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With or Without Money

Europa E Japão Intensificam Combate à Inflação

Europa e Japão intensificam combate à inflação

* por Balazs Koranyi | Frankfurt | Reuters
Leika Kihara | Tóquio

O combate à inflação entra para o topo da agenda de prioridades em países europeus neste início de 2022 e começa a ser discutido até no Japão, onde o índice de custo de vida se aproxima da meta oficial. Nesta sexta-feira (14), titulares de bancos centrais reforçaram que vão combater a alta dos preços com os instrumentos disponíveis.

A presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, afirmou nesta sexta que a inflação da zona do euro arrefecerá ante uma máxima recorde ao longo deste ano, e o BCE está pronto para tomar quaisquer medidas necessárias para levá-la de volta à meta de 2%.

Os preços ao consumidor dispararam 5% no mês passado, maior taxa já registrada no bloco monetário de 19 países e mais que o dobro da meta, uma vez que o aumento dos custos de energia e restrições de oferta elevaram a inflação de vários bens e serviços.

O BCE há muito argumenta que o crescimento dos preços desacelerará por conta própria, mas Lagarde disse que o BCE poderia ajustar a política monetária, se necessário.

"Nosso compromisso com a estabilidade de preços permanece inabalável", disse ela em discurso. "Tomaremos todas as medidas necessárias para garantir que cumpramos nossa meta de inflação de 2% no médio prazo."

"Entendemos que o aumento dos preços é uma preocupação para muitas pessoas e levamos essa preocupação muito a sério", afirmou Lagarde.

O BCE estendeu medidas de estímulo existentes antes da pandemia no mês passado, argumentando que as pressões de preços de longo prazo são, na realidade, muito fracas, e que a taxa de inflação corre o risco de cair abaixo da meta até o final do ano.

Várias autoridades contestam essa narrativa, no entanto, argumentando que os riscos estão inclinados para leituras mais altas de inflação, de forma que o BCE deveria começar a reduzir suas medidas extraordinárias de apoio.

"Temos flexibilidade para responder a uma série de circunstâncias", disse Lagarde, acrescentando que os motores da inflação são, na verdade, um empecilho para o crescimento.

"Os preços mais altos da energia estão corroendo a renda das famílias e prejudicando a confiança, enquanto os gargalos na oferta estão levando a escassez no setor manufatureiro", disse ela.

BC DO JAPÃO DEBATE EVENTUAL ALTA DE JURO CONTER INFLAÇÃO
As autoridades do banco central do Japão estão debatendo em quanto tempo podem começar a sinalizar um eventual aumento nos juros, que pode ocorrer antes mesmo que a inflação atinja a meta de 2% do banco, disseram fontes, encorajadas pela ampliação da alta nos preços e um Federal Reserve mais "hawkish" (prevendo alta dos juros para combater a inflação).

Embora um aumento real de juros dificilmente seja iminente e o BC esteja a caminho de manter uma política ultraflexível por pelo menos o resto deste ano, os mercados financeiros podem estar subestimando sua prontidão para eliminar gradualmente seu programa de estímulo.

Notadamente, as promessas cuidadosamente redigidas do banco central japonês de manter a política monetária expansionista aplicam-se apenas a injetar dinheiro nos mercados de forma constante –não a manter os juros nos níveis baixos atuais.

"O Banco do Japão nunca se comprometeu a manter os juros até que a inflação ultrapassasse 2%", disse uma fonte familiarizada com o pensamento do banco, visão compartilhada por mais duas fontes.

"Isso significa que, teoricamente, o banco pode aumentar os juros antes de a inflação ficar acima da meta."

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