Versão para Impressão

Clique aqui para ver no formato original

With or Without Money

Ue Apoia Projeto De Acordo Sobre Brexit No Começo

UE apoia projeto de acordo sobre Brexit no começo de semana 'dolorosa'

* por AFP

Bruxelas, 19 Nov 2018 (AFP) - Os 27 sócios do Reino Unido na União Europeia (UE) expressaram nesta segunda-feira seu apoio ao acordo preliminar de divórcio negociado em ambos os lados do Canal da Mancha, onde as dúvidas continuam no início de uma semana decisiva para o Brexit.

"Começa uma semana dolorosa na política europeia (...) 45 anos de casamento difícil [com o Reino Unido] estão chegando a seu fim", afirmou o ministro austríaco Gernot Blümel, cujo país exerce a presidência rotativa da UE, em sua chegada à reunião.

Foram necessários quase 17 meses para Londres e Bruxelas fecharem um acordo que afaste os maus presságios econômicos de uma separação sem acordo em 29 de março e para o qual os ministros de Assuntos Europeus dos 27 deram sua aprovação "globalmente" na segunda, de acordo com o negociador da UE, Michel Barnier.

No entanto, a incerteza sobre o resultado do processo iniciado pela vitória do Brexit no referendo britânico de 2016 continua devido à ameaça de uma moção de censura contra a primeira-ministra britânica, Theresa May, em Londres, e no eventual veto adiantado pela Espanha por Gibraltar.

A Espanha pediu para alterar o artigo 184 do texto do acordo de divórcio para afirmar claramente a possibilidade de vetar o relacionamento futuro que irá vigorar entre a UE e este território britânico, cuja soberania Madri reivindica, ao fim de um período de transição esperado até o final de 2020.

"As futuras negociações sobre Gibraltar são negociações separadas. E é isso que tem que ficar claro. Até que fique claro (...) porque não podemos dar o nosso acordo", disse o ministro espanhol de Relações Exteriores, Josep Borrell, à imprensa nesta segunda-feira em Bruxelas.

Londres garantiu que o "acordo de retirada acordado na semana passada cobre Gibraltar" e que, na negociação da futura relação com a UE, não excluirá nenhum território da "família do Reino Unido".

Transição até quando?
A Espanha quer que esta linha também fique clara na declaração política sobre as relações futuras, um texto de cerca de 20 páginas ainda em negociação e que deve estabelecer as linhas principais para a futura cooperação entre o Reino Unido e a UE em assuntos comerciais, políticos, econômicos e de segurança.

Os líderes europeus devem dar sua aprovação no próximo domingo durante uma cúpula extraordinária em Bruxelas, tanto a este texto não vinculante quanto ao acordo de retirada de 585 páginas, depois de resolver as pendências em abos, como o futuro da frota pesqueira da UE em águas britânicas.

Outra delas é a data em que o período de transição entre o Reino Unido e a UE após o Brexit chegará ao fim, incluindo-se a prorrogação. Ambas as partes decidiram que a transição irá até 31 de dezembro de 2020 e pode ser prolongada uma vez por um tempo "limitado".

Durante uma reunião de embaixadores europeus no domingo, os 27 sócios do Reino Unido defendem que a prorrogação se estenda por mais dois anos para finalizar um eventual acordo de livre-comércio entre ambos os lados do Canal da Mancha, segundo uma fonte diplomática.

A UE, cujos presidentes devem adotar, em uma cúpula em Bruxelas no domingo, o texto do acordo antes de sua ratificação pelos Parlamentos, tem os olhos voltados para o Reino Unido, onde pesa a ameaça de uma moção de confiança sobre May, procedente de suas próprias fileiras.

A solução alcançada no acordo de divórcio para evitar a reintrodução de uma fronteira para bens entre a província britânica da Irlanda do Norte e Irlanda, país da UE, e preservar o acordo de paz da Sexta-Feira Santa de 1998 foi o detonador final contra a premiê britânica e provocou a renúncia de quatro de seus ministros.

Para Londres, a transição deve acabar "daqui até as próximas eleições gerais" no Reino Unido, em meados de 2022, disse May nesta segunda-feira, à associação patronal de seu país, que expressou seu apoio.

Se sofrer modificações, o acordo negociado com Bruxelas transformará o Reino Unido em um "Estado vassalo" da UE, advertiu o ex-chanceler britânico Boris Johnson, um dos líderes da frente eurocética do Partido Conservador contra a premiê.

Powered by Invision Community Blog
© Invision Power Services