que outros indicadores - de ações a níveis de endividamento - colocam o continente europeu em uma posição mais favorável.

John Normand, chefe de estratégia de ativos cruzados do JPMorgan, destaca que a expansão econômica e a inflação da zona do euro podem estar desaceleradas, mas o crescimento nominal e o núcleo da inflação superam a deflação do Japão. Após uma década da crise de dívida europeia, os níveis de alavancagem no setor privado da região se estabilizaram. Por outro lado, famílias e empresas japonesas passaram 20 anos a partir de meados da década de 1990 reduzindo suas dívidas, alimentando o que o JPMorgan chama de recessão de balanço.

Em nota, Normand disse que, embora a zona do euro muitas vezes seja citada como exemplo de japanização, "este termo só se ajusta à região em alguns critérios". "A posição da Europa parece mais favorável do que a do Japão em estágios semelhantes."

E, considerando que a Europa lembra o Japão devido aos baixos rendimentos dos títulos, as ações da região não poderiam ser diferentes, já que "nunca" enfrentaram a recessão de vários anos do Japão ou a forte queda do índice preço-lucro, disse o estrategista.

"A depreciação do P/L de ações do Japão foi única porque a sobrevalorização pré-crise era muito extrema", disse Normand.

O Índice Stoxx Europe 600 subiu 33% em dólares nos últimos 20 anos, comparado à alta de 12% do Topix no período.

Mas Normand alerta que embora a região tenha conseguido escapar do destino do Japão, mais indicadores europeus ainda podem começar a espelhar o desempenho japonês devido ao crescimento lento, à baixa probabilidade de estímulos fiscais significativos em países como a Alemanha e menores retornos em compras de ativos realizadas pelo Banco Central Europeu.

entry Jul 30 2019, 07:50 PM
Leilão português de energia solar quebra recorde mundial, diz secretário

* por Sergio Gonçalves | Reuters

LISBOA (Reuters) - O enorme leilão de energia solar de Portugal quebrou um recorde mundial, com uma das 24 licenças ofertadas sendo vendida por 14,76 euros por megawatt-hora (MWh), disse nesta terça-feira o secretário de Estado de Energia do país, João Galamba.

Entre as entidades que inicialmente competiam pelo leilão de 1.150 megawatts (MW), houve 13 vencedores, disse Galamba, sem fornecer quaisquer nomes.

Uma fonte familiarizada ao assunto afirmou que houve vários agentes europeus entre os vencedores, mas que as portuguesas EDP e Galp não estão entre eles.

O diário português Jornal de Negócios noticiou que a espanhola Iberdrola venceu sete das 24 licenças disponíveis, enquanto a francesa Akuo arrematou 370 MW.

Com base nas localizações onde as usinas solares serão instaladas, foram realizados leilões em que os vencedores seriam aqueles que oferecessem os maiores descontos à tarifa de 45 euros/MWh.

"O primeiro leilão em Portugal foi um sucesso", disse Galamba à Reuters. "Houve descontos brutais e, além de recebermos os menores preços na Europa, batemos novas mínimas mundiais."

No ano passado, a Solar Power Europe afirmou em um relatório que as menores ofertas em energia solar no mundo haviam ocorrido na Índia, a uma taxa de 16,70 euros/MWh.

Este é o maior leilão de licenciamento de qualquer forma de energia lançado em Portugal, e representa mais que o dobro da atual capacidade de energia solar instalada no país.

"Este leilão mostra que a transição energética, com a qual o governo está comprometido, não apenas pode acelerar fortemente o investimento e a penetração das renováveis em Portugal, mas também fazê-lo a preços muito baixos", acrescentou Galamba.

entry Jul 29 2019, 09:02 PM
Libra pode não sair do papel e bitcoin só tem a ganhar, avalia Ulrich, da XDEX

* por Paula Arend Laier | Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O projeto de moeda digital libra, do Facebook, pode não ir adiante se questionamentos de parlamentares norte-americanos ganharem força, e isso não necessariamente será ruim para o preço do bitcoin, avalia o analista-chefe da XDEX, plataforma de compra e venda de criptomoedas, Fernando Ulrich.

Ele argumenta que há no Congresso norte-americano uma sensação de negócios não acabados com a gigante de tecnologia, após os eventos relacionados ao escândalo de vazamento de dados da empresa de mídia social para a Cambridge Analytica, por exemplo.

"Se elevar demais o tom ou isso se tornar uma briga maior, (a libra) pode nem sair do papel", disse Ulrich à Reuters. A XDEX tem como sócios o Grupo XP e General Atlantic.

Em junho, o Facebook anunciou que se uniu a 28 parceiros para formar uma entidade sediada em Genebra chamada Libra Association, que administrará sua nova moeda digital a ser lançada no primeiro semestre de 2020. Mas desde então tem sofrido questionamentos de órgãos reguladores, parlamentares e governos.

Os congressistas norte-americanos não querem que o projeto colete as informações e armazene os dados dos usuários, incluindo hábitos de pagamentos, e desejam que ele seja o mais descentralizado e mais privado possível, mas querem poder monitorar movimentações para evitar fraudes, como lavagem de dinheiro, disse o analista.

Para Ulrich, o fato da libra ser um projeto relativamente centralizado impossibilita comparações com o bitcoin e outras criptomoedas e um eventual fracasso do projeto do Facebook deveria beneficiá-las.

"O bitcoin não pode ser encerrado pelas autoridades por decreto ou vontade política. Isso é impossível, é como querer acabar com a lei da gravidade...Acho que reforça cada vez mais (a tese do bitcoin). O bitcoin, por ironia do destino, pode acabar sendo ainda o grande beneficiado dessa história toda."

"O Facebook utilizou bastante a palavra inclusão financeira, desbancarização no mundo. Mas na prática eu não sei como ele vai conseguir fazer para atender todas as exigências de regulação, medidas contra lavagem de dinheiro, entre outras, acho que vai ficar mais no campo dos sonhos do que na realidade da inclusão financeira."

Desde o anúncio do projeto da libra, o bitcoin acumula valorização ao redor de apenas 1%, a 9.436,97 dólares, na máxima intradia, contudo, chegou a 12.920,54 dólares.

No Brasil, Ulrich afirmou que apesar de o mercado de criptomoedas ser "na melhor das hipóteses 1 por cento do mercado mundial ele tem acompanhado o ritmo de expansão global. "Para mim, a tendência é sim de crescimento, mas um crescimento que não será linear..haverá percalços, solavancos no caminho", afirmou. Segundo a coinmarketcap.com, o valor de mercado de todas as criptomoedas em circulação no mundo atinge cerca de 260 bilhões de dólares.

De acordo com ele, o principal uso das criptomoedas no país hoje é para investimentos, seja de longo prazo, seja especulativo, com aplicadores de perfis bastante variados.

"É um ativo que tem potencial, mas é um ativo ainda muito novo, de um perfil de volatilidade que é bem acima dos ativos nacionais", ressaltou, destacando a necessidade de trazer mais educação financeira para as pessoas saberem em que tipo de ativo estão investindo.

entry Jul 28 2019, 09:14 PM
Nubank capta US$400 milhões em rodada liderada pelo TCV

* por Aluísio Alves | Reuters Staff

SÃO PAULO (Reuters) - A plataforma de serviços financeiros Nubank anunciou nesta sexta-feira que recebeu um investimento de 400 milhões de dólares numa nova rodada de investimento liderada pelo fundo norte-americano TCV.

O aporte foi acompanhado de Tencent, DST Global, Sequoia Capital, Dragoneer, Ribbit e Thrive Capital, que já participaram em aportes anteriores no Nubank.

“Isso vai nos ajudar com nossa expansão das nossas operações no Brasil e nos nossos novos mercados, México e Argentinaâ€, disse à Reuters o presidente e sócio-fundador do Nubank, David Vélez, em entrevista por telefone.

Este é o sétimo aporte recebido pela fintech, que surgiu em 2013 e que hoje tem cerca de 12 milhões de clientes. Segundo o Nubank, incluindo o aporte anunciado nesta sexta-feira, já recebeu 820 milhões de dólares.

Com os sucessivos investimentos recebidos nos últimos anos, a companhia vem expandindo rapidamente tanto em termos de área de atuação como geograficamente. Hoje se apresenta como a sexta maior instituição financeira do país em número de clientes.

Após anos concentrado em seu principal produto, o de cartões de crédito sem anuidade, e tendo recebido licença como instituição financeira, o Nubank lançou no começo do ano empréstimos pessoais. Na semana passada, anunciou que vai abrir contas para pequenas e médias empresas.

E maio, a plataforma estreou no México. No mês passado, abriu operações na Argentina. Segundo Vélez, o plano por ora é se concentrar nesses dois mercados além do Brasil. O Nubank tem no conjunto um total de 1.700 empregados, incluindo um escritório na Alemanha.

Vélez declinou de comentar sobre qual a participação os investidores terão na empresa com o novo aporte, dizendo apenas que será “bem minoritáriaâ€.

Com sede na Califórnia, o TCV já investiu em empresas como o serviço de streaming de vídeo Netflix, o de streaming de música de áudio Spotify e a plataforma de hospedagem Airbnb.

O anúncio do investimento chega quase dois meses após notícias de que o Nubank negociava receber uma aporte de cerca de um bilhão de dólares do grupo japonês Softbank, processo que avaliaria a fintech em cerca de 10 bilhões de dólares, mas que não evoluiu.

entry Jul 27 2019, 09:10 PM
França aplicará imposto digital e nega que esteja direcionado contra os EUA

* por EFE

Paris, 27 jul (EFE).- A França aplicará um imposto sobre empresas de tecnologia apesar das ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de responder com a imposição de tarifas sobre o vinho francês, e espera chegar a um acordo com Washington durante a cúpula do G7 no fim de agosto.

O ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, lembrou neste sábado em entrevista à imprensa que a taxa conhecida como "GAFA" (acrônimo de Google, Apple, Facebook e Amazon) "não está dirigida apenas para empresas americanas, mas também afetará companhias europeias e chinesas".

A lei foi promulgada nesta semana e seu objetivo é fazer com que as grandes multinacionais paguem 3% de seu faturamento nos países em que efetivamente operam, não só naqueles que escolhem como sede social porque as condições tributárias são mais favoráveis, já que faturam na França graças às atividades realizadas pelos internautas franceses.

"A França aplicará a taxa aprovada por unanimidade no Parlamento", afirmou Le Maire, que insistiu que o encargo afetará todas as empresas tecnológicas com faturamento superior a 750 milhões de euros no mundo todo, não só as americanas.

O ministro afirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, falou ontem com Trump sobre o assunto e mostrou confiança de que os dois países chegarão a um acordo que possa ser assinado na cúpula do G7 em Biarritz (sul da França), para posteriormente ser objeto de um pacto universal na OCDE antes do fim de 2020.

Le Maire tem uma conversa marcada neste sábado com o secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, para avançar nas negociações.

A partir do momento em que houver um acordo global para aplicar essa taxa no mundo todo, a França renunciará a seu próprio imposto, explicou o ministro.

"A situação atual é inaceitável, e nosso objetivo é um imposto justo sobre a atividade digital no mundo", ressaltou o ministro.

Trump afirmou ontem que tomaria "ações recíprocas substanciais" contra a França, e sugeriu que as mesmas seriam dirigidas contra o vinho francês.

"A França acaba de impor um imposto digital às nossas grandes companhias de tecnologia. Se alguém cobra impostos, deve ser o país de origem, EUA. Anunciaremos ações recíprocas substanciais sobre a estupidez de Macron em breve", prometeu Trump no Twitter.

Le Maire disse hoje que espera que as questões do imposto digital e das tarifas sobre o vinho "não se misturem", e enviou uma mensagem de tranquilidade para os viticultores de seu país.

entry Jul 26 2019, 08:53 PM
Justiça dos EUA aprova fusão entre T-Mobile e Sprint

* por EFE

Washington, 26 jul (EFE).- O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira a aprovação da fusão entre duas das maiores operadoras de telefonia celular no país, T-Mobile e Sprint, um acordo avaliado em US$ 26 bilhões.

"Com esta fusão, estamos expandindo significativamente nossa capacidade ao assegurar que grandes partes do espectro que atualmente não estão sendo usada ou são subutilizadas estarão disponíveis para os consumidores em forma de redes de alta qualidade 5G", disse Makan Delrahim, promotor assistente da divisão antimonopólio do Departamento de Justiça.

O acordo foi respaldado também pelos promotores dos estados de Nebraska, Kansas, Ohio, Oklahoma e Dakota do Sul. Mas ainda deve receber o apoio de outros 13, além do Distrito de Columbia, onde fica Washington, a capital do país.

Junto à T-Mobile e Sprint, o mercado americano tem como principais provedores Verizon e AT&T. A nova operadora, que manterá o nome da T-Mobile, contará com mais de 80 milhões de clientes.

"O acesso dos americanos a uma conexão sem cabo rápido, confiável e acessível é fundamental para a nossa economia e para o modo de vida dos consumidores", acrescentou Delrahim.

O acordo obriga as companhias a vender alguns dos ativos à Dish Network, entre eles a divisão de celulares pré-pagos da Sprint, o Boost Mobile.

Deste modo, Dish passaria a se transformar no quarto maior operador do país, embora dependeria da T-Mobile para o uso da rede.

Tanto a T-Mobile como a Sprint são controladas por empresas estrangeiras: a primeira pela alemã Deutsche Telekom e a segunda pela japonesa SoftBank.

entry Jul 25 2019, 08:53 PM
BCE abre caminho para estimular economia na zona do euro

* por AFP

Frankfurt am Main, 25 Jul 2019 (AFP) - O Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira (25) o caminho para novas medidas para fazer frente às perspectivas econômicas ruins na zona do euro, entre elas uma redução das taxas de juros e a retomada das compras de dívidas.

"Agora, parece provável que a reunião de 12 de setembro não trará apenas uma medida, mas um pacote de medidas", afirmou Carsten Brzeski, economista da ING.

Desde junho, muitos analistas esperavam um gesto do BCE frente à conjuntura econômica.

Nesta quinta, pela primeira vez desde 2017, a instituição mencionou explicitamente uma possível redução dos juros e uma nova fase de flexibilização monetária.

"O conselho de governadores prevê que as taxas básicas de juros do BCE se mantenham nos níveis atuais, ou em níveis mais baixos, até meados de 2020", afirmou o banco em um comunicado.

Além disso, a instituição pediu para "examinar opções" que vão desde um novo programa de compra de dívida até um sistema de juros decrescente.

"É um código para anunciar futuras ações do BCE, segundo Brzeski.

O economista indica que as duas medidas podem ser anunciadas no fim do ano, antes que o presidente do organismo, o italiano Mario Draghi, ceda seu lugar à francesa Christine Lagarde.

Por ora, o mais provável é que a próxima decisão, em setembro, seja reduzir as chamadas taxas de facilidade de depósito para os bancos.

Reduzir essa taxa, que atualmente já é negativa (-0,4%), poderia estimular os bancos a conceder créditos a consumidores e empresas, em vez de depositar dinheiro no BCE.

Especialistas acreditam que as taxas de depósito podem chegar até a -0,6% até o fim deste ano.

Além disso, a instituição pode aplicar um sistema de taxas de juros decrescente, como é feito na Suíça, na Suécia e no Japão.

O BCE também citou "potenciais novas compras líquidas de ativos", ou seja, retomar o programa que levou o banco a comprar 2,6 trilhões de euros em dívidas públicas e privadas entre março de 2015 e dezembro de 2018.

"Não gostamos do que estamos vendo na inflação", explicou Draghi.

Ele afirmou estar decidido a levar este índice para perto de 2%, considerado o nível ideal pelo BCE. Em junho, a taxa foi de 1,3%.

entry Jul 24 2019, 08:34 PM
Uber lança plataforma de transporte de carga na Alemanha

* por Reuters

A Uber está lançando uma plataforma de transporte de carga na Alemanha. A companhia vai enfrentar startups locais de tecnologia em uma corrida para conquistar uma fatia do mercado europeu de caminhões, que vale US$ 500 bilhões.

A Alemanha será o segundo mercado da Uber Freight a entrar em operação no continente depois da Holanda, disse um executivo à Reuters, com perspectiva de uma maior expansão, uma vez que as operações estejam funcionando sem problemas na maior economia da Europa.

Nos Estados Unidos, a Uber Freight já conecta 48 estados e gera mais de UU$ 125 milhões em receitas trimestrais.

Liderada pelo presidente-executivo, Dara Khosrowshawi, a Uber consultou as autoridades alemãs e a indústria para obter apoio para seu negócio de transporte de carga, disse Daniel Buczkowski, diretor de expansão da Uber Freight na Europa.

A Uber vai competir com empresas locais, incluindo a startup sennder, de Berlim, que recebeu investimento de US$ 70 milhões da empresa de private equity Lakestar e de outros investidores em uma avaliação de US$ 300 milhões, e que já tem uma presença mais ampla na Europa.

Buczkowski vê a vantagem da Uber Freight no seu alcance mundial e na sua tecnologia já comprovada. "Como uma empresa global, temos a envergadura para inovar constantemente e criar novos produtos e recursos que suportem todo o mercado", disse.

Ao contrário do aplicativo de transporte privado da Uber ou de seu serviço de entrega de alimentos, a Uber Freight operará como intermediária em um mercado com uma estrutura de preços já estabelecida.

A empresa ganhará dinheiro com a margem entre o preço pago pelo remetente e a quantia paga ao caminhoneiro, isolando-se do tipo de reclamação feita por muitos motoristas que alegam que lutam para obter uma renda decente.

A indústria também precisa de novos funcionários, com o Banco Mundial estimando que dois terços dos motoristas alemães irão se aposentar na próxima década, ameaçando-a com a falta de capacidade em uma indústria que faz mais de 70% do transporte de carga.

entry Jul 23 2019, 08:52 PM
FMI diz que incerteza faz previsão de crescimento mundial cair

* por Alberto Valdés | EFE

Santiago (Chile), 23 jul (EFE).- A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a possibilidade de uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem acordo e a complexa situação na Venezuela e no Irã são alguns dos fatores que fizeram a incerteza aumentar na economia mundial e levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a reduzir em 0,1% a projeção de crescimento para 2019.

Essas questões foram apresentadas pela economista-chefe do FMI, a indo-americana Gita Gopinath, em entrevista à Agência Efe nesta terça-feira em Santiago, no Chile, onde apresentou o último relatório de Perspectivas Econômicas Globais produzido pela organização.

"Há fatores domésticos, mas em termos de risco internacional, além da guerra comercial e tecnológica entre EUA e China, também provoca incerteza a possibilidade de não haver um acordo entre a União Europeia e o Reino Unido para o Brexit, assim como a desaceleração (da economia) da China", afirmou Gopinath.

A economista também acrescentou que existe a possibilidade de uma mudança nos prognósticos do mercado financeiro. Para ela, o período de juros baixos em que vivemos, medida que facilitou a concessão de muitos empréstimos, pode sofrer uma reviravolta caso haja uma mudança profunda nas previsões.

Junto a elementos de caráter global, Gopinath explicou que o prognóstico de crescimento mundial "brando", que passou de 3,3% para 3,2% em 2019 em comparação com a previsão de abril deste ano, também se deve às condições domésticas dos países, como a redução do consumo interno e das exportações.

Um exemplo disso é a Ãndia, que, segundo ela, sofreu uma queda significativa em sua demanda interna, e os países com forte produção industrial, como a Alemanha, que são mais dependentes da demanda externa.

Dentro do grupo dos países desenvolvidos, a economista destacou o desempenho da Espanha, com uma taxa de crescimento estimada de 2,3%, a segunda melhor atrás apenas dos Estados Unidos (2,6%), graças aos fortes investimentos e à redução das importações.

Já em outros casos, como os de Brasil e México, a piora nos prognósticos se deve às incertezas em torno das mudanças na política fiscal. Outro fator são as reformas estruturais, que na visão da economista-chefe do FMI se estenderam mais do que o esperado.

Os reflexos da análise estão nas previsões feitas para a América Latina, que registrou a maior queda no relatório. Antes, o FMI projetava um crescimento de 1,4% para região em 2019. Agora, ela passou para 0,6%.

"Este resultado se deve à atuação de vários países, não existe uma explicação única", especificou a economista-chefe do FMI.

Outro exemplo citado por Gopinath é o difícil cenário da Venezuela, que vive uma combinação de crise humanitária, política e econômica, onde a previsão de retração foi reajustada para 35%.

"Isso afeta toda a região", frisou.

A redução do 0,1% para 2019 também se estendeu para o ano de 2020, para o qual o FMI prevê uma taxa de crescimento de 3,5%, um número que continua sendo "preocupante", já que permanece nos níveis mais baixos registrados desde a crise financeira mundial de 2008.

Mesmo assim, esse número é somente uma estimativa, segundo a economista, que se baseia 70% na estabilização", na melhoria do crescimento e na redução mais branda de economias emergentes como Venezuela, Argentina, Turquia e Irã", algo que ela confessou que continua sendo incerto.

Por isso, Gopinath insistiu na necessidade de uma continuidade na proliferação de acordos comerciais em nível global, como por exemplo entre UE e Mercosul, já que um dos grandes desafios em relação ao futuro passa por fortalecer o âmbito comercial internacional, onde está atualmente grande parte da fraqueza generalizada.

"Em geral, gostaríamos que a comunidade mundial como um todo se tornasse mais integradora, não de maneira fracionada. Razão pela qual também desejamos que a China e os Estados Unidos cheguem a um acordo comercial durável", concluiu a economista-chefe do FMI.

entry Jul 22 2019, 09:40 PM
'Nasdaq chinês' gera comoção em estreia na Bolsa de Xangai

* por AFP

Xangai, 22 Jul 2019 (AFP) - As empresas cotadas no "STAR Market", novo índice chinês que procura rivalizar com o nova-iorquino Nasdaq, registraram impressionantes altas no primeiro dia de transações desta nova plataforma da Bolsa de Xangai, dedicada às ações do setor tecnológico.

A criação desta plataforma é uma das reformas mais importantes do mercado chinês, quando o gigante asiático tenta equilibrar seu modelo econômico, redirigindo-o para as novas tecnologia e produtos com alto valor agregado, em plena guerra comercial com os Estados Unidos.

Até agora, era principalmente Shenzhen, a segunda maior Bolsa de Valores da China continental, atrás de Xangai, onde se destacavam as transações de ações tecnológicas.

Nesta segunda, no STAR Market, o fabricante de baterias solares Anji Technology avançava 415,44% por volta de meio-dia, a 202 iuanes (26,1 euros) por ação, após ter chegado a 520% mais cedo.

Já a China Railway Signal & Communication, peso-pesado das empresas listadas ali, teria vendido ações por incríveis 10,5 bilhões de iuanes (1,360 bilhão de euros), a maior quantia do novo índice.

"Mas este fenômeno de apenas um dia pode não ser duradouro", lembra Shen Zhengyang, analista da Northeast Securities.

O novo índice chinês conta com regras muito flexíveis de lançamento na Bolsa para ajudar as empresas promissoras a se capitalizarem com maior facilidade e financiar seu desenvolvimento.

Também tem o claro objetivo de manter na China as pérolas tecnológicas nacionais, enquanto o gigante asiático concorre com os Estados Unidos pelo domínio neste setor crucial.

Atualmente, mais de 3.000 empresas integram o Nasdaq em Wall Street, enquanto seu equivalente de Xangai por enquanto tem apenas 25 companhias, sem grandes nomes conhecidos.

Ações vão ganhar importância
"Se a China não tivesse lançado uma nova plataforma acionária dedicado ao setor tecnológico, perderia uma oportunidade crucial de evoluir seu desenvolvimento financeiro para a nova economia", avalia Yang Delong, economista-chefe da First Seafront Fund Management, com sede em Shenzhen.

Os gigantes chineses Alibaba (de comércio digital) e Baidu (motor de busca) estão listados em Wall Street há vários anos. Já a Tencent Mastodonic (Internet) escolheu a Bolsa de Valores de Hong Kong.

Quando grandes empresas chinesas são cotadas no exterior, Pequim tem menos influência sobre suas receitas. Além disso, as restrições do país à compra de títulos estrangeiros impedem que os investidores chineses se beneficiem do sucesso dessas empresas.

"Acho que as ações científicas e tecnológicas serão mais importantes no mercado de capitais chinês, mas isso levará tempo, talvez dez, ou 20 anos, até mais", diz Jiang Liangqing, gerente de fundos da Ruisen Capital Management.

Diferentemente da legislação em vigor, o STAR Market permite lançar no mercado de ações empresas que ainda não geraram lucros.

Nos primeiros cinco dias de transações, não foi imposto um limite diário de flutuação (em Xangai e em Shenzhen ele é de 10%). Passado este curto período, será de 20% no STAR Market.

Este projeto de plataforma foi anunciado pelo presidente chinês, Xi Jinping, em novembro passado.

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